domingo, 21 de junho de 2009

Amor pelos livros em pequenos gestos

Galeno Amorim já publicou em seu blog uma boa lista de municípios que não têm nenhuma biblioteca. Ipiguá, a 457 km da capital de São Paulo, está entre eles.

Quem tem paixão por ler (como eu) se sente feliz ao falar sobre literatura, em ver outras pessoas lendo, descobrindo os livros, principalmente se forem crianças.

Capitais como o Rio não têm falta de biblioteca, mas mesmo assim o incentivo à leitura ainda é insuficiente. Vejo isso pelas escolas. Elas próprias deveriam levar os alunos para dentro das bibliotecas, organizar encenações, leituras dramatizadas, ações prazerosas que surtem muito mais efeito do que criar leituras obrigatórias que na maioria das vezes são inadequadas às crianças, que as farão detestar os livros, em vez de se apaixonarem por eles.

Por isso é louvável quando vemos alguém sair do seu sofá e resolver fazer alguma coisa, para incentivar a leitura, mesmo que seja uma solução inusitada.

Em Ipiguá, uma cidade com pouco menos de quatro mil moradores, um professor certamente inconformado com o fato de não existir uma biblioteca, resolveu fazer a sua parte.

Se os moradores não podiam (ou não queriam) ir até os livros, então os livros passaram a ir até eles, num carrinho de supermercado.

Para colocar a sua ideia em prática, o professor José Roberto da Silva começou organizando uma gincana na escola em que leciona, arrecadando livros usados. Conseguiu cerca de mil exemplares, divididos em infantil, infanto-juvenil, adulto e gibis.

A partir daí foi só alugar um carrinho de supermercado, conseguir alguns alunos voluntários, e sair pela cidade com sua biblioteca ambulante. Em dois meses de trabalho, o grupo já conseguiu emprestar quase 300 livros e os moradores não precisam nem sair de casa para conseguir os seus exemplares.

E o que tem de mais bonito é ver o campeão de leitura que é apenas um menino de 8 anos. Lucas, em 15 dias, já leu 16 livros.

Eu que vivo inventando formas de incentivar a leitura, mais do que sorrio, vibro ao assistir uma cena dessas.

Veja o vídeo da matéria feita pela Antena Paulista com o professor e os moradores da cidade.

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