segunda-feira, 26 de julho de 2010

Carta pública da AEILIJ ao Ministro da Cultura

A AEILIJ está divulgando a carta aberta que enviou ao Excelentíssimo Senhor Ministro da Cultura Juca Ferreira posicionando-se a propósito do Anteprojeto de Lei que regula os direitos autorais e que se encontra em consulta pública.

Nó, autores de LIJ, entendemos que alguns pontos precisam ser revistos, pois ferem diretamente toda a cadeia produtiva do livro.

Nos ajudem a divulgar. A carta pode ser acessada no site da AEILIJ.











Rio de Janeiro, 18 de Julho de 2010

Ao

Excelentíssimo Senhor Ministro da Cultura Juca Ferreira

Esplanada dos Ministérios, Bloco B, Brasília - DF, CEP 70068-900

Re.: Anteprojeto de lei que altera a Lei Federal 9.610/98 apresentado pelo Ministério da Cultura para consulta pública em 14/06/2010

A AEILIJ - Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil, entidade que representa os autores de texto e imagem que atuam no segmento de literatura infantil e juvenil vem, por meio deste documento, posicionar-se a propósito do Anteprojeto de Lei que se encontra em consulta pública e que objetiva alterar a Lei 9.610/98, que regula os direitos autorais.

Entendemos que algumas das propostas apresentadas pelo Anteprojeto, ao invés de estimular a produção de bens culturais, podem trazer sérios prejuízos à cultura brasileira e à subsistência da produção intelectual, assim como aos segmentos de mercado a ela relacionados e suas respectivas cadeias produtivas, visto que alguns dos acréscimos propostos são danosos ao exercício profissional dos criadores de obras artísticas, científicas e literárias.

Mais ainda: alguns acréscimos, visando especificar e legalizar determinadas práticas, como as apresentadas no Artigo 46, principalmente em seu parágrafo único, fornecerão, na prática, subsídio legal para a reprodução e disponibilização não autorizadas de obras integrais protegidas, sem que os titulares do direito autoral tenham uma justa contrapartida.

Algumas propostas ferem gravemente os direitos de exploração da obra por seus autores e editores, autorizando a reprodução e distribuição ao público, na íntegra, de obras protegidas utilizando-se de expressões muito amplas, capazes de abranger, praticamente, todo e qualquer tipo de utilização, sem excluir a possibilidade de exploração econômica por terceiros, ("para fins educacionais, didáticos, informativos, de pesquisa") e subjetivas ("sem prejudicar a exploração normal da obra e nem causar prejuízo injustificado aos legítimos interesses dos autores").

Estes dispositivos ferem os direitos do autor que a lei deveria defender e contrariam aquilo que é garantido pela Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 5, inciso XXVII:

"aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar."

Ainda que reconheçamos pontos positivos, como a inclusão de um capítulo tratando especificamente da reprografia (Capítulo IX, que ainda carece de reparos), o fato é que estes possíveis avanços são neutralizados por outros dispositivos, como o já citado parágrafo único do Artigo 46. Surpreende-nos também que sejam incluídos dispositivos que reduzem as penalidades de possíveis infratores e outros que passam a penalizar os detentores de Direitos Autorais, invertendo o propósito da lei. Outro motivo de estranheza é que, apesar de o surgimento de novas tecnologias de reprodução e disseminação de obras autorais ser uma das principais alegações para as mudanças na atual Lei de Direitos Autorais, vários dos dispositivos passam ao largo destas mesmas inovações, não considerando, por exemplo, o livro eletrônico, a remuneração por download ou a impressão por demanda.

