sexta-feira, 31 de julho de 2009

Jornada de Passo Fundo adiada em função da gripe A

Acabei de saber de fontes fidelíssimas e já está confirmado no site do evento:

Por causa da gripe A, a Jornada de Literatura de Passo Fundo foi adiada para outubro.

O evento que ocorreria de 24 a 28 de agosto foi remarcado para 26 a 30 de outubro.

Incentivo à cultura no Rio

Produtores e empresas sediadas no Rio de Janeiro podem se inscrever a partir da próxima segunda-feira, 3 de agosto, para os editais da Lei de Incentivo à Cultura 2009 lançados pela prefeitura da capital carioca. Entre as sete áreas em que as propostas podem ser feitas estão literatura e preservação e restauração do acervo cultural e natural. A Lei prevê a aplicação de parte do Imposto sobre Serviços (ISS) em patrocínio de projetos culturais selecionados pela Comissão Carioca de Promoção Cultural. O prazo para as inscrições encerra no dia 30 de outubro e as empresas podem usar até 20% (vinte por cento) do ISS devido, com um teto de R$ 1 milhão por empresa, para patrocinar projetos indicados pela Comissão, podendo financiar mais de um projeto. A partir de 3 de agosto, acesse o site.

Fonte: PublishNews, de 28/07/2009

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O amor não tem idade

Que o amor é lindo todos nós sabemos, mas ele também pode nos emocionar, principalmente quando outras pessoas tentam impedir esse amor.

Vocês acham que estou falando de um casal de adolescentes, cujos pais, inspirados em Romeu e Julieta, decidem proibir o namoro? Não!

Estou falando de um casal. Duas pessoas que até podem ser ainda adolescentes, não no corpo ou na certidão de nascimento, mas na alma, no mais fundinho do coração, cantinho que não envelhece, que não tem idade.

Estou falando de Irma e Jorge. E o que há de diferente nos dois? Ela tem 73 anos e ele 63. E se apaixonaram, enquanto moravam num asilo de La Paz, na Bolívia. Imagine o que significou o amor na vida desses dois, largados em um asilo...

Eles viviam em alas separadas, só se viam na hora de comer e uma vez por mês, quando saíam juntos para buscar a aposentadoria e aproveitavam para tomar sorvete juntos.

A vida estava perfeita. Dois anos e meio de namoro até uma funcionária do asilo os surpreender se beijando. Até aí não haveria problema algum. Qual o impedimento que pode haver em dois idosos se amarem? Pois é, a diretora do Serviço de Gestão Social de La Paz também vai investigar isso. Mas a questão é que muito antes de chegar na diretora, a administração do asilo impôs que eles não se falassem mais.

E é evidente que eles não concordaram e, após várias brigas, decidiram sair do asilo, que ainda os obrigou a assinar uma declaração de que não voltariam a procurar o local.

Só que como disse Irma à BBC, eles não pensaram nas consequências. Fora do asilo e sem dinheiro suficiente, ficaram de alojamento em alojamento tentando encontrar um endereço fixo. Ela dizia que "o coitadinho não tinha dinheiro nem para comprar os comprimidos que toma para sua úlcera" e completa "mas mesmo assim o amo".

Venderam todos os seus pertences (até os celulares) e voltaram à La Paz. Procuraram uma rádio local para contar sua história. Irma conseguiu um lugar em um asilo feminino e ele voltou a viver com a família.

Eles foram entrevistados pela BBC e até o momento da entrevista ainda não tinham se reencontrado, pois, pasmem, a família dele também o recriminou pelo romance.

O asilo de Irma está tentando encontrar uma maneira para que eles finalmente morem juntos.

Fiquei sinceramente emocionada quando li essa história.

Querem mais detalhes, acessem a matéria no O Globo, retirada da BBC Brasil.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Lançamentos de Rodrigo Lacerda e Ivana Arruda Leite

Semana que vem tem dois lançamentos ótimos no Rio de Janeiro. E no mesmo dia.

