domingo, 29 de novembro de 2009

Primavera dos Livros - último dia

Para quem estiver no Rio, aproveite que hoje é o último dia da Primavera dos Livros.

Além dos estandes que estão oferecendo livros com descontos de 40%, tem ótimas palestras.

Veja a programação de hoje:

10h - 11h30 - domingo
Biógrafos e biografáveis: que mercado é esse que só faz crescer? Os caminhos da biografia como gênero na contemporaneidade. Quais são eles? Quais as novas formas de escrita que admitem? O profissional de biografias e sua ética num mercado que cresce cada dia mais.

Participantes:
Arthur Dapieve (cronista , jornalista e biógrafo /Renato Russo) /Carlos Didier (compositor e biografo / Noel Rosa) /Ana Arruda Callado (roteirista e biógrafa /Maria Martins) / Euclides Penedo Borges (músico e biógrafo / Euclides da Cunha) / Mediação: Felipe Pena (autor de Teoria da Biografia sem Fim)

11h30 - 13h - domingo
Leitores apaixonados: um encontro com Ruy Castro e Heloisa Seixas. A paixão pela leitura e pelos livros é o tema deste encontro com dois craques da escrita,apaixonados pelos livros e pela profissão.

Participantes:
Heloisa Seixas (escritora) / Ruy Castro (escritor) Mediação: Suzana Vargas (especialista em leitura)

15h - 16h30 - domingo
Sustentabilidade / biodiversidade: por uma nova ética cultural A sustentabilidade como solução para garantir novas formas de sobrevivência para o planeta. Até onde afetará a vida em comunidade, gerando novas formas de convivência.

Participantes:
Fernando Gabeira e Maria Silvia Muylaert . Mediação: Felipe Pena

17h - 18h30 - domingo
O máximo no mínimo - um olhar sobre as poéticas contemporâneas. A poesia como gênero minimalista,que diz muito com a maior economia verbal possível, de vasta produção e pouca inserção no mercado. Que caminhos percorre hoje até chegar ás prateleiras das livrarias. O que é ser poeta hoje?

Participantes:
Ângela Melim, Geraldinho Carneiro, Carlito Azevedo. Mediação: Suzana Vargas

19h - 20h30 - domingo
Questões de Lusofonia. Por onde anda o acordo ortográfico? O acordo ortográfico que completa doisanos e sua adoção brasileira. Por onde anda Portugal e os países de língua portuguesa nessa importante fase de implantação?

Participantes:
Deonísio da Silva (escritor e professor) /Adriano de Freixo (escritor especialista) /Marcelo Moutinho (jornalista e escritor) / Mediação: Cecília Costa
(jornalista e escritora)


15ª PRIMAVERA DOS LIVROS
Jardins do Museu da República- Rua do Catete, 153 - RJ
Das 10h às 22h
Entrada gratuita

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Como escrever bem e paixões pela escrita

Ainda da revista Conhecimento Prático Literatura, edição 26, uma ótima cobertura na seção Almanaque.

Transcrevo abaixo.

* Como escrever bem, segundo Kurt Vonnegut

1. Ache um tema que te importe
2. Mas não fique fazendo muitas digressões.
3. Mantenha tudo simples.
4. Tenha coragem de cortar seu texto.
5. Seja você mesmo.
6. Diga o que você quer dizer.
7. Tenha dó dos leitores.

* Regras de Orwell para Escritores

1. Se for possível cortar uma palavra, corte-a;
2. Nunca use uma palavra longa se você puder usar uma curta;
3. Nunca use um verbo passivo quando você puder usar um ativo;
4. Evite palavras técnicas e estrangeiras;
5. Nunca use uma metáfora que você já tenha visto impressa;
6. Quebre qualquer uma dessas regras para evitar algo simplório.

PREDESTINAÇÃO

Em sua autobiografia, Viver para contar, Gabriel García Márquez conta que inventava histórias desde criança. Tendo vivido na mística casa de seus avós maternos, não foi difícil para o pequeno Gabo iniciar a criação de um universo fantástico, que mais tarde cumularia no mundo etéreo pelo qual seus personagens transitam. Na escola, Gabriel admite ter sido sempre uma tragédia, sempre lendo debaixo dos bancos ao invés de prestar atenção à aula. O escritor conta que tem pena de seus revisores, que sofrem com seus erros primários de ortografia.