Os associados da AEI-LIJ acreditam que os livros de literatura infanto-juvenis são obras culturais indispensáveis à formação do leitor e do cidadão, e contribuem para o desenvolvimento nacional. Para garantir e expandir a produção deste gênero de obras literárias deve ser assegurado a autores e editores o retorno financeiro necessário à subsistência. Práticas como as cópias ou uso não autorizado de obras literárias (incluindo suas ilustrações), mesmo que parcialmente, sem a justa e necessária contrapartida a seus autores configuram ato danoso à produção literária. A Lei de Direitos Autorais deve ter o compromisso de garantir que autores, empresas e profissionais da área tenham o direito de sobreviver de seu trabalho. Isto deve ser proporcionado por meio da formulação de leis que sejam claras e eficientes na manutenção do direito à comercialização a preços justos e acessíveis à sociedade, ou mesmo de seu livre acesso, desde que garantida a remuneração necessária de seus autores. Sem este compromisso, a produção literária no Brasil corre o sério risco de sofrer uma perda irremediável de qualidade.

Tal como se apresenta, o Anteprojeto provocará desestímulo à produção intelectual, artística e literária no país, motivo pelo qual consideramos necessário buscar maior equilíbrio entre os direitos de quem produz e os de quem se beneficia desta produção, o que, certamente, ainda não foi alcançado no atual Anteprojeto.

Sem mais para o momento, agradecemos a atenção.

Cordialmente,

Anna Claudia Ramos              Maurício Veneza
     Presidente                              Vice-presidente

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Para marcar na agenda

As novidades se acumularam pela semana. Queria ter postado uma a uma, por dia, mas faltaram ponteiros no relógio. Com isso, ele se descontrolou e deu uma acelerada. :)

Então, vou agrupar aqui alguns eventos para vocês marcarem na agenda.



Dia 2 de agosto, às 17 horas, acontecerá a abertura da IX Jornadas Andinas de Literatura Latino Americana, JALLA Brasil 2010. Um evento com palestrantes de vários países e grande grade.

Fará parte deste evento a querida amiga e escritora Lucia Bettencourt.

E ainda com a presença da amiga Lucia Bettencourt e vários outros grandes autores, tem novidades digitais por aí. A Revista Eletrônica Histórias Possíveis (http://historiaspossiveis.wordpress.com/) de contos agora será lançada como livro digital (eBook) pela KindleBookBr. Custa R$ 18.



E para quem estiver no Rio, ainda dá tempo de aproveitar os cursos de férias da Estação das Letras. Amanhã e sábado haverá a Oficina "A Estrutura do Romance", com João Silvério Trevisan.


domingo, 18 de julho de 2010

Sobrecapa faz 1 ano com a Promoção "Mundos de Eufrásia" de Claudia Lage



Amanhã o meu site Sobrecapa completa 1 ano. Ele nasceu assim, num domingo, discreto, com a divulgação do lançamento do romance Mundos de Eufrásia, de Claudia Lage. Não para divulgar apenas uma data solta de um lançamneto, mas para dar um espaço mais amplo aos escritores e ao que eles estão trazendo ao mercado. Afinal, foram meses de trabalho. No caso da Claudia, seis anos.

E é mais do que isso que o Sobrecapa tenta fazer: aproximar leitores e escritores. Estamos acostumados demais a abrir jornais e revistas e encontrar resenhas de escritores estrangeiros. Vamos valorizar os tesouros que estão ao nosso lado.


E ele não podia ter começado melhor, pois o romance Mundos de Eufrásia é finalista do Prêmio São Paulo de Literatura.
 
E para comemorar o aniversário, eu que já tenho uma super parceria com o site da Paula Cajaty, consegui uma parceria especial com a Editora Record. Essa 


Então aproveitem a promoção que estamos fazendo, sorteando 5 (cinco) exemplares do romance "Mundos de Eufrásia", de Claudia Lage.
 
Para conhecer mais sobre o livro, leia a divulgação que fizemos no Sobrecapa e a resenha de Cristiane Brasileiro, publicada no Prosa & Verso (O Globo).


Para participar da promoção, envie por e-mail, até 23 de julho (sexta),

seu nome e cidade, para sobrecapa@anacristinamelo.com.br,

colocando no campo assunto “Promoção Mundos de Eufrásia”.

Cinco exemplares serão sorteados entre os leitores que participarem da promoção.