Cliquem nos convites para mais detalhes.


O primeiro é do queridíssimo Rodrigo Lacerda, com seu romance Outra vida. Será na Livraria Argumento, dia 04, às 19h30.

Confira detalhes sobre o livro e o autor no site Sobrecapa.




O segundo lançamento é da não menos queridíssima Ivana Arruda Leite e seu romance de estreia Hotel Novo Mundo. Este será na Livraria Travessa de Ipanema, dia 04, às 20h.

Confira detalhes sobre o livro e a autora no site Sobrecapa.


Programação da Estação das Letras - próxima semana

Veja a programação da Estação das Letras a partir da semana que vem (na realidade, começando nesse sábado). Clique nas imagens e confira os detalhes:

* Como publicar o seu livro na internet




* História da Literatura Brasileira





* Escrevendo e publicando textos para crianças



terça-feira, 28 de julho de 2009

Leitura em debate essa semana

Na próxima quinta-feira, dia 30, às 16h, acontecerá o próximo Leitura em Debate.

O tema é "Tendências da Literatura Infantil e Juvenil contemporânea" e terá a presença de Beth Serra, Soraia Reis e Maria Dolores Prades, com a mediação de Anna Claudia Ramos.

Serão discutidos os seguintes assuntos:

- as publicações para crianças e jovens nas últimas décadas;
- as mudanças dos anos 1970 para cá;
- a influência nos programas de leitura e do mercado escolar na criação dos catálogos editoriais;
- novas linguagens nos livros para crianças e jovens;
- o que é considerado como um bom texto e uma boa imagem para publicação.

Os encontros mensais do Projeto “Leitura em Debate” discutem a formação de novos leitores e a literatura infantil e juvenil em seus diversos aspectos. Para isso, escritores, ilustradores, professores, editores, contadores de histórias, teóricos, psicólogos infantis, produtores culturais e pais são convidados para participar, mostrando os diversos olhares que compõe a busca por uma literatura de qualidade e pela formação do leitor.

O evento é gratuito e acontece no Auditório Machado de Assis, da Fundação Biblioteca Nacional (Rua México, S/N. Entrada pelo jardim).

Mais informações: (21) 2220-2356 ou (21) 2220-2599 ou pelo e-mail eventos@bn.br..

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Atualização do Sobrecapa

Divulgando...

Está disponível mais um lançamento no Sobrecapa, o meu site sobre lançamentos literários.

É sobre o infantil Casal verde da Índigo, que foi lançado em São Paulo no último dia 25.

A Índigo tem dezenas de livros publicados e está conseguindo cada vez mais reconhecimento.

Confiram! E não se esqueçam de divulgar o Sobrecapa.

Clipping da Internet


******* PublishNews:

"Grupo português já está no Brasil"
Em 24/07/2009

Há tempos que o Grupo Leya, um dos maiores grupos editoriais de Portugal, iniciou a sua travessia do Atlântico e já navegava em águas brasileiras. Ontem, o Grupo anunciou oficialmente que aporta por aqui com festa de lançamento em setembro e com os primeiros títulos publicados a partir de outubro. Depois de muitos rumores e fatos sobre tentativas de compra e negociações – a última foi a aquisição de 50% da Nova Fronteira que acabou não se concretizando – a Leya decidiu iniciar sua operação no Brasil por conta própria. Mas em tempos de crise mundial, uma pergunta incomoda muita gente: como uma editora de outro país resolve vir para o Brasil justo agora? Por quê? A resposta simples, objetiva e que demonstra a boa imagem do momento econômico brasileiro lá fora foi: “Acreditamos muito no Brasil”. leia mais


"Os fantasmas de Junot Diaz"
Retirado do Valor Econômico, de 24/07/2009, por Luís Antônio Giron