Na juventude, seus pais juntam as parcas economias da família e mandam Gabriel para estudar Direito em Bogotá. Mas a predestinação do rapaz para com as letras não arrefece e ele começou a a contribuir em periódicos e a frequentar a alta roda cultural colombiana. Em pouco tempo, a literatura o absorve completamente e ele opta por deixar o Direito, indo de encontro a todas as esperanças da família e ainda que isso implique em fome, necessidade e em dormir em bancos de praça.

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA

Jorge Luis Borges sempre socializou mais entre livros que entre pessoas. Ele repetidamente afirmava nunca ter saído da biblioteca paterna, na qual passou a infância, tendo por brinquedos as letras. Mas a cegueira esgueirava-se feito um tigre atocaiado, tirando-lhe suas fiéis companheiras de tinta. Jamais deixou de ler ou escrever, por mais que essas palavras já não mais pudessem ser aplicadas: compunha o máximo possível por detrás dos olhos e só então ditava o texto a ser escrito, para a mãe ou uma secretária. Também confiava nos olhos de outros para continuar com sua vasta leitura, que emprestava vozes femininas a Chestertons, Kafkas e Heines. Lia e escrevia como podia. Muitas vezes, como não podia, autografando cópias de seus livros apenas com a lembrança de como eram os traços. Mas nunca deixou de lado sua primeira paixão. Certa vez disse, em inglês, numa conferência: "Como sabem, eu me aventurei na escrita; mas acho que o que li é muito mais importante que o que escrevi. Pois a pessoa lê o que gosta - porém não escreve o que gostaria de escrever, e sim o que é capaz de escrever."

domingo, 22 de novembro de 2009

Entrevista com Pedro Bandeira

A revista Conhecimento Prático Literatura (Escala Educacional) desse mês (nº 26) traz uma ótima entrevista com o escritor Pedro Bandeira.

Um dos maiores escritores de literatura infantojuvenil, com mais de 80 livros publicados, se revela plenamente realizado profissional e pessoalmente. É bom ouvir isso de alguém que abandonou tudo para ser apenas escritor, para se dedicar a sua paixão. Nessa entrevista, feita a Samanta Caliman e Sérgio Simka, ele nos encanta como em seus livros.

E sem ter como deixar de dividir com vocês, transcrevo três passagens ótimas da entrevista.

CP LITERATURA: A Marca de uma Lágrima é um livro que encantou milhares de leitores. Qual é a receita de tanto sucesso?
Uma novela sobre um amor jovem sempre agrada adolescentes. E essa é uma recriação moderna de uma das mais famosas histórias de amor da história da Literatura: Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand. Acho que meu "pulo do gato" é o modo como eu trabalho o foco narrativo, matéria sobre a qual costumo dar inúmeras conferências pelo Brasil e que talvez um dia seja o conteúdo de algum ensaio que eu poderia vir a escrever, no intervalo de dois livros de ficção. Mas isso parece difícil, porque é a ficção que me dá tesão.

CP LITERATURA: O que tem a dizer sobre os livros de Harry Potter?
Só li o primeiro e acho ótimo! A escocesa merece o sucesso que conseguiu. Mais uma vez eu gostaria de ter novamente dez anos, só para poder usufruir dos livros dela na idade certa (eu não disse que tenho várias razões para voltar aos meus dez anos?).