No dia 24 de julho divulgaremos os números com os quais cada participante concorrerá no sorteio da Loteria Federal da Caixa Econômica do próprio dia 24/07. O resultado será divulgado até o dia 25 de julho.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Clipping da semana

Tem umas matérias que li que deu logo vontade de compartilhar com vocês. Não vai dar para comentá-las como gostaria, mas pelo menos fica registrado o clipping.

Fonte: PublishNews (08/07/2010)

“Compre um livro, salve uma livraria”
Editora resolve receber originais, mas desde que os aspirantes a escritor provem que compraram um livro

O mercado editorial está agitado com o recente anúncio da Tin House, uma repeitada editora indenpendente, que vai começar a receber originais não solicitados – coisa rara nos dias de hoje. Entretanto, tem uma pegadinha aí. Cada envio deve ser acompanhado de um recibo de livro. “Compre um livro, salve uma livraria” é o slogan. No artigo publicado no The Huffington Post, Melanie Benjamin, pseudônimo da escritora Melanie Houser, diz que o que mais a agrada é a implicação de que se você quiser ser publicado, você precisa estar lendo, e esta é uma maneira não tão sutil de uma editora saber se um aspirante a autor está fazendo isso ou não. E ela continua: Eu amo quando autores me pedem conselhos. Mas a primeira coisa que faço é perguntar “Qual foi o último livro que você leu?” Você ficaria surpreso com a quantidade de olhares para o nada e coçadas na cabeça que eu recebo como resposta. Você ficaria supreso com a quantidade de gente que responde O sol é para todos ou O grande Gatsby, ou algo do gênero - que eles leram no último ano do colégio e que foi publicado há mais de 50 anos. Você ficaria surpreso, em outras palavras, como alguém que quer publicar um livro na realidade não leu nenhum... em muito tampo. Para continuar lendo (em inglês), clique aqui.

Fonte: PublishNews (12/07/2010)

TV Record vai fazer Machado de Assis viajar no tempo
Docudrama deve ir ao ar no segundo semestre

Folha de S. Paulo - 12/07/2010 - Clarice Cardoso


Depois de levar ao ar adaptações de histórias de Machado de Assis, como Os óculos de Pedro Antão (2008) e Uns braços (2009), a Record prepara um docudrama que dá um curioso superpoder ao autor de Dom Casmurro: o de viajar no tempo, informa a coluna Outro Canal. Na trama, que está sendo coproduzida mais uma vez pela Contém Conteúdo, o escritor será transportado para o ano de 2010. Nos dias atuais, ele será recebido com ceticismo na ABL, onde será sabatinado pelos colegas imortais, que desconfiam se tratar de um impostor. Passagens da vida de Machado serão então dramatizadas de acordo com as respostas corretas que ele der a respeito de si mesmo e da própria biografia. O telefilme está previsto para ir ao ar no segundo semestre deste ano e será gravado no Rio de Janeiro.
 
Livros numerados

Foi difícil, mas a recém-criada Faces encontrou uma gráfica que topasse a numeração e uma distribuidora que fizesse o controle do destino de cada lote

O Globo - 10/07/2010 - Mànya Millen e Miguel Conde
A recém-criada editora Faces resolveu quebrar um tabu do mercado editorial e numerar cada exemplar dos seus lançamentos. Velha reivindicação de autores brasileiros, por impedir que as editoras façam novas tiragens sem comunicálos (e portanto sem recolher os direitos autorais), a numeração costuma ser descartada pelas empresas nacionais como inviável devido ao tempo e investimento necessários, informa a coluna No Prelo. Dona da Faces, a empresária Bia Willcox diz que foi difícil encontrar uma gráfica que topasse a numeração e uma distribuidora que fizesse o controle do destino de cada lote. O primeiro título da editora será o romance Pandemonium, de Zeca Fonseca, que vai para as livrarias em agosto com orelha de Tony Bellotto, quarta capa de Zélia Duncan e tiragem de 2 mil exemplares. Todos numerados.
 
