sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Uma ótima iniciativa, e gratuita

Enquanto alguns aumentam a nossa conta, outros incentivam a cultura, sem cobrar nada por isso. O Metrô Rio o o Instituto Brasil Leitor inauguraram mais uma unidade da biblioteca popular "Livros & Trilhos", na qual os sócios, previamente cadastrados, têm acesso aos livros gratuitamente.

Veja abaixo a notícia divulgada no Globo onLine e enviada pelo PublishNews em 26/11/2008.

Livros & Trilhos é inaugurada na estação Siqueira Campos
O Globo Online - 26/11/2008 - por Redação

Na quarta-feira, às 15h, o Metrô Rio e o Instituto Brasil Leitor (IBL) inauguram mais uma unidade da biblioteca popular "Livros & Trilhos", desta vez, na estação Siqueira Campos. A primeira foi instalada na estação Central em dezembro de 2006 e conta com 5.800 sócios que têm acesso aos livros gratuitamente. “As bibliotecas instaladas dentro do metrô provam que o brasileiro quer e gosta de ler. Facilitar o acesso aos livros era o que faltava para incentivar a leitura em um mundo moderno e apressado”, explica William Nacked, diretor geral do Instituto Brasil Leitor, criador e gestor do projeto. A estimativa é chegar a dois mil usuários nos primeiros quatro meses de funcionamento. A Biblioteca Livros & Trilhos da Estação Siqueira Campos funcionará de segunda a sexta-feira, das 11h às 20h. Para utilizar o serviço, os passageiros precisam apenas fazer um cadastro, que é gratuito.

Senado impõe limites à meia-entrada

O grande problema do Brasil, ou de quem faz as suas leis, é que se tenta acabar com os ratos colocando remédio (mesmo que mate outros animais inocentes), em vez de recolher o lixo que os atrai.

Desculpem a metáfora tão forte, mas é indignante pensar no caminho que se toma para solucionar questões sérias. E mais ainda pensar que as pessoas que deveriam ser as primeiras a defender o acesso à cultura são as primeiras a aplaudir decisões que violam o bom-senso.

O Senado aprovou um Projeto de Lei que regulamenta a concessão da meia-entrada para estudantes e idosos acima de 60 anos. Até aí está tudo bem, mas vamos continuar. O problema é que a proposta limita esses ingressos a 40% do total de ingressos disponíveis para cada evento.

Qual a justificativa? coibir a falsificação das carteiras de estudantes, problema apontado pelos produtores culturais.

A partir disso eu pergunto o seguinte: se a justificativa se baseia nas falsificações das carteiras, por que não centralizar num órgão de confiança a emissão dessas carteiras? Por que incluir nesse projeto as entradas de idosos? Será que os pobres velhinhos estão falsificando rugas e cabelos brancos? E como ficarão as meias-entradas para crianças? Então num espetáculo infantil, um casal com dois filhos passa a pagar 4 inteiras?

E quem garante que haverá lisura nas bilheterias para controlar esses 40%? Quem irá fiscalizar isso? O que fará um idoso que queira assistir a um espetáculo e já na fila seja surpreendido com a notícia que terá que pagar um ingresso inteiro? E uma família com 2 ou 3 filhos? Eles dizem às crianças "desculpe, os ingressos que o papai pode pagar acabaram. Vamos voltar para casa." Por que não se votou um subsídio para essas meias-entradas?

Será que as salas de espetáculos estão tão cheias que os artistas podem se dar ao luxo de dispensar espectadores? Deve ser esse o motivo que tantos artistas ficam pelos andares do Shopping da Gávea divulgando suas peças, não é? É porque está faltando público...

Para mim festejar a aprovação desse projeto é valorizar uma posição elitista. O quanto se acha que a classe média consegue separar de seu orçamento para o lazer, considerando R$ 15 um ingresso de cinema, ou R$ 40 a R$ 60 um ingresso para teatro. Uma família de 4 pessoas (que é o meu caso) numa ida ao teatro, a esses valores, passaria a gastar no mínimo R$ 165 (considerando só o estacionamento, sem dar direito às crianças de lancharem). Talvez para o topo da pirâmide esse valor seja uma gorjeta de final de semana, não é?

Levo meus filhos com freqüência ao cinema e ao teatro, e me valho, sim, de meias-entradas para as crianças e de ingressos promocionais, pois além da cultura, eu preciso oferecer educação e saúde a eles, o que já me garante uma boa quantidade de dígitos no orçamento.

Abaixo a notícia publicada no Blog do Noblat a respeito, e a seguir outros links.

"Senado impõe limites à meia-entrada
De Adriana Vasconcelos:

Em meio à pressão de produtores culturais, artistas e estudantes, que não conseguiram se entender, a Comissão de Educação do Senado aprovou ontem, por unanimidade, projeto de lei do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) que regulamenta a concessão da meia-entrada para estudantes e idosos acima de 60 anos. A proposta limita a concessão da meia-entrada a 40% do total dos ingressos disponíveis para cada evento. Contrário à fixação dessa cota, o senador Inácio Arruda - do PCdoB, ligado à União Nacional dos Estudantes - tentou suprimir esse dispositivo do texto, mas seu destaque foi rejeitado com 14 votos contra e apenas sete a favor.

Para coibir a falsificação das carteiras de estudantes - apontada por produtores culturais e pela classe artística como responsável pelo aumento dos ingressos e até por inviabilizar espetáculos -, o projeto autoriza o Executivo a criar o Conselho Nacional de Fiscalização, Controle e Regulamentação da Meia-Entrada e da Identificação Estudantil. Caberá a esse conselho fixar critérios para a padronização, confecção e distribuição das novas carteiras estudantis, além de organizar mecanismos de controle da venda da meia-entrada e estabelecer um prazo de compra antecipada para a aplicação do benefício.

O resultado foi comemorado por produtores culturais e inúmeros artistas que acompanharam a votação - entre eles, os atores Wagner Moura, Christiane Torloni, Beatriz Segall e Gabriela Duarte. O presidente da Associação dos Produtores Teatrais Independentes de São Paulo, o ator Odilon Wagner, elogiou a fixação da cota e a inclusão, na última hora, de emenda do senador Augusto Botelho (PT-RR) sugerindo que o governo busque forma de ressarcir os produtores culturais pelo benefício."