CP LITERATURA: Você inspirou vários escritores. Que conselho você poderia dar a quem sonha em um dia publicar um livro?
Aqui vai: seja um leitor. Leia mais do que 99% da humanidade. Quando seus amigos estiverem indo para "baladas", fique em casa com um livro. Veja como os outros escrevem. Engula-os, analise-os, digira-os, emprenhe-se deles, ame-os, critique-os, odeie-os, injete-os em suas veias, enlouqueça com eles! E mais: seja uma cinéfila. Os roteiros de cinema e os pontos de vista das câmeras têm muito a nos ensinar. Isso fui: um leitor voraz somente pela diversão, jamais para estudar (aliás, sempre fui um péssimo aluno - na véspera de uma prova de Física, é provável que eu estivesse lendo Dostoiévski). Leia ficção, leia poesia, leia História, leia Sociologia, leia Filosofia. Na prova de Matemática, cole dos colegas. Esqueça que te ensinaram como extrair uma raiz quadrada, não aprenda como calcular o mínimo múltiplo comum, mas chore ao ler Baudelaire, sue ao ler Shakespeare, fique molhadinha ao ler Vinícius, tenha orgasmos ao ler Machado, enlouqueça ao ler Dostoiévski, sinta-se morrer na frente de Tabacaria, de Fernando Pessoa. Se, depois disso, você não se tornar um escritor, na certa é porque você estará mudando o planeta de lugar!

sábado, 21 de novembro de 2009

A Campanha Teatro para Todos está de volta

A Campanha Teatro para Todos está de volta. Em sua sétima edição, serão oferecidos 100 mil ingressos para 69 espetáculos, a preços de R$ 5 a R$ 25.

A campanha segue até 20 de dezembro e a venda é feita nos seguintes postos:

- um quiosque fixo na Cinelândia
- outros quiosques móveis que circulam pela cidade
- postos BR
- lojas America$ Express
- site Ingresso.com

Os detalhes e a lista dos espetáculos podem ser conferidos no site da promoção: http://www.teatroparatodos.com.br/.

Ano passado eu participei. Comprei ingressos para uma das peças e minha única decepção com a promoção foi o que eles deixaram reservado de lugares: os piores. Chegamos cedo no teatro para trocar os ingressos e ao nos apresentarem o mapa, apesar de terem lugares ao centro, nos disseram que somente as últimas fileiras da lateral estavam disponíveis. Achei um desrespeito, pois em lugar algum do site havia alerta para isso.

Atualização: acabei de entrar no site deles e por meio de mensagens dos leitores, foi denunciada essa prática no ano passado. Eles informam que é proibido qualquer tipo de discriminação dos espectadores da campanha. Então, fiquem atentos!

Se acontecer, reclamem.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Angela Dutra de Menezes no Espaço Aberto Literatura

Sexta-feira, para quem estiver em casa, e puder sintonizar na Globo News, irá assistir a uma ótima entrevista feita por Edney Silvestre, com a escritora Angela Dutra de Menezes, no programa Espaço Aberto Literatura.

Para quem não puder, é só esperar que o G1 publica os vídeos dessas entrevistas.

Veja abaixo a divulgação da Record:

"Entre as mais importantes autoras da literatura brasileira, com mais de 50 mil livros vendidos no Brasil e em Portugal, Angela Dutra de Menezes é uma das convidadas do programa Espaço Aberto Literatura, que vai ao ar nesta sexta-feira, dia 20 de novembro, a partir das 21h30, no canal 40 da NET. Angela fala sobre seus livros, entre eles, seu último romance, A tecelã dos sonhos — onde narra com muito bom-humor, a trajetória de Berenice, espécie de ater ego da autora, da infância à velhice — e a reedição de O português que nos pariu. O livro apresenta uma nova maneira de encarar a História de nossos antepassados lusos.

Confira o que saiu na imprensa sobre a autora:

"Sem qualquer pompa, em linguagem clara e simples, esbanjando humor, Angela Dutra de Menezes dessacraliza fatos e personagens e resgata, com propriedade, a epopéia portuguesa, da qual somos frutos" — Verônica Aguilera, O Globo

"(...) Um livro fascinante. Texto primoroso, cheio de graça, ironia e, sobretudo, amor" — Antônio Ferreira, jornalista português

"É História, sim. Mas temperada em muitas especiarias. Um livro delicioso" — Feliciana Ferreira, Diário de Notícias, Portugal

"Um livro delicioso, amigável e repleto de humor e carinho" — Vamberto Freitas, Portuguese Times, Estados Unidos

"Quem espera um livro didático, vai se surpreender com a linguagem absolutamente coloquial (...). Com muito charme, Angela Dutra de Menezes revê a história lusa para entender o Brasil e os brasileiros" — Daniela Mata Machado, Estado de Minas

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Próximo Leitura em Debate

Foram maravilhosos todos os eventos do Leitura em Debate que eu participei.