Marília Pêra adapta contos de padre Fábio de Melo

Peça será montada pela atriz em parceria com Ana Botafogo


O Globo - 11/07/2010 - Joaquim Ferreira dos Santos

Marília Pêra adapta contos dos livros Mulheres cheias de graça e Mulheres de aço e flores, do padre Fábio de Melo, para peça que montará com Ana Botafogo, conta a coluna Gente Boa. “Elas são católicas”, diz Marília, “mas os textos falam dos desejos e anseios dessas mulheres, e isso interessa a todas as outras”.
 
Jô contra o acordo ortográfico

Durante o programa, apresentador assina manifesto liderado por Ernani Pimentel

Folha de S. Paulo - 09/07/2010 - Clarice Cardoso
Jô Soares aproveitou a gravação do "Programa do Jô" para assinar um manifesto contra a nova ortografia, comenta a coluna Outro Canal. O objetivo do movimento, liderado pelo professor Ernani Pimentel, é o de rever equívocos criados pelo novo acordo ortográfico.
 
Fonte: PublishNews (13/07/2010)


A decisão pela leitura crítica

Marisa Moura dá dicas para quem decide tomar a dianteira e contratar os serviços de um leitor crítico ou parecerista antes de enviar sua obra para alguma editora

Ao ouvir depoimentos de autores sobre a criação de seus textos, perceberemos que a maioria recorre à opinião alheia sobre sua mais recente obra. Logo após o (primeiro) ponto final, isto é, da primeira vez que se considera o texto pronto, parece existir uma urgência em descobrir se a história realmente vale ser contada — ou melhor, se vale ser publicada.


Mas quem os autores consagrados escolhem para ser seu leitor crítico? Isso varia de caso para caso; pode ser um colega, um especialista em literatura, um editor em quem eles confiam ou também seu agente literário. Enfim, “o escolhido” deve ser, basicamente, um leitor voraz e, além disso, que reconheça que, como Walter Benjamin afirmou no artigo O Narrador, que “a experiência que passa de pessoa a pessoa é a fonte a que recorreram todos os narradores”.

A Página da Cultura já escutou inúmeras revelações de autores brasileiros — e leu depoimentos de outros tantos estrangeiros — dizendo que só depois de saber da opinião de seu “leitor de confiança”, aquele que é uma espécie de representante de todos os outros que virão, é que eles enviam o texto para seu agente ou editor.

Porém, não é só o autor que busca uma opinião ou um parecer crítico sobre o texto, as editoras também possuem uma equipe (interna ou externa) de pareceristas para analisarem todos os livros que irão publicar. Desde as obras literárias até as técnicas, todos os textos passam por essa análise, e os aspectos avaliados são muitos: qualidade do texto, estrutura da obra, veracidade de informações, viabilidade econômica de publicação, interesse do mercado pelo assunto etc. As editoras pagam por esse serviço.

Em alguns casos, erros — mesmo que simples — nas primeiras páginas do texto original impedem que este chegue às mãos de um parecerista. E o autor acaba perdendo uma boa oportunidade, pois o parecerista é quem destacaria todos os aspectos positivos e negativos da obra, de acordo com a linha editorial das publicações da editora. Por isso, muitas vezes, compensa realizar uma leitura crítica prévia de seu livro.

Claro, que muitas dessas primeiras leituras já fizeram julgamentos equivocados, por exemplo, o editor que negou a obra Madame Bovary, por entender que Gustave Flaubert não era um escritor. Muitas outras histórias semelhantes são relatadas em Rotten reviews and rejections – A history of insult, a solace to writers, publicado pela WW Norton. Outro caso recente foi o da escritora JK Rowling, em que o livro Harry Potter e a pedra filosofal teve oito respostas negativas antes de ser publicado pela Bloomsbury, na Inglaterra.

Assim, caso você decida tomar a dianteira e contratar os serviços de um leitor crítico ou parecerista antes de enviar sua obra para alguma editora, saiba o que é preciso considerar:

Contrate o serviço de uma empresa de editoria ou de um profissional experiente, que seja referência no gênero que você escreve. Escolha um leitor crítico que não só conheça muito sobre o tipo de texto que você produz, mas que também entenda como ele é aceito no mercado.