Outros links a respeito:

Agência Brasil - Cota de 40% para meia-entrada divide opiniões
Estadão - Veja o que impõe o projeto de lei sobre a meia-entrada

Lançamento do livro Vibratio de Catarina Pereira

Terça-feira, dia 2 de dezembro, a partir de 18:30 hs, haverá na Estação das Letras o lançamento do livro de contos Vibratio de Catarina Pereira. O livro sai pela Editora Cais Pharoux.

Fiz duas oficinas com a Catarina e seus contos têm muito valor. Para quem quiser ter uma prévia, pode ler um dos contos que está no livro - O mundo em cores vibrantes. Esse texto pode ser acessado no site da Estação ou no Portal Literal.

Parabéns, Catarina!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Site Português Exato

Quem já não se viu precisando de um dicionário, sem ter nenhum por perto. Quando aconteceu comigo me virei bem com o dicionário on-line Priberam.

Hoje, foi divulgado mais um site útil para nos salvar nessas horas ingratas. E melhor, com a grafia do novo Acordo Ortográfico.

A Porto Editora lançou o Português Exato. O site pelo que percebi já existe há algum tempo, pois a grafia ainda é antes do Acordo Ortográfico (o endereço e o título trazem exacto e não exato), mas é válido pela utilidade de "converter" palavras nas novas grafias, e ser mais um dicionário para consulta. Além da conversão com base no Acordo, o sistema ainda traz um tradutor gratuito de espanhol/português e português/espanhol.

No portal é possível ter acesso aos links Conversor do Acordo Ortográfico, Dúvidas Resolvidas e Analisador Morfológico. O conversor foi desenvolvido com base na gramática de Portugal.

Fonte: Publishnews - 26/11/2008

Personalidade Literária de 2008

O Portal Amigos do Livro está promovendo até o dia 31 de dezembro uma enquete que vai eleger a Personalidade Literária de 2008. Estão concorrendo:
  • Machado de Assis (Centenário de Morte);
  • Guimarães Rosa (Centenário de Nascimento);
  • Lygia Fagundes Telles (A Dama da Literatura Brasileira);
  • Paulo Coelho (100 milhões de Livros Vendidos);
  • João Ubaldo Ribeiro (Prêmio Camões);
  • José Mindlin (Bibliófilo Brasileiro) e
  • Laurentino Gomes (Autor do livro 1808).

Fonte: PublishNews de 25/11/2008

O livro de Obama

Matéria da Agência Brasil que lê, divulgada pelo PublishNews (25/11/2008):

O jornal britânico Daily Telegraph publicou 50 fatos curiosos sobre a vida do 44º presidente eleito da história dos Estados Unidos. Além da informação de que Obama já leu todos os volumes da série Harry Potter (Rocco), a publicação revelou que Moby Dick, de Herman Melville (Cosac Naify), é o seu livro favorito. Publicado pela primeira vez em 1851, o romance narra a luta de um capitão contra a terrível baleia branca Moby Dick.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Pescador de leitores

Eu tenho uma tendência de me emocionar mais com os pequenos gestos do que com os grandes.

Essa semana eu ia de carro para lecionar à noite, encarando o que restou do dilúvio que caiu no Rio, quando um rapaz de rua parou para pedir na janela do carro à frente. Foi involuntário, mas logo verifiquei as trancas e o vidro bem fechado. Atenta aos seus movimentos, logo percebi que ele tremia de frio, suportando o vento que devia cortar lá fora. Pés descalços, corpo sujo, não sei se ele pediu ou se adivinharam, mas de dentro do carro saiu para suas mãos meia tangerina descascada. Ele continuou a conversar e apertar os braços que tremiam. Devia contar do frio que estava passando ou um resumo da sua vida. O sinal abriu e ele se embrenhou entre os carros para longe dali. Fiquei sem reação. O que antes era medo, virou piedade, ternura, ou até vergonha dos meus pensamentos. Na realidade, minha melhor ou pior reação naquele momento foram as lágrimas que queimaram meus olhos. A vontade de ter um tempo a mais e fazer algo. De talvez poder trazer-lhe um agasalho, uma palavra de conforto, de poder lhe oferecer um destino melhor do que aqueles pés descalços, sujos, e o corpo sofrido de fome e de frio. Não devia ter mais do que vinte anos aquele menino.

O primeiro conto com o qual ganhei um concurso literário falava sobre semear esperança, em forma de educação. A Literatura precisa mostrar, instigar, incomodar os que ainda não olharam para os lados. Mas não dá mais para esperar que o outro faça alguma coisa, de forma concreta. Nossos vidros continuarão fechados, pois a violência da nossa cidade nos impõe a isto. Mas é hora de abrirmos mais nossos corações, aos pouquinhos, aos que necessitam. Não esperarmos que eles venham aos nossos vidros, mas que nós nos precipitemos até eles.

Precisamos vender sonhos. Sem cobrar por isso. Pequenos pedaços de esperança para os que não têm nenhuma.

E falando de sonhos, e de pequenos grandes atos, recebi hoje do PublishNews um texto do Galeno Amorim, que reproduzo na íntegra. Maravilhoso. Não fala dessa pobreza que descrevi, mas da riqueza de quem reconhece a importância dos livros, do saber. E faz o seu pouquinho.

Pescador de leitores
Publishnews - 25/11/2008 - por Galeno Amorim, da Agência Brasil Que Lê

O dia ainda não amanheceu quando seu Joaquim faz as primeiras manobras para estacionar a velha carroça diante da casa número 1.135 da Avenida Benjamin Constant. A vizinhança dorme o sono dos justos. São pontualmente cinco horas da manhã. Com todo cuidado, que é para não fazer barulho – que barulho, como ensinou o poeta, de nada resolve –, ele inicia o ritual que repete com fervor quase religioso nos últimos anos. O dono da casa o ajuda a empilhar, zelosamente, as sete caixas. O animal se assusta e ameaça relinchar. Mas o homem, que não quer saber de vizinhos acordando a essa hora da madrugada, sussurra alguma coisa que aquieta o bicho. No pouco espaço que resta na carroça, agora ele ajeita duas estantes de aço. Como quem sabe o que faz, o carroceiro ruma à direção do estádio, palco de gloriosas partidas do campeonato de futebol amador de Pirapora, no Alto do Rio São Francisco, interior de Minas. Mas não é este seu destino final. Minutos mais tarde, freia bruscamente o carro de tração-animal no meio da via pública. Apesar da hora, já há por ali um forte burburinho.

