domingo, 20 de fevereiro de 2011

Originais entregues... hora de cobrir o vazio


Essa semana eu entreguei os originais do meu livro De volta à Caixa de Desejos (título provisório).

É um romance juvenil que continua a história da Marília no Caixa de Desejos. Não, não terá um terceiro livro. Inicialmente, não teria nem esse segundo, mas os leitores pediram e, de repente, eu também senti saudades da Marília e da Francine. Mas não havia mais o que contar sobre elas na época de meninas. Então, dei um pequeno salto no tempo e as levei para o início da fase adulta.

Quando o novo livro começa, Marília está a um mês de completar 18 anos. Francine vai completar 20 anos. Só que o princípio da fase adulta traz novos conflitos. O tema dos desejos e do quanto sonhamos com eles está de volta, mas em tons diferentes. Há um personagem masculino muito importante - o Joca - que vem com um sonho muito bem definido: se tornar um jogador de futebol.

Mas a vida não é feita apenas de sonhos, mas de realidade, e muitas vezes de uma realidade pouco palatável. E quando essa realidade se dilui na história da nossa família, seja ela no passado ou no presente, percebemos que é preciso entender muito mais dessa ascendência, para decidirmos nossos próximos passos.

E é assim, às voltas com novos amigos, com o Joca e seu sonho, com as provas de vestibular e com novos conflitos na vida pessoal e em família que Marília aprende que crescer é difícil, doloroso, mas é inevitável.

Há um trecho do primeiro capítulo que fala um pouco desse sentimento.

"A vida tem disso, às vezes não sabemos nem o que pedir. Estamos sempre buscando sonhos e, com eles, a felicidade. Mas do que somos capazes pra realizar esses sonhos? Havia um bom tempo que eu não tinha tantos pedidos pra guardar na caixa. Minha vida corria em paz, eu continuava escrevendo, tinha um namorado, amigos e planejava um futuro como escritora. Mas de repente tudo mudou."

Divulguei também no Twitter (http://www.twitter.com/anacristinamelo) duas frases que dão mais algumas dicas sobre a história:

"Nem sempre as pessoas são o que parecem ser. E nem sempre conhecemos o passado da nossa família".


O livro chegou ao fim. Um livro de cerca de 300 páginas, que me fez aprender muito. Entendi que aprendemos cada vez mais a cada livro que colocamos um ponto final. Talvez esse tenha demorado tempo demais para ser terminado, pois eu estava com medo. Medo de terminar. Medo de colocar o ponto final. Medo de encarar novamente a angústia da aceitação. Mas aprendi que não podemos ter medo. E quando entendi isso, produzi feito nunca, produzi em duas semanas mais do que em dois meses inteiros, e cheguei ao final, e então me veio o vazio, o vazio de ter chegado a esse fim, da história ter sido revelada, da tarefa ter sido concluída.

Falando em tarefa, logo me vem à mente o conto "A troca e a tarefa" da Lygia Bojunga, que está no livro Tchau. Se você não leu ainda, vai lá e compra. Vale a pena. É um livro lindo. E esse conto fala muito dessa angústia do escritor. E nos faz entender que nunca colocamos o ponto final. Apenas criamos mais um degrau, como a imagem que escolhi pra esse post. Não há ponto final. Há apenas um fechamento. É como se fechássemos um livro que acabamos de ler. E para quem tem paixão pela literatura vai entender o que vou falar: quando fechamos um livro, podemos ficar tristes de ele ter acabado, mas logo aplacamos nossa tristeza buscando uma nova história. Pois essa é a mesma sensação de um escritor.

É isso, essa tristeza, esse vazio, precisam ser aplacados. Mas dessa vez, já sei como lidar com meu medo. Ele vai existir, eu vou tremer quando o livro estiver pronto, vou me encolher temendo o que vão dizer, mas agora não posso pensar nisso, preciso continuar, dar o próximo passo, me entregar a novos personagens, aprender mais um pouco. E espero poder continuar esse aprendizado por muito tempo, criando pilhas de livros escritos como aqueles que estão lá no início. E cada vez que eu terminar um texto, que possa ter a vontade de começar outro, abrindo meus sentimentos para o mundo.

Então, conto com vocês para acolher meu próximo filhinho. Previsão: junho de 2011. Se os adultos gostaram tanto do primeiro, que tinha personagens no início da adolescência, tenho esperança que curtam bastante esse também.

E agora vamos a dois novos projetos: um outro livro infantojuvenil e meu primeiro romance adulto. Sobre o que são? Só falo quando colocar o ponto final.

Um lindo domingo pra vocês.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

1ª edição do Jornal Sobrecapa Literal


Já está no ar a 1ª edição do Jornal Sobrecapa Literal, com muitas seções e a proposta de divulgar a literatura nacional.

