Ontem tive a honra de devanear durante todo o dia com as palavras de um mestre, nada menos que Moacyr Scliar. A Estação das Letras nos brindou com o Workshop "Os mestres do conto", em seis horas de mágicas considerações.
Elegantíssimo, e nem uma vírgula menos simpático, Moacyr nos falou de técnicas, e esmiuçou as entrelinhas de algumas obras-primas: contos de Kafka, Dalton Trevisan, Edgar Allan Poe e Clarice Lispector.
Na parte da tarde, foi com delicadeza que apontou as falhas de nossas produções, e ressaltou o que cada um apresentou de melhor.
Embebi-me tanto com suas palavras, que receio ter anotado menos do que gostaria. Livre do transe por algumas vezes, consegui registrar o seguinte:
- Ler o que se escreve em voz alta
- Cada detalhe tem que estar a serviço da história
- Um conto que tenha que ser lido com a ajuda do Google ou de um dicionário deve ser repensado
- Não imite Guimarães Rosa, tentando criar palavras
- Cuidado na mudança de tempo verbal
- Se estiver indeciso entre duas palavras, use a mais conhecida
- A eufonia de uma frase é fundamental
- Não use onomatopéias
Tive uma única frustração: a de não ter ouvido do Moacyr as críticas sobre o meu conto. Não deu tempo, mas houve um consolo: ele o levou como companhia para Porto Alegre.
Vou aguardar ansiosa o próximo Workshop.
Obrigada, Estação das Letras.
Obrigada, Moacyr Scliar.
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