Homens e mulheres montam, sem perda de tempo, as barracas. Ajeitam, nas bancas, dúzias de tomates, laranjas e outras frutas frescas colhidas na véspera. A carga misteriosa é descarregada com cuidado e posta no chão. Perto dali, o cheiro que exala dos isopores de pescados impregna o amanhecer. Léo do Peixe está radiante. Tira do bolso duas notas de dez reais e paga o carreto. Domingo, afinal, é dia de feira livre no Santos Dumont, bairro de classe média baixa onde ele vive há anos. Nos dias de semana, Leonardo da Piedade Diniz Filho pesca e vende em casa os peixes que há 18 anos retira nas águas do Velho Chico. No domingo, faz a feira. Ao lado da barraca de peixes, a esposa monta sua barraca de roupas infantis. Quando as caixas são abertas, uma surpresa: não há nada ali que possa ser vendido nas duas bancas!

Mesmo assim, eles estão felizes. E o que tem lá dentro? Livros! São livros para leitores de todas as idades. Quando clarear o dia, mais uma vez eles estarão lá fazendo fila diante da inusitada barraca para, em vez de verduras ou frutas, enfiar na sacola uma outra categoria de alimento – esse, alimento para a alma. Lobato, Machado, Eça, Coelho, não importam os autores. Muitos vão lá só pelo simples prazer de acariciar as obras. Uns lêem lá mesmo, outros levam para casa e devolvem na outra semana. Cada um leva o que quer e, se não terminou de ler, também não tem problema: o prazo é prorrogado. Não há burocracia e também não paga.

É simples assim o Clube de Leitura de Pirapora, que começou por causa do medo de Léo do Peixe de ver os filhos de pais tão ocupados se afastarem aos poucos dos livros. Logo os filhos dos outros feirantes apareceram e, hoje em dia, já são 400 sócios – pelo menos 80 aparecem a cada domingo. Muita gente vai à feira só para pegar livros. O movimento cresceu tanto que o pescador precisou até contratar ajudantes. E como a biblioteca municipal não abre nos finais de semana, o clube agora é uma referência na cidade.

Léo diz que foram os livros que mudaram sua vida. Ele gostou tanto dessa história de pescador de leitores que resolveu abrir mais sete pontos de leitura pela cidade. Pra quem pergunta por que faz isso, Léo do Peixe tem a resposta na ponta da língua: “Quem não lê é um cidadão de segunda classe... (Agência Brasil Que Lê)
Galeno Amorim (www.blogdogaleno.com.br) é jornalista e escritor.

Fonte: PublishNews

Esperanças e mudanças em 1º de janeiro

A partir de 1º de janeiro estaremos afogando as mágoas de 2008 e reacendendo as esperanças de 2009. É sempre assim. O primeiro dia do ano traz as velhas promessas, que quase nunca são cumpridas, e uma expectativa de renovação. É como se fechássemos um livro e abrissemos outro, de linhas clarinhas, novinho em folha, cheiro de material recém-comprado.

O dia primeiro trará também cara nova nas cadeiras do município, com os prefeitos e vereadores eleitos. Vamos ver o que nos espera.

Mas para nós que estamos antenados com a Literatura, perceberemos outras mudanças. O Grupo Estado anunciou que vai adotar a partir do primeiro dia de 2009 o Acordo Ortográfico assinado em 29 de setembro, pelo presidente Lula.

Isso é bom, pois ler várias vezes as ideias dos outros (sem acento), será mais fácil nos acostumarmos com ela.

Abaixo a matéria divulgada pelo Estado de São Paulo, obtida no PublishNews, de 25/11/2008.

"O Grupo Estado vai adotar, a partir do dia 1º de janeiro de 2009, o Acordo Ortográfico aprovado em 1990 pelos oito países de língua portuguesa. Embora o decreto assinado em 29 de setembro deste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio, tenha estabelecido um cronograma com tolerância de quatro anos, até dezembro de 2012, para aplicação do acordo, O Estado de S.Paulo, Jornal da Tarde, Agência Estado e os portais na internet adotarão as novas regras na data em que elas entram oficialmente em vigor. “O fato de um jornal como O Estado de S. Paulo aplicar o acordo desde o primeiro dia é uma grande contribuição para a fixação e adoção das mudanças ortográficas”, disse o filólogo e acadêmico Evanildo Cavalcante Bechara, responsável na ABL pela aplicação do acordo."

domingo, 23 de novembro de 2008

Mensagem para a semana: Luz e gratidão

Quem sabe vira rotina! Há uma semana, deixei aqui uma poesia de Fernando Pessoa para acarinhar nossa semana.
Hoje fiquei com vontade de deixar uma nova mensagem. E em vez de poesia, um cântico que, hoje, me trouxe lágrimas ao coração, durante o ensaio da Primeira Eucaristia do meu filho.
Que essa semana seja plena de luz para todos nós.

És meu tudo
Quero te agradecer, meu Senhor e meu Deus,
pelo sol, pela lua, as estrelas e o céu infinito,
pela chuva que cai fecundando a semente na Terra,
que será o nosso alimento, força pra viver.

Te agradeço, meu Deus, por nos dar o teu Filho Jesus,
por nos dar Tua paz, Teu carinho e Teu amor sem fim.
Te agradeço por todo o carinho que tens por mim,
por meus pais, meus irmãos e amigos, Te louvo, Senhor.