Acesse o link http://sobrecapa.wordpress.com/sobrecapa-literal/ para ler a 1ª edição. Lá também é possível assinar o jornal, para receber o aviso das próximas edições. A assinatura é gratuita.

E se você quer divulgar:

- dicas de livros
- eventos literários
- iniciativas literárias
- concursos literários
- matérias ou crônicas escritas por você ou que você leu

Participe da seção "Com a palavra, o leitor". No link acima tem o formulário para você mandar sua notícia.

Curta e espalhe a boa notícia!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Estou de volta, com a corda toda!

Voltei! Eu já havia me programado ficar um pouco off em dezembro e janeiro, mas por força de alguns probleminhas de saúde acabei ficando muuuito off.

Mas já estou com a corda toda de novo. Pelos próximos dias, pretendo mudar o layout do Canastra e passar a escrever com mais frequência, como se esse cantinho fosse meu diário pessoal literário, aliás, objetivo inicial dele. E como todo diário, toda vez que eu ler alguma matéria muito legal, que não queira perder o link, vou comentar aqui, como se fosse um pequeno recorte de jornal que colamos nas folhas dos nossos diários.

Muitas mudanças serão feitas nos meus espaços, para que o tempo possa ser dividido de forma justa, não só com as divulgações que não quero abandonar, mas com a minha própria literatura.

E para mostrar que esse espaço aqui é especial, divulgo em primeira mão as duas grandes mudanças que vão acontecer essa semana:

1º) O meu site Sobrecapa (dedicado aos lançamentos literários) passará a publicar um jornal virtual mensal, chamado Sobrecapa Literal. E a primeira edição vai ao ar amanhã (dia 3 de fevereiro). O jornal concentrará artigos, releases sobre livros, lista de mais vendidos (exclusiva da literatura nacional), dicas de português com uma colunista de mão cheia, agenda, concursos literários, dicas de cursos, e muito mais.

Pretendo abrir uma seção: "Com a palavra, o leitor", para que os leitores possam dizer o que está acontecendo de literário em suas cidades. Ou dar dicas de leituras.

É para ser um ponto de encontro, informal, do jeito que a leitura tem que ser.

2º) O blog Ficção de Gaveta (de concursos literários) será descontinuado. Ele passa a ser uma seção dentro do jornal Sobrecapa Literal.

Agora, novidades divulgadas, vamos voltar às anotações do meu diário...

Essa semana eu li uma matéria na Época, escrita pela Eliane Brum, que me deixou muito tocada. Tive o prazer de conviver em oficinas com o Luiz Ruffato, e a definição que a Eliane fez dele: "Ele é uma das pessoas mais encantadoras e generosas que já conheci. Encontrá-lo é como chegar em casa." é uma das definições mais perfeitas que alguém poderia fazer do Luiz. Ele é uma pessoa fantástica. Aliás, existem pessoas fantásticas no meio literário, mas também existem pessoas que, como disse a Eliane, são tão arrogantes e mesquinhas, que ufa!, é melhor chegar perto apenas dos textos, e olhe lá, porque às vezes nem o texto vale a pena. Mas o Luiz, não, ele é aquela pessoa que nos brinda com generosidade, com inteligência, e faz com que a gente sinta privilégio de ser seu amigo. Não deixem de ler a matéria "A Igreja do Livro Transformador" no site da Época, e conheçam um pouco mais desse cara fantástico.

Aliás, falando em generosidade, deixo aqui minhas orações e torcidas pelo Moacyr Scliar, que está internado depois de ter sofrido um AVC. Que ele fique logo bom, pois ele é outro autor que tive o prazer de conhecer e reconhecer a generosidade imensa, tão grande quanto o seu talento.

Força, Moacyr. Estamos torcendo por você.

E aproveitando matérias que nos deixam orgulhosos, confiram outra matéria da Eliane, dessa vez com o Rogério Pereira, editor do Rascunho, talvez o único jornal realmente literário que temos no país. Ele é um batalhador e um orgulho para o meio literário. Então, separem um tempinho e leiam também a matéria "A vingança de Rogério Pereira".

E para fechar o dia, uma super notícia: A Livraria Cultura vem para o Rio. Uhuuuuu!!!!

A grande rede inaugura duas lojas no Rio. A primeira e maior, com 3300 metros quadrados, será no Centro, onde funcionava o Cine Vitória (Cinelândia). A outra ocupará 1000 metros quadrados no shopping Fashion Mall.

Pena que vamos ter que esperar até o segundo semestre. Mas quem sabe eu já não lanço lá o "De volta à Caixa de Desejos", que será publicado esse ano. :)

Beijinhos e até a próxima anotação no meu diário.