Informe-se sobre a distinção entre a leitura crítica (parecer crítico), preparação e revisão de texto. Sabendo o que significa cada serviço, você poderá entender qual deles você realmente necessita e contratar aquele que corresponderá aos seus anseios.

Trabalhe muito no texto para que sua obra seja destacada como um produto excelente, mesmo antes de tentar um agente literário. Pois, se deseja se incluir no grupo de autores agenciados, saiba que há muitos outros autores tentando o mesmo feito que você, e que a primeira impressão de sua obra será determinante para que você seja selecionado entre tantos outros autores.

Os editores americanos, que preferem trabalhar com obras enviadas por agentes literários, criaram a expressão slush pile para designar a imensa quantidade de originais não solicitados que chegam às editoras. No Brasil não é diferente, basta visitar a sala de um editor para ver a quantidade de livros e manuscritos que estão ali, empilhados em um canto, à espera de uma análise rápida, a chamada “leitura diagonal”. Essa é mais uma razão para que você apresente o melhor texto possível a uma editora.

A leitura crítica é realizada por profissionais que conhecem muito os textos que já estão disponíveis no mercado. Fatalmente, ao analisar sua obra, o parecerista desconfiará ou descobrirá se as ideias do seu texto já estão circulando no mercado em outras obras. E é fundamental para o sucesso de sua obra saber se já escreveram sobre o que você está se propondo a escrever.

Viver a experiência de obter uma leitura crítica de sua obra implica, antes de qualquer coisa, em entender claramente que tudo o que o parecerista expõe em seu relatório nada mais é do que aquilo que ele compreendeu e/ou absorveu da obra lida. Assim, antes de contestar a análise recebida ou simplesmente alterar de imediato o texto, reflita sobre esse feedback, lembrando que foram as palavras escritas por você que levou àquela interpretação do leitor crítico.

Marisa Moura, Na coluna Meio de campo, publicada quinzenalmente, sempre às terças-feiras, refletiremos sobre o trabalho do agente literário, um profissional atuante nas negociações de direitos autorais internacionais e nacionais e já presente no mercado editorial brasileiro.

domingo, 11 de julho de 2010

Lucia Bettencourt: em defesa dos contistas

Hoje, sempre correndo, parei e li um belo post da querida amiga e escritora Lucia Bettencourt, em seu blog Nadanonada (http://nadanonada.blogspot.com/).

O post tem o título "Em defesa dos contistas" e fala exatamente dessa visão preconceituosa que se tem com o gênero. Vide os próprios prêmios literários.

Acho que o problema está exatamente nessa palavrinha: preconceito. É preciso entender que literatura não aceita preconceito, nem de sexo, nem de idade, muito menos de gênero. Quem ama o texto, principalmente o texto bem escrito, vai amar ler um livro infantil, um livro juvenil, um livro de poesias, de contos, uma novela ou um romance.

Mas tenho esperanças e acho que mudanças estão a caminho. Veja o exemplo da campanha "Mãe, lê para mim?". Daqui a pouco teremos anúncios de livros na televisão, da mesma forma que anunciam feirão de carros zeros.

Para vocês curtirem também o post da Lucia, dê um pulinho lá no blog dela: http://nadanonada.blogspot.com/2010/07/em-defesa-dos-contistas.html.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Meu sentimento de perda com a morte de Sergio Klein

Por mais conectada que eu tente ficar, é impossível saber de tudo, ler tudo. Sábado foi um dia que dei aula de 8h às 16h. Depois fui para o shopping fazer um programa mãe e pai com filhos. Acessei rapidamente o Facebook, respondi e-mails e o sábado foi embora.

Talvez se fosse uma notícia de primeira página dos principais jornais eu tivesse visto. Mas certamente não foi. E eu não fiquei sabendo, até agora à noite, quando descubro que o escritor infantojuvenil Sérgio Klein, de apenas 46 anos, faleceu no último sábado. O motivo: uma infecção generalizada causada pela bactéria Staphylococcus aureus, que entra no organismo pela pele e é altamente destrutiva.