És meu tudo, Senhor,
Te agradeço, de verdade,
pois Tua graça, meu Deus, afinal... vive em nós. (2x)

E Tua graça... E Tua graça...
E Tua graça, meu Deus, afinal vive em nós! (2x)

Agenda da semana

A semana está bem movimentada para a literatura. Entre tantos eventos que acontecerão na semana, apresento alguns:
  • 26/11 (quarta) às 17h30m - José Saramago, no Brasil para lançar "A viagem do elefante", será homenageado na Academia Brasileira de Letras. As senhas para o evento serão distribuídas a partir das 12h de terça-feira. (Fonte: Prosa e Verso)
  • 27/11 (quinta) às 19h - abertura ao público da Primavera dos Livros, nos jardins do Museu da República (Rua do Catete 153). A feira irá até 30/11, de 10h às 22h, e a entrada é gratuita. (Fonte: site da Primavera dos Livros)
  • 28/11 (sexta) às 21h - O jornalista Luiz Paulo Horta toma posse na cadeira número 23 da ABL. Será recebido pelo imortal Tarcísio Padilha. (Fonte: Prosa e Verso)
  • 29/11 (sábado) às 10h30m - Acontece a troca de livros na Estação das Letras, no Flamengo. Às 11h30m haverá um encontro com Claudia Lage, falando sobre "A Arte do Romance". (Fonte: Estação das Letras)

Natal sem fome dos sonhos

São com pequenos atos que podemos construir novos sonhos.

Sabemos que se espera de cada um a sua parte, mas isso ainda não é comum. Por isso é bom divulgar qualquer motivação que faça um ou outro sair da toca.

O Circuito Estação está participando da Campanha "Natal sem fome dos sonhos" com um incentivo a mais. Entre os dias 21 de novembro e 15 de dezembro, quem entregar ao gerente de um dos cinemas do Circuito Estação, 5 (cinco) brinquedos ou livros infanto-juvenis novos, ganhará 2 (dois) vale-ingressos (válidos até 21/01/2009) para assistir filmes em qualquer sala do Circuito.

O regulamento pode ser acessado em http://www.grupoestacao.com.br/eventos/natalsemfome/natalsemfome2008.htm.

E para saber mais sobre o projeto "Natal sem fome dos sonhos", acesse http://www.acaodacidadania.com.br/. No site da Ação da Cidadania você consulta os locais, em todo o Brasil, que estão aceitando doações.

Participem, com ou sem ingressos.

sábado, 22 de novembro de 2008

Recomendo: Cyrano no Teatro Clara Nunes


Assisti hoje à peça Cyrano, adaptação do clássico Cyrano de Bergerac de Edmond Rostand. Minha opinião: simplesmente fantástico. Talvez as crianças menores não entendam completamente o espetáculo, mas não é por isso que sairão menos satisfeitas.

Experiência própria, pois fui acompanhada do maridão e dos filhotes de 4 e 10 anos. Meu filho, amante de literatura, curtiu na íntegra. Minha filha adorou, mesmo sem captar completamente os pormenores da história.

A proposta do espetáculo realça o que precisamos resgatar de mais importante: a palavra. E afirmo que o intento foi bem sucedido.

Impecáveis as atuações de Nívea Stelmann (Roxane), Thierry Figueira (Cristiano), Maurício Machado (Cyrano) e Tadeu Mello nas interpretações do conde, do cocheiro, da aia, e outros tantos personagens. Aliás, essa múltipla atuação de Tadeu é realçada pela perfeita comicidade do ator.

Mas se quiserem ter a oportunidade de curtir essa peça fantástica, vocês precisam correr. Só restam 3 espetáculos. A peça está em cartaz somente até o dia 30 de novembro, no Teatro Clara Nunes (Shopping da Gávea), aos sábados e domingos, às 17h.
E para conseguir aproveitar gastando um pouco menos, é só comprar os ingressos por meio do Projeto Teatro para Todos.

Aliás sobre o projeto apenas uma crítica negativa: o público de uma forma ou de outra é sempre desrespeitado. O projeto "Teatro para todos" oferece descontos em 41 peças até 21 de dezembro. Louvável pois o que direcionamos para o lazer não nos permite estar semanalmente nas salas de teatro. Porém, qual não foi minha surpresa ao chegar na bilheteria e descobrir que haviam lugares separados para os ingressos oriundos do projeto, e todos eles ficavam nas fileiras laterais. Eles deveriam distribuir junto com os ingressos um tubo de Gelol para melhorar o torcicolo.

E mais uma pequena reclamação: é preciso melhorar a limpeza dos banheiros do Shopping da Gávea. O banheiro feminino próximo ao Teatro estava deplorável.


Pescaria do espetáculo: "Amar em segredo é como ter asas e não poder voar".

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Campanha Teatro para Todos


Não só de literatura vive esses pobres escritores que somos nós...
Uma boa peça de teatro ou um bom filme faz muito bem para a alma.

E para que o sorriso seja mais sincero, nada melhor do que aproveitar um merecido desconto.
No próximo dia 21 de novembro começa a Campanha Teatro para Todos, que oferecerá mais de 50 mil ingressos para cerca de 40 espetáculos, com preços de R$ 5, R$ 10, R$ 15, R$ 20 e R$ 25. A promoção dura até 21 de dezembro.

Para evitar que as entradas para os espetáculos mais procurados se esgotem rapidamente, os bilhetes serão vendidos apenas para a semana.

Os pontos de venda dos ingressos:
  • Quiosque fixo da Cinelândia
  • Quiosque móvel
  • Lojas Americanas e Americanas Express
  • Postos BR, Mirilli, Piraquê, Radial Oeste e Boungainville
  • Posto Shell - São Bento
  • Modern Sound - Copacabana
  • www.ingresso.com
Fonte: O Globo - Rio Show e Site Teatro para Todos

domingo, 16 de novembro de 2008

Meu conto com Menção Honrosa no 9º Concurso de Literatura de Canoas

Uau!!!!!!!!

Que fim de semana maravilhoso!!!!!

Parece repeteco, mas não é! Acabei de descobrir mais um resultado de concurso. E adivinhem quem está lá novamente. Euzinha !!!!


Meu conto "Pequenos detalhes" recebeu Menção Honrosa no 9º Concurso de Literatura da Fundação Cultural de Canoas.


Mil saltos de alegria !!!!!!