Para quem está no Rio e ainda não teve oportunidade de assistir a nenhum, não perca o próximo, dia 19 de novembro, às 16h.

Clique na imagem abaixo para ver os detalhes.

domingo, 15 de novembro de 2009

Leitura na praça


O blog do Galeno Amorim e a Agência Brasil que Lê publicaram uma notícia curiosa e estimulante. Mais uma ideia, para lá de criativa, veio à luz, a fim de divulgar a literatura e esse amor pelos livros, que só quem foi flechado pelo cupido literário pode entender.

Em Paris, existe um grupo chamado leitores públicos que se dedicam a divulgar a literatura de uma forma bem especial: eles levam caixas de som para os parques e leem seus livros usando o microfone. As palavras ecoam pelo ambiente, tentando alcançar o espírito de quem passa. Uma combinação perfeita: livros e Natureza.

Leia a matéria no blog do Galeno.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Evento no Oi Futuro

Para quem está no Rio, não pode perder os eventos que acontecerão no Oi Futuro.

A Estação das Letras apoiada pela OI Futuro faz a curadoria e produção das palestras e workshops gratuitos sobre livro digital que vão acontecer no evento Livro@Futuro.com nos dias 16, 18 e 19/11.

É, na verdade, o primeiro evento a discutir o assunto de modo sistemático.

Clique na imagem abaixo para conferir a programação.




Precisamos de uma iniciativa assim...

Uma empresa de ônibus e uma editora de Portugal vão distribuir capítulos de livros aos passageiros. Os livretos terão 16 páginas e serão produzidos em formato de bolso. O objetivo é aumentar o número de leitores de Portugal, que tem a menor taxa da União Europeia.

Bem que aqui no Brasil poderiam aderir a essa campanha.

Leiam a matéria completa na BBC.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Resultado do Prêmio Portugal Telecom

O escritor e artista plástico brasileiro, Nuno Ramos recebeu esta terça-feira o Prêmio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa 2009, com o romance, Ó.

O segundo e o terceiro lugares também foram de brasileiros: João Gilberto Noll, com "Acenos e Afagos" e Lourenço Mutarelli, com "A Arte de produzir efeito sem causa", respectivamente.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Sobrecapa no Portal O Livreiro

Hoje saiu uma matéria muito bacana no Portal O Livreiro a respeito do meu site Sobrecapa, mais especificamente sobre a lista de mais vendidos exclusiva da literatura nacional.

Os mais vendidos que ninguém conhece
Por Douglas Duarte

As listas de mais vendidos estão atulhadas, hoje, de livros de vampiros, a maior parte deles de Stephenie Meyer, autora da série Crepúsculo. Justo. Justíssimo. O resto da seleção geralmente gira em torno de A cabana, de William P. Young, Para sempre, de Noel Alyson, e algum livro em que uma criança encontra o sentido da vida em uma cidade perdida em meio à guerra (sim, me refiro aos livreiros de Cabul, às meninas que roubavam livros, aos caçadores de pipas e similares). Justo. Justíssimo, também.

Mas por que nunca vemos uma lista dos autores brasileiros mais vendidos? Talvez porque, se não forem os autores estrangeiros, serão os augustos curys, paulos coelhos, zibias gasparettos e outros autores que trabalham no limiar entre a literatura e a autoajuda. Novamente, nada demais. Há público para eles, há provavelmente mérito nos livros que fazem. Mas ainda assim persiste a pergunta: por que não vemos nos jornais, revistas, sites e blogs uma lista dos ficcionistas brasileiros mais vendidos?