O escritor dominicano-americano Junot Díaz, de 40 anos, ganhou fama internacional em 2008, quando ganhou o Pulitzer pelo romance A fantástica vida breve de Oscar Wao (Record, 336 pp., R$ 45 - Trad.: Flávia Carneiro Anderson). O livro narra a saga de uma família dominicana, das origens na ilha de Santo Domingo à imigração para os Estados Unidos. O personagem principal é o jovem Oscar Wao, um nerd latino e obeso de classe média que se esforça para se integrar à vida americana. Enquanto ele amarga o cotidiano em escolas de péssima qualidade em Nova Jersey e não consegue ter amigos ou namorar, sua família o assombra com espectros do passado dominicano, que passam a conviver com as ações presentes. Em entrevista, concedida por telefone, de Nova York, Díaz fala da vida nos guetos latinos e dos fantasmas adquiridos que ele converteu em ficção.

"Projeto do Vale-Cultura é enviado ao Congresso"
Retirado de O Globo, em 24/07/2009, por Adauri Antunes Barbosa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou no dia 23 a mensagem que será encaminhada ao Congresso junto com o projeto que cria o Vale-Cultura, a primeira política do governo voltada ao consumo cultural, que funcionará nos moldes do vale-refeição. Pela avaliação do Ministério da Cultura, com o vale, mais de R$ 600 milhões poderão ser injetados mensalmente em atividades culturais. O projeto permitirá ao trabalhador comprar ingressos de cinema, teatro ou shows, e livros, CDs e DVDs, por meio de um cartão magnético. O Vale-Cultura será entregue aos funcionários por empresas que declaram Imposto de Renda com base no lucro real. O valor será de até R$ 50 mensais por funcionário, e a empresa poderá deduzir até 1% do IR devido. Os trabalhadores que recebem até cinco salários mínimos pagarão pelos vales, no máximo, R$ 5 (ou 10% do valor). Quem ganha mais de cinco mínimos também poderá receber o vale, desde que antes já tenha sido garantido o atendimento de todos os empregados que ganham abaixo desse patamar.

"Pai da Wikipedia promoverá e-books escolares"
Retirado da Abril.com, em 21/07/2009, por Juliano Barreto

O fundador da Wikipedia participará de organização que promove a padronização dos livros digitais para crianças. Após se envolver em alguns escândalos, Jimmy Wales volta ao noticiário por uma boa causa: foi nomeado como conselheiro da CK-12 Foundation, uma organização sem fins lucrativos que visa estabelecer padrões para e-books usados por estudantes de até 12 anos. Um dos projetos da CK-12 é difundir a ferramenta FlexBooks, que cria livros eletrônicos didáticos em uma plataforma aberta capaz de receber modificações tanto dos professores quanto dos alunos. O conteúdo do material educativo deverá seguir o modelo de distribuição aberto Creative Commons. Além da Wikipedia, Wales toca o projeto Wikibooks, que tem finalidade parecida com os FlexBooks, da CK-12.

"Um brasileiro chamado Ziraldo"
Em 24/07/2009

Conhecido como “pai” do Menino Maluquinho, e também de tantas outras artes e criações, Ziraldo está completando 60 anos de atividade entre as escritas e os desenhos. Para celebrar essa data, está acontecendo desde o dia 16 de julho, e vai até o dia 30 de agosto, a exposição “Ziraldo, um brasileiro”, que tem projeto e coordenação da AMS Agenciamento, curadoria de Ricky Goowin e Ana Pinta (Pacatatu) e direção de arte de Luke Bosshand. São 70 trabalhos que estão expostos no SESC Quitandinha, que fica no Palácio Quitandinha (Av. Joaquim Rolla, 2 – Quitandinha, Petrópolis – RJ – tel: 24-2242-9504/ 24-2245-4917) totalmente restaurado pelo SESC e reinaugurado agora. Além dos trabalhos expostos, a sala de leitura (foto ao lado de Ana Maria Santero) captura as crianças, que “entram de cabeça” nos livros. O Ziraldo merece!