Um agradecimento público à Livia Garcia-Roza. Lembro o quanto ela elogiou esse texto, quando o apresentei para ela. Posso dizer que meus escritos têm duas fases. A segunda fase começou com a oficina da Livia, com suas palavras de apoio e carinho. Minha querida escritora, você destruiu o peso que haviam colocado sobre mim, inibindo meus sonhos.


Para você, querida Livia, todo o meu carinho e o meu agradecimento. Se essa pequena escritora está desabrochando, devo isso a você.


O resultado do concurso pode ser conferido no link do Ficção de Gaveta.

sábado, 15 de novembro de 2008

Gastos x incentivos

Iniciativas que busquem divulgar nosso idioma e incentivar o apreço pela Literatura são sempre bem-vindas.

Na revista Língua Portuguesa, edição 34 (outubro/08) foram publicadas duas notícias interessantes. Meu único porém se refere ao custo destinado ao novo portal. Nosso país ainda possui muitas feridas sociais, para se pensar num gasto tão alto. Enquanto de um lado se gasta um valor tão excessivo para justificar a importância ao idioma, de outro há toda uma iniciativa, que busca atrair os jovens, sem que haja nada em troca, nem o benefício na média escolar.

Abaixo reproduzo parte das reportagens:

  • Governo anuncia portal do idioma até ano que vem
Juca Ferreira, o novo ministro da Cultura, disse à agência Lusa que um portal da língua portuguesa deverá ser criado até o fim do ano. A decisão foi tomada em reunião entre Ferreira e José Antônio Pinto Ribeiro, o ministro da cultura português. O projeto, que irá custar US$ 1 milhão, conta com o apoio do governo de Portugal para que seja posto em prática. (...)

  • Academia Mirim

Escolas começam a estimular a leitura criando versões infanto-juvenis e mambembes da Academia Brasileira de Letras

Por Antonio Carlos Santomauro

Bruna fala sobre a vida e a obra de Carlos Drummond de Andrade para mais de 50 atentos ouvintes. Às vezes, chama um deles para enriquecer sua exposição com informações adicionais ou com a leitura de textos. E todos vestem-se com o rigor próprio de quem se sente orgulhoso por viver tal momento.

Ao menos por enquanto, nem Bruna nem aqueles que a escutam ostentam históricos capazes de lhes conferir qualquer renome na pesquisa relativa ao poeta de Itabira. Também não estão ali motivados por salários ou jetons, com que são agraciados os integrantes de algumas academias.

Embora Bruna da Silva Oliveira tenha apenas 12 anos e, como sua platéia, curse o fundamental em uma escola municipal da periferia de São Paulo, tal reunião não decorre de nenhuma exigência curricular, nem visa melhorar os índices de desempenho escolar. Por puro amor à literatura, Bruna e seus ouvintes estão ali como integrantes da Academia Estudantil de Letras Padre Antonio Vieira, iniciativa precursora de um projeto criado para aproximar adolescentes e jovens da literatura.

Na AEL, esses jovens seguem um cerimonial inspirado nos rituais da Academia Brasileira de Letras: adotam um escritor como patrono, aprofundam-se em usa obra e, em reuniões mais formais, discutem temas literários trajados com "fardões" (obviamente, capas muitos simples). A participação é voluntária, não tem influência nas notas dos alunos participantes.

Dramatização

A AEL Padre Antonio Vieira começou a nascer em 2002, quando Sueli Gonçalves, então a professora de português da escola de mesmo nome, lançou o projeto Poesia - Um atalho para a paz. Sua idéia era usar a dramatização e o debate para tornar mais lúdico o processo de apresentação dos textos poéticos aos jovens.

Percebendo o interesse dos alunos, Sueli lançou um desafio: quem desejasse aprofundar essa relação deveria procurá-la na sala dos professores anunciando a senha: "Me apaixonei", com a qual exprimiria seu amor pelas letras. Esperou três semanas até vir uma aluna mais ousada, com a qual Sueli começou a conversar, fora dos horários de aula, sob um eucalipto plantado na frente da escola. Tal cena motivou outros alunos, e três anos depois o grupo já tinha doze integrantes.

Para dar base mais perene a esse trabalho, em 2005 Sueli fundou a AEL Padre Antonio Vieira, hoje composta por 50 alunos - a pequena Bruna ocupa a cadeira número 4, de Carlos Drummond de Andrade. Sueli teve como inspiração um projeto similar implementado por um de seus professores do ensino médio (na época, ensino colegial).

-- Nosso principal objetivo não é descobrir novos talentos literários, trabalhamos a literatura como veículo de alores e humanismo -- diz Sueli.

Rede literária

Há dois anos Sueli deixou de lecionar português, e agora, na Secretaria Municipal de Educação, dedica-se ao surgimento de novas AELs.

(...)

E as AELs agora espalham-se por outras escolas: até setembro, já havia seis em escolas municipais de São Paulo.

(...)

Sueli mantém um blog, no qual atualiza as informações sobre o projeto, e expõe mais detalhadamente o esforço desses "acadêmicos" que, se não necessariamente vão se tornar autores, podem se tornar leitores mais exigentes.

Fernando Pessoa, para adoçar nossos dias...

Um pouco de Fernando Pessoa para adoçar nosso sábado e todos os dias...


Dorme sobre o meu seio,
Sonhando de sonhar...
No teu olhar eu leio
Um lúbrico vagar.
Dorme no sonho de existir
E na ilusão de amar.


Tudo é nada, e tudo
Um sonho finge ser.
O 'spaço negro é mudo.
Dorme, e, ao adormecer,
Saibas do coração sorrir
Sorrisos de esquecer,
Dorme sobre o meu seio,
Sem mágoa nem amor...


No teu olhar eu leio
O íntimo torpor
De quem conhece o nada-ser
De vida e gozo e dor.


Fonte: Fernando Pessoa: antologia poética. Porto Alegre: Leitura XXI, 2006.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Palavras daqui, significados de lá

O Acordo Ortográfico é uma realidade, mas que trará unificação apenas da grafia. Mas o significado, esse continuará diferente nos diversos países lusófonos.