A blogueira Ana Cristina Melo foi além da perplexidade que a pergunta causa e resolveu pôr a mão na massa. Ela decidiu fazer ela mesma a lista e publicar no seu Sobrecapa. A lista de mais vendidos da primeira semana de novembro pode ser vista aqui. As anteriores, aqui.

É trabalho de formiguinha: ela começou a lista a partir das informações dadas por uma única livraria, a Estação das Letras, no Rio de Janeiro. Três meses depois, sua lista já é feita com base nas informações fornecidas por livrarias em quatro estados: Rio, São Paulo, Santa Catarina e Paraná. (Confiram a matéria completa no Portal O Livreiro)

domingo, 8 de novembro de 2009

Parabéns ao Ficção de Gaveta

Meu blog dedicado aos concursos literários e seus resultados, o Ficção de Gaveta, completa hoje 1 aninho de vida.

E o que começou sendo apenas um lugar para me ajudar a centralizar os concursos dos quais eu participava, se tornou um canto especial para os escritores iniciantes que buscam informações para tirar seus textos da gaveta.

Acho que não fiz feio, pois com 1 ano de vida, atingi a marca de 98.105 acessos (até a última verificada, há 1 minuto, rsrsrs).

Aviso que se alguém quiser colocar um anúncio no blog, fique atento, pois em breve vou abrir espaço para publicidade.

Entrevistas com escritores

Confira vídeos de entrevistas com escritores e convidados da Fliporto 2009.

sábado, 7 de novembro de 2009

Duas entrevistas maravilhosas

Duas entrevistas maravilhosas feitas por Edney Silvestre.

A primeira, no Espaço Aberto Literatura, com o escritor João Ubaldo Ribeiro, falando sobre o seu livro O Albatroz Azul.


A segunda, é da coluna Bate-papo do RJ TV e foi com Dona Marina Araújo, de 87 anos, diretora do Banco da Providência. Dona Marina acredita que é possível construir um mundo melhor. Edney, no final, deixa que seu silêncio diga o que de maravilhoso essa mulher nos ensinou.

Poema "Instantes"

O poema "Instantes" circula na Internet. Em muitos lugares foi atribuíbo ao escritor Jorge Luis Borges. Em vários outros, há quem garanta que a atribuição é indevida.

Bem, polêmicas à parte, o que importa é a força desse poema. Emocionante. Exibe em magnitude a força da palavra.

Julguem vocês mesmos...

Si pudiera vivir nuevamente mi vida,
en la próxima cometeria más errores.
No intentaría ser tan perfecto, me relajaría más.

Sería más tonto de lo que he sido,
de hecho tomaría muy pocas cosas con seriedad.

Seria menos higiénico.
Correría más riesgos,
haría más viajes,
contemplaría más atardeceres,
subiría más montañas, nadaría más ríos.
Iría a más lugares adonde nunca he ido,
comería más helados y menos habas,
tendría más problemas reales y menos imaginarios.

Yo fui una de esas personas que vivió sensata
y prolificamente cada minuto de su vida;
claro que tuve momentos de alegrias.
Pero si pudiera volver atras trataría
de tener solamente buenos momentos.

Por si no lo saben, de eso está hecha la vida,
sólo de momentos; no! no te pierdas el ahora.

Yo era uno de esos que nunca
iban a ninguna parte sin un termómetro,
una bolsa de agua caliente,
un paraguas y un paracaídas.

Si pudiera volver a vivir
comenzaría a andar descalzo a principios
de la primavera
y seguiría asi hasta concluir el otoño.
Daría más vueltas en calesita;
contemplaría más amaneceres,
y jugaría mas con los niños,
si tuviera otra vida por delante...


Pero ya ven, tengo 85 años...
y sé que me estoy muriendo.

Tradução livre (minha...)

Se pudesse viver minha vida novamente,
na próxima cometeria mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.

Seria mais tonto do que tenho sido,
De fato, tomaria muitas poucas coisas com seriedade.

Seria menos higiênico.
Correia mais riscos,
faria mais viagens,
contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais em rios.
Iria a mais lugares aonde nunca tivera ido,
comeria mais sorvetes e menos grãos,
teria mais problemas reais e menos imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sentata
e prolificamente a cada minuto da sua vida;
claro que tive momentos de alegrias.
Mas, se pudesse voltar atrás trataria
de ter somente bons momentos.