Mas não é de morte que eu quero falar, deixando minha homenagem a ele. É de vida. É da vida que ele deixou na literatura. Uma literatura vasta, apaixonante, cativante, que eu li quase toda. Li e indiquei ao meu filho, que virou fã dele também. Meu tesouro está dormindo agora, nem sabe do que aconteceu. Só saberá amanhã de manhã, quando esse post já será notícia velha.

Sérgio publicou a série Poderosa com a grande personagem Joana Dalva. Publicou as aventuras de Biel em Tremendo de Coragem e tantas outras. Publicou literatura da forma mais doce, da forma mais amorosa, da forma mais completa. Literatura para os jovens e para os adultos que simplesmente amam ler.

O blog da Editora Fundamento deixa uma mensagem final. E fala que Sérgio era um autor que acreditava no poder transformador das palavras. E eu acredito que ele era assim.

Sérgio, eu não te conheci pessoalmente, eu só conheci o mágico que criou belas histórias e encantou muitas crianças. O sonhador que sonhou um mundo de leitores e transformou esse sonhos em ficção da mais pura.

E é com lágrimas nos olhos, por uma tristeza que não tem nome, que te digo: obrigada pelo que você deixou. Que você esteja numa nuvem bem bonita, encantando os anjos com suas histórias. Fique com Deus.

Última entrevista de Saramago vai virar livro

Grande notícia. A Editora Usina de Letras (http://www.editorausinadeletras.com.br/) que lançou o meu Caixa de Desejos irá lançar em livro a última entrevista de Saramago, concedida pouco antes de sua morte, ao escritor português José Rodrigues dos Santos.

O assunto do livro, que recebe o título de A última entrevista do Saramago, é a literatura.

A notícia saiu hoje no Jornal O Globo.

Meus parabéns ao novo projeto da minha querida Editora, que trata com tanta atenção e cuidado não só os livros que edita como os seus autores.

Mãe, lê para mim?

Li hoje uma matéria no PublishNews e precisei dividir com vocês. A matéria, na íntegra, está em azul, no final do meu texto.

Lá em casa, rotina é uma palavra em desuso. Mas, se para algumas coisas isso complica, para outras é legal, pois sempre podemos reinventar. Eu lembro bem que contava histórias para o meu filho. Mas era sempre uma história inventada. Como eles sempre foram difíceis para dormir, tinha que ir preparando o ambiente para o sono chegar. Então tinha que ser à meia-luz. Assim, não dava para abrir um livro.

Com minha filha segui na mesma linha. Já enroscadinhas uma na outra, eu inventava alguma coisa. Agora, tento fazê-la pegar no sono na cama dela. Para isso, algumas vezes canto, outras abro um livro e conto uma história. Mas não dá para ela acompanhar. Tem que ser ouvindo, de olhinho fechado, para curtir e adormecer. Nas últimas semanas, ela tem pedido para eu criar uma história. Invento um título e daí tenho que desenvolver em cima do título. E ela sempre me pede qual vai ser a história do dia seguinte. E me vejo inventando um título do nada, para depois usar toda a minha imaginação para transformá-lo num relato.

E já teve uma vez que tive que aturar a zoação do meu filho, dizendo que eu estava com preguiça de pensar num final melhor. rsrsrs Amei isso. É a melhor parte, a que liga mãe e filho, na história e na brincadeira. Deixar para eles sempre a sabedoria que história, livro é uma magia especial. Não tem que ter rotina ou ter obrigação. Seja pequeno, adolescente ou adulto. Livro é amor. Literatura é encantamento.

Meu maior orgulho é ver minha filha, que está aprendendo a ler, pegar um livro por sua própria vontade, sentar e ler para mim. Ou meu filho, com seus livros que ele leva para a escola, para usar na hora do intervalo. Ou leva para os nossos passeios, porque está tão bom que não pode parar de ler.

É assim que começa...

Que várias mães leiam para os seus filhos, mas leiam com amor. Leiam história pronta ou inventada. Leiam como quem penteia um cabelo ou dá um banho bem gostoso. Deixem livros espalhados pela casa, como quem deixa brinquedos. Crie a sua biblioteca, para que eles cheguem, peguem, toquem, amassem, incorporem às suas vidas.