E para divertir um pouquinho, estou reproduzindo aqui algumas palavras que têm significados completamente diferentes em Portugal.

  • Apelido - No Brasil, é alcunha. Em Portugal, é o sobrenome. "Meu apelido é Almeida".

  • Cápsula - No Brasil, recipiente. Em Portugal, tampa de garrafa.

  • Fato - No Brasil, acontecimento. Em Portugal, o mesmo sentido está em "facto", em paralelo a "fato", costume, roupa em geral. "Comprei um fato novo".

  • Cuecas - No Brasil, roupa íntima masculina. Em Portugal, a peça equivalente feminina (calcinha).

  • Velocípede - No Brasil, veículo de três rodas. Em Portugal, bicicleta.

  • Roupa-velha - Em Portugal, com hífen, refere-se também a uma espécie de ensopado feito com sobras de carne e legumes. "Vamos tomar uma roupa-velha?"

  • Jornaleiro - No Brasil, vendedor de jornais e revistas. Em Portugal, diarista, aquele que recebe por dia trabalhado.

  • Assobio - aqui, som agudo e prolongado produzido com os lábios. Já em Portugal, é o apito. "Você tem um assobio para me emprestar?"

  • Putos - No Brasil, é mais comum ser usado como um palavrão informal. Mas em Portugal indica garotos.

  • Dobrar - No Brasil, é duplicar alguma coisa, curvar (alguém ou algo). Em Portugal, significa dublar, substituir um idioma por outro em trilha sonora de um filme, programa de televisão etc.

Um tradutor das diferenças de lá e de cá:

  • Absorvente - penso higiênico

  • Jantes - rodas

  • Pão bisnaga - cacete

  • Camisinha - durex

  • Criançada - putalhada; canalhada

  • Cego ou deficiente visual - invisual

  • Chiclete - pastilha elástica

  • Comissária de bordo - hospedeira

  • Dentista - estomatologista

  • Descarga da privada - autoclismo

  • Garis - almeidas

  • Fino - chope

  • Impostos - propinas

  • Injeção - pica

  • Isopor - esferovite

  • Mulherengo - fadista

  • Peruca - capachinho

  • Pregador de roupa - mola

  • Privada - sanita

  • Professor particular - explicador

  • Sapatão - fufa

  • Tesão - ponta

  • Varal - estendal

  • Conta - punheta

Fonte: matéria "Nem tão igual assim" de Bel Tosato - Revista Língua Portuguesa - nº 34

Peço a quem encontrar...

Perdemos de tudo nessa vida, não é? Quem já não perdeu um livro, um papel importante, um número de telefone, os documentos? Aqui em casa quando some alguma coisa, ou apelo para São Longuinho ou aviso aos duendes que vivem escondendo minhas coisas, que a brincadeira não tem mais graça. Basta uma voltinha, e lá está ele, o objeto sumido, no lugar onde eu havia cansado de vasculhar.

Bem, mas tem algo que está perdido em minha memória e está me martelando a semana toda. Fala do princípio, o gênese de minha paixão pela Literatura. Foi no colégio, nos textos trabalhados nas aulas de português, que tudo começou. Gostaria de poder dizer que meus primeiros livros foram do Lobato, mas Emília era a realidade no seriado que passava na tevê. Meus primeiros livros, amados e que me deixavam excitada, foram escritos pelo Marcos Rey. Mas foram os textos lidos e analisados em meus livros escolares que me fizeram transbordar o gosto da leitura para o gosto da escrita.

Comecei rabiscando uns poemas, que incentivados por meus amores juvenis, se transformaram em páginas e páginas, todas datilografadas e devidamente arrumadas. Onde estão? Eu mesma joguei fora, quando achei que isso fazia parte do passado; quando me vi tão envolvida com a Informática e com as dezenas de livros técnicos que precisava devorar, que acabei achando que a Literatura estava limitada a um ou outro romance que eu me forçava a ler, para viajar e relaxar.

Lembro que vasculhava o dicionário buscando palavras que funcionassem em minhas rimas. E houve especialmente duas palavras que me marcaram e nunca esqueci o significado, pois absorvi a emoção que elas queriam me passar: uma eu usei em meus poemas; a outra é do texto que falo abaixo. As palavras? Incomensurável (= muito grande) e rota (= esfarrapada).

Pois é. O engraçado é que lembrei essa semana do trecho de um texto (desses de livro de ginásio), acredito que um poema, que mesmo trinta anos depois ainda está vívido em minhas lembranças.

E estou precisando desesperadamente descobrir que texto é esse, pois isso se tornou uma obsessão. Quem é o autor? Qual o título? Voltar a ler na íntegra esse texto que me marcou tanto.

Se alguém souber sobre ele, peço que publique aqui pistas que me levem a tirar a poeira de minhas lembranças. Recompensa? Minha eterna gratidão.

O trecho que nunca me esqueci está aqui:
“aquela boneca velha, toda rota, quase nua, por uma menina rica foi abandonada na rua”.

Meu conto em 7º lugar no Prêmio Cataratas

Uau! três vezes, ou seria melhor, sete vezes.

Saiu o resultado do Prêmio Cataratas 2008. O resultado pode ser conferido no meu novo blog que lancei este mês só para centralizar os concursos literários e seus resultados. O novo blog é o Ficção de Gaveta, para incentivar todos aqueles que estão com a gaveta transbordando.

Mais por que o Uau!? É simples, meu nomezinho, ou melhor, meu querido conto "O envelope azul" está entre os premiados. Fiquei em 7º lugar. Podem dizer assim: poxa, mas tudo isso por um 7º lugar. Não, tudo isso por mais um prêmio, por um 7º lugar entre tantos contos inscritos, e que devo estar no caminho certo. E o velho sonho de menina vai se tornar realidade depois de 21 anos em outros caminhos não-literários.

O resultado do Prêmio Cataratas pode ser conferido no link do Ficção de Gaveta.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Guia prático da Nova Ortografia

Douglas Tufano, professor e autor de livros didáticos de língua portuguesa, preparou um guia com as novas regras da nova ortografia brasileira.

Esse guia está disponível on-line no endereço: http://michaelis.uol.com.br/novaortografia.html.