Mas se não o sabem, disso está feita a vida,
só dos momentos; não! não percas o agora.

Eu era um desses que nunca
iam a nenhum lugar sem um termômetro,
uma bolsa de água quente,
um guarda-chuva e um paráquedas.

Se pudesse voltar a viver
começaria a andar descalço no princípio
da primavera
e seguiria assim até terminar o outono.
Daria mais voltas na rua;
contemplaria mais amanheceres,
e brincaria mais com as crianças,
se tivesse outra vida pela frente...

Mas vejam, tenho 85 anos...
e sei que estou morrendo.

Drummond: um presente que recebi e repasso a vocês

Um presente para vocês que recebi do escritor Alexandre Brandão.

Um poema de Drummond pela voz do próprio Drummond (no Youtube).

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Lançamento de "Se eu fechar os olhos agora" em São Paulo


Quem está em São Paulo não pode perder:

Amanhã (sábado), dia 07/11, às 11h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, ocorrerá o lançamento do romance Se eu fechar os olhos agora, do jornalista Edney Silvestre.

O livro está muito bom e não sou só eu que digo. Quem já leu, assina embaixo. Para saber todos os detalhes, é só ler a divulgação que fiz no Sobrecapa.
Mas o importante é não perder esse lançamento, que se for igual ao que aconteceu na última terça, no Rio, será um grande evento.

Paixão de Ler

Campanha Paixão de Ler chega a sua 17ª edição trazendo mais de 100 atrações em espaços como, ABL, Quinta da Boa Vista, Aterro do Flamengo, Biblioteca Nacional e GRES Império Serrano

O evento que começou ontem, se estende até dia 12 de novembro, com debates, palestras e contadores de histórias. E entre prosas e versos, teremos Marina Colassanti, Antônio Cícero, Adriana Falcão, Antônio Torres, Ferreira Gullar, Alcione Araújo, Bia Bedran, José Mauro Brant, Paulo Bi, Zé Zuca e muitos outros que integram a programação do projeto Paixão de Ler - uma iniciativa da Coordenação de Livro e Leitura, da Secretaria Municipal de Cultura.

A entrada é gratuita.

A cerimônia de abertura (somente para convidados) aconteceu ontem, às 17h30, na Fundação Biblioteca Nacional (Palácio Eliseu Visconti), com palestra de José Castello e Bartolomeu Campos de Queirós.

Em sua 17ª edição a campanha tem o tema Paixão de Ler Literatura - escolhido para que a prática da leitura literária seja o foco das ações.

"Queremos mobilizar toda a cidade por um Rio Literário" conta Lêda Fonseca, Coordenadora do Livro e Leitura da Prefeitura do Rio. Para isso, a programação deste ano contempla a diversidade - não só pela vastidão de atrações que são mais de 100, mas também pelos espaços onde estes eventos serão realizados - como a Academia Brasileira de Letras, Biblioteca Nacional, Bibliotecas Populares, Quinta da Boavista e quadra da GRES Império Serrano.

Para conferir toda a programação, acesse o blog do evento: http://www.paixaodeler2009.blogspot.com/.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Prêmio Jabuti - melhor livro do ano

Fonte: Prosa online

O escritor gaúcho Moacyr Scliar venceu com o romance "Manual da paixão solitária" (Cia da Letras) o prêmio Jabuti de melhor livro do ano na categoria ficção.

Marisa Lajolo e João Luís Ceccantini foram os ganhadores na categoria de não-ficção com "Monteiro Lobato: livro a livro" (Unesp e Imprensa Oficial).

A premiação aconteceu na noite desta quarta-feira na Sala São Paulo, na capital paulista. Cada um dos livros ganhadores recebeu R$ 30 mil, além de um troféu em forma de jabuti dourado.