"No mundo da literatura"
Em 24/07/2009

Quem gosta de literatura tem uma oportunidade de se aproximar desde mundo na oficina “Entendo a literatura: As manifestações literárias”, que vai tratar de alguns conceitos básicos da Teoria da Literatura, da Linguística e da Semiótica. A intenção é fazer com que o instrumental teórico auxilie os leitores a compreender melhor os meandros das manifestações literárias. O curso ocorre em três sábados - dias 8, 15 e 22 de agosto, em um total de 9 horas, das 14h às 17h, na Livraria Cortez (Rua Bartira, 317 – Perdizes. São Paulo/SP. Tel.: 11 3873-7111). A oficina foi elaborada a partir da observação das dificuldades que professores e estudantes apresentam na interpretação e estudo de textos propostos. As dificuldades encontradas são contextualizadas historicamente e decodificadas simultaneamente. Nestes encontros, cada participante se apresenta e expõe os motivos do interesse pela oficina. A cada motivo exposto, gera-se um debate, o que motiva ainda mais as pessoas a contribuir com suas ideias, fazendo com que a oficina se torne cada vez mais produtiva. No link “Leia Mais” você confere a programação completa da oficina.

******* Revista Época:

"Literatura de mulherzinha seduz até os homens"
A chick lit como é conhecida em inglês, invade as livrarias e recebe elogios da crítica especializada
Em 26/07/2009, na seção Mente Aberta, por Luís Antônio Giron e Danilo Venticinque

Elas existem desde que literatura é literatura. Autoras que escrevem para mulheres sobre temas que só interessam a elas sempre fizeram sucesso. Mas as dezenas de lançamentos de mulheres que estão invadindo as livrarias brasileiras são de outra categoria. O gênero – que um dia foi denominado “romances para moças” e retratava as ansiedades lacrimejantes de Sabrinas e Pollyannas – passou por um banho de... biblioteca. E virou chick lit.

A expressão“chick lit” é a abreviatura em inglês de “literatura para garotas”. O nome não tem a carga pejorativa das denominações do passado para livros do gênero. A reciclagem gerou uma nova classe de autoras sintonizada com os desejos femininos atuais. É chique fazer chick lit. Livros “de mulherzinha” vendem milhões de exemplares, como sempre. Comparadas a suas avós, porém, as ficcionistas de chick lit abordam de forma mais realista e sarcástica as estrepolias amorosas da mulher do século XXI. Com isso, tornaram-se guias de milhões de leitoras e conseguiram uma façanha inédita: agradar à crítica pela originalidade de suas narrativas. Mais espantoso ainda, elas têm atraído leitores do sexo oposto. leia mais

******* Estadão:

"Hora sagrada para três intelectuais"
Em 26/07/2009

- Ler é, para Fernando Henrique Cardoso, como respirar, um oxigênio para o pensamento. Mesmo quando era presidente da República, sempre achou tempo para ler e escrever, tanto faz se em português, inglês, francês ou espanhol. Ou se romance, história ou economia. "Não importa; leio tudo, e mais de um livro ao mesmo tempo", confidencia. E, apesar de ter em casa um canto de leitura, com sofá confortável e boa iluminação, além da poltrona Mole, de Sergio Rodrigues, é capaz de pôr seu hábito em prática em qualquer lugar. "Até enquanto estou conversando, posso ler", diz, entre sério e brincando. leia mais


"Termômetros de uma era veloz"
Em Mundos de Eufrásia, Claudia Lage aborda uma relação amorosa do abolicionista Joaquim Nabuco

Por Lilia Moritz Schwarcz, em 26/07/2009

Dizem que algumas vidas bem valem um romance, e esse pode ser o caso de Eufrásia Teixeira Leite e Joaquim Nabuco. Aí está um bom enredo para um livro de ficção, e foi isso que fez Claudia Lage em Mundos de Eufrásia.