O que tenho lido...

Há uns três meses talvez, um colega de trabalho me pediu a indicação de um livro. Queria presentear sua mãe. Na época, lhe indiquei Meus queridos estranhos da Livia Garcia-Roza. Um romance de intensa sensibilidade. Os textos que leio não saem incólumes, iguais a mim. Frases marcadas, assinaladas, apontadas com setinhas. E quando me envolvem, quase sempre tem um adjetivo cheio de pompa para me reforçar a lembrança daquela impressão. Nesse eu escrevi "maravilhoso!".

Há algumas semanas, uma amiga que é minha leitora fiel, me questionou o que eu estava lendo. Não só revelei o conteúdo de minha bolsa, como emprestei-lhe dois livros que eu havia acabado de ler.

Ontem terminei mais uma leitura. E hoje já comecei uma nova. E conforme avançava, feliz pelas linhas que me tocavam, tive vontade de dividir minha lista com vocês.

Atualmente estou lendo Conversas com Cortázar de Ernesto González Bermejo (Jorge Zahar Editor). A orelha nos pesca em poucas frases:

"As conversas de um jornalista de primeira linha com um escritor de primeiro quilate podem resultar em duas coisas: um sutil confronto de vaidades, ou um registro denso, esclarecedor, enriquecedor e permanente.
O repórter uruguaio Ernesto González Bermejo pertencia à melhor estirpe do jornalismo de seu país. O argentino Julio Cortázar foi, sem dúvida, não apenas um dos escritores de maior calibre da segunda metade do século XX, como um dos contistas mais notáveis de todos os tempos.
Um belo dia, em 1977, Ernesto resolveu reunir num livro algumas de suas muitas conversas formais com Julio. Desde então, tornou-se obra de consulta obrigatória não apenas para os interessados em Cortázar, mas para quem quiser mergulhar nos desvãos da carpintaria de um escritor."

E essa carpintaria que vai se desvendando em cada resposta de Cortázar, vai também nos acorrentando a esse escritor fantástico, de extrema competência e brincalhão. Em fevereiro próximo, completará 25 anos que Cortázar nos deixou, mas seus textos são tão atuais e tão fortes que parece que ele ainda nos orienta.

Uma de suas brincadeiras ao falar das leis e regras do romance:
"O romance não tem leis, a não ser a de impedir que a lei da gravidade entre em ação e o livro caia das mãos do leitor."

Um pouco de Cortázar por Cortázar:
"Cheguei à prosa com dificuldade. Aos oito anos, eu já escrevia poemas e, como sempre obedeci aos ritmos, ao som ritmado das palavras e das coisas, esses poemas, de conteúdo espantoso, inteiramente ingênuos, inocentes e desimportantes, eram perfeitamente metrificados e perfeitamente ritmados. Sem saber que um hendecassílabo era um verso de onze sílabas, escrevia sonetos em hendecassílabos, absolutamente infalíveis como ritmo e rima."

Não consigo ler um livro apenas. Sempre tenho um romance ou livro de contos, acompanhado de um livro teórico. Além dos livros que devoro do início ao fim, sempre tenho outros que leio um pouquinho a cada semana.

Atualmente:

- Os cem melhores contos brasileiros do século, organização de Ítalo Moriconi (Objetiva)

- Dublinenses, James Joyce (Civilização Brasileira)

- Obras completas III, Jorge Luis Borges (Editora Globo)

E para completar, os últimos livros que li, em ordem decrescente:

- Flores azuis, Carola Saavedra (Companhia das Letras)

- Linha de sombra, Lúcia Bettencourt (Record)

- Reparação, Ian McEwan (Companhia das Letras)

- Formas breves, Ricardo Piglia (Companhia das Letras)

- Milamor, Livia Garcia-Roza (Record)


sábado, 8 de novembro de 2008

Encontro com Ana Maria Machado na ABL



A Academia Brasileira de Letras está promovendo a série "Encontro com o autor".
E para começar muito bem, o primeiro encontro será com Ana Maria Machado.
Acontecerá no próximo dia 13 de novembro, quinta-feira, às 17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr., na Av. Presidente Wilson, 203.
Melhor do que isso: a entrada é franca e aberta ao público.
O encontro terá a moderação da Beatriz Resende.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Oficinas literárias - pequenas e grandes dicas

Tenho feito algumas oficinas e workshops na Estação das Letras. Isso tem me dado o prazer de ouvir dicas maravilhosas vindas de grandes mestres. Sempre que a ampulheta resolve me dar uma trégua, publico aqui algumas dicas dessas oficinas.

Já tenho algumas da oficina que estou fazendo com o Marcelo Moutinho, mas a publicação vou deixar para quando terminar o curso.

Enquanto isso, aproveito para divulgar alguns artigos do Digestivo Cultural, que falam de oficinas feitas na Academia Internacional de Cinema, em São Paulo. Dicas valiosas.
Para complementar, me lembrei dos decálogos ao jovem escritor que li há alguns meses no Jornal Rascunho. São escritores consagrados falando àqueles que estão no início do caminho.

E para vocês curtirem, segue abaixo a lista dos links, direto à fonte de informações preciosas.

* Artigo "Oficina literária com Michel Laub" de Débora Costa e Silva. (Digestivo Cultural, 06/11/2008)

* Artigo "A preparação de um romance" de Débora Costa e Silva. (Digestivo Cultural, 22/05/2008)

* Post "Biografias literárias" de Débora Costa e Silva. (Digestivo Cultural, 25/10/2008)

* Post "Oficina de conto na AIC" de Débora Costa e Silva (Digestivo Cultural, 21/07/2008)

>> Sobre esse artigo, eu já havia publicado um resumo aqui no blog.

* Post aqui no Canastra, sobre o Workshop com o Moacyr Scliar.

* Decálogo ao Jovem Escritor (vários escritores, Jornal Rascunho)

* Decálogo do Resenhista (por Nelson de Oliveira, Jornal Rascunho)

Artigo sobre novo Acordo


Li hoje um artigo do Marcelo Spalding no portal http://www.artistasgauchos.com.br/. Achei muito bom. Recomendo.
Nos faz enxergar como será difícil escrever algumas palavras. Não por ser difícil aprender as novas regras, mas pelo fato de nosso cérebro lutar com a ideia de que algumas palavras soam estranhas sem acentos, como é o caso da própria ideia.