Boa leitura para vocês.

Campanha "Mãe, lê para mim?" já está no ar
TV Globo apoia campanha nacional de incentivo a leitura

PublishNews - 06/07/2010 - Redação

Durante todo o mês de julho, a campanha “Mãe, lê pra mim”, do Instituto Pró-livro, será veiculada pela Rede Globo em spots de 30 segundos. Neles, artistas, formadores de opinião e outras pessoas darão seus depoimentos testemunhando como o incentivo à leitura dentro de casa influencia no processo de ler por prazer. O destaque é o ator Tony Ramos, que fala sobre a importância da leitura em sua vida. “A campanha nasceu a partir da análise dos dados da segunda edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, a qual indica que 73% das crianças têm em suas mães a maior influência no hábito da leitura”, comenta Zoara Failla, gerente de projetos do Instituto Pró-Livro. O projeto do vídeo foi concebido durante a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, em 2009. Durante os dez dias do evento foram recolhidos depoimentos dos visitantes falando sobre quais foram seus principais incentivadores da leitura. Para ampliar a área de abrangência do “Mãe, lê pra mim?”, além de ampla divulgação na mídia, o IPL, com o apoio do Ministério da Cultura e o Plano Nacional do Livro e Leitura, distribuirá os vídeos da campanha em Pontos de Leitura do Programa Mais Cultura do Minc e juntamente com mais de quatro mil obras de literatura infantil e juvenil que beneficiarão 600 famílias. Para conhecer mais sobre a campanha, assista ao vídeo.


domingo, 4 de julho de 2010

Agentes de leitura

Uma matéria que li essa semana me trouxe à reflexão. Primeiro vamos a ela, depois aos meus comentários.


O Ministério da Cultura lançou editais para a seleção e formação de novos agentes de leitura. O público beneficiado será de jovens leitores de comunidades carentes que receberão uma bolsa mensal de R$ 350 para incentivar seus vizinhos a ler.

Os editais começaram a ser publicados em junho e seguem até agosto, descentralizando as inscrições por várias cidades.

O projeto, integrante do Programa Mais Cultura, foi inspirado na experiência do Ceará, criada em 2005 pelo Governo do Estado. Os agentes de leitura são jovens entre 18 e 29 anos, com ensino médio completo, situados, preferencialmente, em um contexto sócio-econômico do programa Bolsa Família, selecionados por meio de uma avaliação escrita (interpretação e produção textual), fluência de leitura e uma entrevista domiciliar.

Cada jovem irá cadastrar um grupo de até 25 famílias de sua comunidade, com as quais vão desenvolver atividades de empréstimos de livros, rodas de leitura, contação de histórias, criação de clubes de leitura e saraus literárias abertos à população.

Leia a matéria completa no blog Mais Cultura.

Pois bem, essa iniciativa de criar agentes de leitura me fez pensar na seguinte questão:

o quanto nós temos feito o papel desses agentes?

Sim, nós lemos muito, sem dúvida, amamos ler, mas o quanto incentivamos essa leitura no próximo?

Falamos dos livros estrangeiros, do quanto eles invadiram as livrarias, as mídias, mas se isso está acontecendo é porque temos leitores que estão atuando como agentes. São leitores comuns que não só leem, mas divulgam o que leem, sem preconceitos. Que comentam com o colega de trabalho, com a amiga, com o vizinho, que carregam seu livro no ônibus, no metrô. A própria mídia ao divulgar sua lista de mais vendidos, com estrangeiros, está atuando como agente de leitura.

E nós? Quando foi a última vez que comentamos um livro que lemos? Quanto da nossa literatura estamos consumindo por mês? Quantas obras brasileiras temos comprado e ofertado como presente?

Esse final de semana consegui rearrumar minha biblioteca. Separei as prateleiras para autores estrangeiros e nacionais. E duas outras especialmente para os infantojuvenis. Fiquei orgulhosa de ver que adquiri muito mais literatura nacional do que estrangeira.