- O Jabuti é como o Oscar literário - comemorou Scliar, dizendo-se orgulhoso. - Agradeço a minha mulher, pois todo escritor deve ter atrás de si uma mulher que aguente o tranco; a meu pai, que me ensinou a contar histórias e a minha mãe, que me ensinou o prazer da leitura - completou.

Professora titular de Teoria Literária da Unicamp Marisa Lajolo, vencedora na categoria de não-ficção com o livro "Monteiro Lobato: Livro a livro" (Unesp e Imprensa Oficial), recebeu um elogio de seu colega laureado:
- Marisa é a melhor cabeça da teoria e crítica literária, pode escrever - declarou Moacyr Scliar.
- Lobato é realmente um escritor

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Meu site nasceu

Estou há um bom tempo, desde que registrei meu domínio, para reformular meu site. E nunca sobrava tempo. Mas hoje tomei vergonha e consegui.

Basicamente tudo que está lá é possível encontrar aqui no Canastra. Mas acho importante ter esse lugar centralizador, de onde é possível partir para todos os meus espaços literários, que traga um pouco mais da minha história.

Então, quando quiserem, já podem visitar: http://www.anacristinamelo.com.br.

domingo, 1 de novembro de 2009

Fórum das Letras de Ouro Preto

O Fórum das Letras de Ouro Preto é um dos eventos literários mais importantes do país. Esse ano está acontecendo desde o dia 29 de outubro e vai até amanhã, dia 2.

Confira uma cobertura especial do Fórum, no site da querida Paula Cajaty, que direto de lá, está nos trazendo todos os detalhes, sob seu olhar poético.

Uma outra cobertura de todas as mesas também pode ser conferida no site http://www.ouropreto.com.br/.

Mas para ter um gostinho do que foi dito, capturei algumas frases que foram ditas em algumas mesas, tiradas do twitter e do Facebook do Fórum das Letras. Assim vocês curtem o meu olhar sobre o olhar de quem está cobrindo o Fórum.

* Mesa O Papel da Crítica Literária no Brasil: Limites e Possibilidades (dia 30, sexta), com Almir de Freitas (editor da revista Bravo), José Castello (crítico literário e escritor), Luciano Trigo (jornalista e escritor) e Manuel da Costa Pinto (jornalista e crítico). Mediação de Guiomar de Grammont

Manuel da Costa Pinto: "É importante lembrar que a crítica tem uma historicidade. A atividade nasce a partir do momento em que arte passa a ser mais indívidual portanto mais hermética. O crítico nasce como uma forma de estabelecer uma forma de comunicabilidade entre a arte e seu expectador/ leitor"

Manuel da Costa Pinto: "Existe uma intencionalidade não do autor, mas do texto. O papel do critico é tentar entender essa intenção."

Almir Freitas: "Se a crítica se comporta como um tribunal, ela está agindo de forma distorcida."

Luciano Trigo: "O escritor se desabituou a ser contestado."

José Castello: "Não me considero um crítico literário, sinto que sou jornalista. Me vejo mais como um cara que se aventura na literatura."

José Castello: "o elogio pode ser muito perigoso, principalmente para escritores jovens.Pode incentivar a preguiça intelectual."

José Castello: "A maior dificuldade que tenho nas oficinas que ministro, principalmente em relação aos jovens, é que eles esperam regras e fórmulas de como se tornar um escritor."

Manuel da Costa Pinto: "Paulo Coelho é um fenômeno de sociologia da leitura, não de literatura."

José Castello: "O escritor tende um pouco a ganhar o papel de sábio na cabeça das pessoas, e o mesmo em relação aos críticos."

Manuel da Costa Pinto: Uma das formas de fazer crítica é ser respeitoso em relação às ambiguidades de leitura.

* Mesa Passos da produção do livro: da redação à edição (dia 30, sexta), com Lucia Riff (agente literária), Anne-Marie Metaillié (editora) e Ricardo Aleixo (poeta). Mediação de André Miranda.

Lúcia Riff: "Só é escolhido para ser editado o que já nasceu muito bom. E muitas vezes as pessoas não tem muito senso crítico."