Estou tentando me policiar para daqui para frente começar a escrever com base nas novas regras. Mas tenho que confessar: está muito difícil.

Por fim, como diz o Marcelo no artigo: "para para pensar", todos aqui, em Lisboa ou em Luanda vão escrever assim, e com o tempo nos acostumamos.

Agora é só curtir o artigo.

Um pouco sobre ele:
"Marcelo Spalding é formado em jornalismo e mestrando em Literatura Brasileira na UFRGS, vice-presidente da Associação Gaúcha de Escritores, editor do website Veredas, autor dos livros 'As cinco pontas de uma estrela', 'Vencer em Ilhas Tortas' e 'Crianças do Asfalto', membro do grupo Casa Verde, colunista do Digestivo Cultural e professor da Oficina de Criação Literária da Uniritter."

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Felipe Massa - a volta de um sonho

Domingo eu fiquei frustrada. Cheguei a pensar em escrever algo sobre essa vitória com gosto de derrota. Desisti. Hoje lendo o blog da Lucia Bettencourt e do Marcelo Moutinho, me bateu nostalgia. Tanto que meu comentário para o texto do Marcelo foi quase uma carta.

Mostrei a uma amiga, e ela me disse para eu publicar aqui. Hesitei, mas decidi colocar.

Para mim a vitória está só começando.

Então, meus parabéns, Massa! Com gratidão de uma torcedora que vai voltar a vestir a camisa.

Abaixo o comentário que deixei no blog do Marcelo:

Domingo para mim, aos dezesseis anos, era respirar as corridas de F-1. Assisti a cada vitória emocionante de Senna, a cada disputa de bastidores entre ele e Prost. À briga boba entre ele e o Piquet. Odiei quando o alemão veio roubar a magia da nossa festa. Nada me tirava da frente da tevê. Minha mãe me questionava se eu ia deixar meus filhos com fome, para assistir às corridas. Não deu para saber. No ano em que me casei, chorei como se tivesse perdido um ente querido, ao ver aquele carro batido no dia 1º de maio de 1994. Desde então, me senti órfã do automobilismo (se isso é possível!). Não voltei a assistir as corridas. Até este ano, quando senti um bichinho antigo de torcedora me cutucar. Ontem torci, muito. Por trinta segundos, berrei para que o Velter disparasse na frente. Ele atendeu meus pedidos. Pena que esqueci de pedir para que um Glock não estragasse o meio minuto de glória.

Não deu. Este ano. Mas a porta se abriu. A vitória realmente foi do Massa, sem tirar o mérito do Hamilton. Triste é pensar que a tecnologia nos roubou essa alegria. Mas não importa. Ano que vem estaremos novamente na disputa. Com um novo ídolo, que por coincidência ou não, também tem as letras repetidas em seu nome (Senna x Massa). E eu estarei novamente diante da tevê, e para que minha mãe não tenha razão, vou almoçar na casa dela. Assim a comida das crianças estará garantida.

sábado, 1 de novembro de 2008

ABL lança seu Dicionário Escolar da Língua Portuguesa


A Academia Brasileira de Letras lançou no último dia 30 de outubro seu "Dicionário Escolar da Língua Portuguesa". A obra que já adota a nova ortografia, traz exemplos para ilustrar grande parte das acepções.


O dicionário com 1315 páginas possui 33 mil verbetes, textos sobre a história da ABL, um histórico da Língua Portuguesa e da formação do léxico português, além de orientação quanto à nova ortografia, e um suplemento sobre o Acordo Ortográfico.

Segundo o Acadêmico Evanildo Bechara, o trabalho teve início em fevereiro de 2005, e foi encerrado em outubro de 2007, com a participação de cinco lexicógrafos doutores em Letras, Literatura, Lingüística e Filologia.

Está publicado pela Companhia Editora Nacional e já pode ser encontrado nas livrarias. No site da Saraiva ele é oferecido por R$ 26,30, enquanto que no da Livraria Cultura sai por R$ 32,90.


O menino que vendia palavras é o grande vencedor do Jabuti



Já se esperava o quinto prêmio para O filho eterno, mas foi O menino que vendia palavras, de Ignácio de Loyola Brandão, que conquistou nesta sexta-feira o Jabuti de Livro do Ano de ficção. O autor, além do troféu, levou também um prêmio de R$ 30 mil.



A obra havia ficado em segundo lugar na categoria infantil, atrás de Sei por ouvir dizer de Bartolomeu Campos de Queirós.

Na categoria de Livro do Ano de Não-Ficção, o vencedor foi Laurentino Gomes, com a obra "1808".

Um pouco sobre a história vencedora:
"O protagonista deste livro é um menino que tem muito orgulho de seu pai, um homem culto, inteligente e que conhece as palavras como ninguém. Se os amigos do menino querem saber o significado de alguma palavra, é o pai dele que sempre procuram. Quer saber o que é epitélio? Alforje? Lunático? Ele sempre tem uma resposta.O menino logo percebe a curiosidade dos amigos e tem uma idéia bastante astuta: e se começasse a negociar o significado das palavras? Gorgolão? Vale uma fotografia de um navio de guerra. Enfado? Um sorvete de picolé, trazido pelo dono da sorveteria. Pantomima? Um chiclete. E assim começa seu "negocinho" no bairro, escondido do pai, é claro. O menino, sempre com um humor leve e envolvente, descobre como é importante conhecer as palavras, pois assim ele vai saber conversar, orientar as pessoas, explicar suas idéias e sentimentos, desempenhar melhor suas tarefas, progredir na vida, entender todas as histórias que lê e até mesmo convencer uma menina a namorá-lo! E, assim, vai aprendendo essas e outras lições valiosas e percebendo com seu pai o quanto a leitura é necessária, pois quanto mais palavras você conhece e usa, mais fácil e interessante fica a sua vida."


Fonte: Blog do Prosa on-line