Não só adquiri, como leio e divulgo os autores nacionais. E bastante. Mas vi também que cometo o mesmo pecado de comentar pouco com o colega de trabalho, de preferir outros presentes aos livros, principalmente quando sei que o presenteado não tem hábito de leitura. E não seríamos nós que devíamos dar o primeiro passo?

Para alguém que não tem o hábito de leitura, que tal escolher aquele romance que flui, que instiga, que prende, que faz ter vontade de procurar outras leituras.

Amar os livros é divulgar também. Exatamente do tamanho dos livros gigantes que vão tomar conta de São Paulo, na primeira semana de agosto. Livros com mais de 1,80 de altura que vão chamar a atenção para a Bienal do Livro que começa dia 12 de agosto.

É isso. Não se pode ter vergonha para falar de literatura. Não se pode ter preconceito. O mesmo preconceito que rege outro projeto: o Projeto "Livros de Rua" que na última quarta-feira (dia 30) distribuiu, de graça, mil livros na Central do Brasil (RJ, capital). Quem ia pegar um trem, podia voltar para casa lendo. Foram livros para todos os gostos: romances, obras científicas, auto-ajuda, didáticos, religiosos, infantojuvenis. O único compromisso desse leitor conquistado e fisgado era passá-lo adiante.
 
É isso: passar adiante. Temos que passar esse amor adiante. Lemos um livro, gostamos dele, então vamos falar dele. Vamos indicar. Seja nos nossos blogs, para o colega do trabalho, para o vizinho, para o desconhecido. Principalmente se esse livro for contemporâneo e nacional.
 
Quem vem comigo ser um agente?

Aniversário e promoção do romance "Se eu fechar os olhos agora"

A ideia do meu site Sobrecapa surgiu no ano passado. Nasceu aqui no Canastra de Contos, com as notícias de lançamentos literários que eu divulgava. Pegava nos cadernos literários, ia para o Google, pesquisava nome de editora, gênero e trazia as informações completas.

Aí decidi criar um cantinho só para isso, só para trazer aos leitores o que estava saindo do forno. Os escritores têm um trabalho danado para colocar as ideias no papel, passam meses escrevendo, corrigindo, lapidando. E quando esse texto ganha as páginas impressas, saem do forno para as livrarias, é justo que mereça um destaque à altura, não é?

É isso que o Sobrecapa tenta fazer: dar o espaço que os nossos escritores merecem. E mais do que isso: aproximar leitores e escritores. Estamos acostumados demais a abrir jornais e revistas e encontrar resenhas de escritores estrangeiros. Vamos valorizar os tesouros que estão ao nosso lado.

Dia 19 de julho, o Sobrecapa faz 1 aninho. E para comemorar esse aniversário, eu que já tenho uma super parceria com o site da Paula Cajaty, consegui uma parceria especial com a Editora Record.

Posso dizer que o Sobrecapa é pé-quente ou tem um bom faro para apostar em obras que esbanjam qualidade. Várias obras que se tornaram finalistas dos Prêmios Portugal Telecom e Prêmio São Paulo de Literatura foram divulgados no Sobrecapa.

E para relembrar e aproximar os leitores de algumas delas, sortearemos nas próximas semanas dois desses romances finalistas.



Primeiro sortearemos 5 (cinco) exemplares do romance “Se eu fechar os olhos agora”, de Edney Silvestre.


Para conhecer mais sobre o livro, leia a divulgação que fizemos no Sobrecapa e a resenha da escritora Lúcia Bettencourt, publicada no Caderno Ideias (JB).

Para participar da promoção, envie por e-mail, até 09 de julho (sexta), seu nome e cidade, para sobrecapa@anacristinamelo.com.br, colocando no campo assunto “Promoção Se eu fechar os olhos agora”.

Cinco exemplares serão sorteados entre os leitores que participarem da promoção.


No dia 10 de julho divulgaremos os números com os quais cada participante concorrerá no sorteio da Loteria Federal da Caixa Econômica do próprio dia 10/07. O resultado será divulgado até o dia 11 de julho.