Anne-Marie Metaillié: "Quando abre um manuscrito, você sabe quando está se aproximando do mar, você não o vê, mas sente uma força original"

Anne-Marie Mettaillié: "o difícil em um catálogo é fazer a publicação de um ano e reservar espaço para os novos escritores"

Anne-Marie Metaillié: "Bernardo Carvalho e Adriana Lisboa são os autores brasileiros, entre os que eu publico, que mais vendem na França."

Anne-Marie Metaillié: "Querem ler um romance verdadeiro? Um romance que faz rir ou chorar? Leiam Machado de Assis."

Anne-Marie Metaillié: "Lembro-me de cada livro que publiquei. Foi uma eleição afetiva"

Lúcia Riff: "os agentes literários não são imprescindíveis. O bom editor e o autor consciente podem se entender muito bem."



* Mesa Memória Reinventada (dia 31, sábado), com Edney Silvestre (jornalista e escritor) e Sasa Stanisic (escritor). Mediação de Marcelo Backes

Marcelo Backes: "Os livros de Sasa e Edney se aproximam no sentido de que, de alguma maneira, ambos tentam reconstruir seus países."

Edney Silvestre investiu 6 anos para escrever seu último livro e diz que provavelmente terá que investir mais 6 para que saia outro.

Sasa: "O mais difícil em meu livro foi imaginar, criar a ilusão de como uma criança pensa."

Sasa: "Em meus livros escolares Yuri Gagarin não era herói somente porque foi o primeiro a chegar ao espaço mas porque ganhou dos americanos."

Marcelo Backes: Para ambos os autores: o que os movimenta a escrever?

>> Edney: "não sei, sei que é inevitável." Sasa: "eu simplesmente gosto de sentar e escrever. Desde criança sabia que queria fazer isso."

* Mesa Paixão pela palavra: a leitura é uma forma de autobiografia?, com Heloisa Seixas (escritora) e Ruy Castro (jornalista e escritor)

Heloisa: "quando as histórias se apresentam para mim, elas já se apresentam no tamanho que querem ser. Eu olhava pelas ruas e, quando a história surgia, eu já sabia que aquilo era um conto mínimo. Foi assim também que os romances que eu escrevi aconteceram. Aquilo surgia na minha cabeça. E eu sabia que aquela história precisava de mais espaço."

Ruy Castro: "a Heloisa foi fisgada pela palavra contada, e eu fui fisgado pela palavra das jornais."

Ruy Castro: "Qualquer livro, por pior que seja, pode ser considerado de auto-ajuda. Não existe nada com o poder de transformação que um livro tem."

Heloisa: "Se alguém me perguntasse se eu queria fazer alguma coisa de não ficção, eu diria que não. A experiência de escrever um livro de não ficção foi uma surpresa pra mim." (Heloisa sobre o livro O Lugar Escuro, que conta a história da mãe com Alzeheimer)

Ruy: "a palavra é uma ferramenta extremamente poderosa"

E as pessoas que estão fazendo uso dela precisam estar conscientes de que podem mudar a vida das pessoas que as leem para o bem e para o mal

Nunca perdi um grama do prazer e satisfação de ler. Tento transportar isso pros meus livros. Faço questão de que sejam uma fonte de prazer.

Ruy fala da relação com Heloísa em casa. "Tudo o que escrevo, eu obrigo a Heloísa a ler. O contrário não acontece, pq ela escreve ficção"

Ruy: "de vez em quando me falam que só escolho filé (bossa nova, carmen miranda etc). Mas não é assim. A Bossa, em 1988, não estava em alta."

Heloisa: "Nenhum livro teve impacto tão forte na vida do Ruy e na minha também quanto Carmen. O outro livro, para mim, é Primo Basílio"

Ruy Castro: "Li muita literatura policial e de aventuras. Literatura barata e popular que os jovens leem. Quando ficamos mais velhos, buscamos os grandes autores, como Balzac, Flaubert, Machado de Assis e o Eça. Conteúdos mais importantes na literatura. Passei por Hemingway e tudo o que vocês podem imaginar. Mas nunca estabeleci uma ordem de valores entre uma literatura séria e a literatura popular."