Imagine-se o cenário. Ela, a bela filha mais nova de ricos fazendeiros de Vassouras, acostumada à vida do campo e ao luxo que advinha da agricultura. Ele, apesar de caçula, era herdeiro político de uma família que agitava o Império brasileiro. Eufrásia fazia parte de uma família identificada ao partido conservador, aos valores da terra e à escravidão. Nabuco ficaria na memória como o príncipe dos abolicionistas; aquele que fez da oratória liberal uma arma poderosa para comover corações e mentes. leia mais

"Caminhos de García Márquez"
Entusiasta, mas escrupuloso, Gerald Martin narra a trajetória do colombiano
Por Michael Greenberg, em 26/07/2009

Quando Gabriel García Márquez terminou de escrever Cem Anos de Solidão, em 1966, estava com quase 40 anos, era pai de dois meninos e não tinha dinheiro suficiente para mandar os manuscritos da Cidade do México para seu possível editor em Buenos Aires. O episódio é famoso, aliás, um dos muitos que contribuíram para a imagem pública cuidadosamente elaborada de populista e estereótipo do gênio. No prazo de um ano, o sucesso do romance deslumbraria o autor, que foi tomado, como diria mais tarde, pelo "frenesi da fama". Antes de Cem Anos de Solidão, ele havia publicado apenas três contos em pequenas edições quase clandestinas. Não parecia razoável esperar mais. leia mais

"A alma feminina na visão de um expert"
Michael Cunningham, o roteirista da As Horas, adapta a história de amor do belo Ao Entardecer
Por Antonio Gonçalves Filho, em 26/07/2009

- Lajos Koltai é um cineasta húngaro refinado, mais lembrado como colaborador de István Szábo, autor de Mephisto (1981), sobre a oportunista relação de um ator de teatro com o nazismo. Já independente, dirigiu há quatro anos seu primeiro filme, baseado em Sem Destino, autobiografia de Imre Kertész. Em 2007, animado com o convite de um produtor da Focus, Koltai reuniu forças com o roteirista Michael Cunningham (As Horas) e assinou a direção de Ao Entardecer (Evening), baseado no livro de Susan Minot, seu primeiro filme americano.

Cunnigham é um homem sensível ao universo feminino - e ao ajuste de contas destas com o passado. Em Ao Entardecer, ele conta o fim desastroso de um caso amoroso, o da cantora Ann Lord (interpretada por Claire Danes na juventude e Vanessa Redgrave na velhice). Convalescente, Ann relembra como chegou a uma pequena cidade costeira para ser madrinha de casamento de uma amiga, apaixonando-se pelo melhor amigo do irmão da noiva, o médico Harris (Patrick Wilson).

Koltai prefere ignorar a barreira social que separa o casal pobre de seus amigos ricos. Concentra-se no desequilibrado triângulo amoroso entre a cantora, o médico e seu amigo milionário e faz isso com competência, auxiliado por grandes atrizes (Glenn Close, Meryl Streep e Miranda Richardson).

"Hábito que vai até o palco"
Em 26/07/2009

- Olívia Byington deu o tempero final de intimismo no show "A vida é perto" ao decorar o palco como se fosse a sala de sua casa. "Levo meus livros também. A ideia é criar uma extensão da sala de casa para dividir com o público", diz a cantora, que montou seu espaço de leitura no mesmo estúdio usado para compor suas canções, no Rio.

Sua poltrona de leitura, simples, de cor viva, é só um detalhe na grande casa onde mora, na Gávea. Mas é confortável o bastante para a leitura, que intercala com acordes no violão. Olívia nem sempre pode estar perto de sua poltrona, tenta arrumar tempo para ler durante as turnês, nas salas de embarque, entre conexões. "Ler depende da vida", diz. "Às vezes, temos de ler um livro específico para o trabalho. Geralmente, muito rápido." leia mais

domingo, 26 de julho de 2009

Pílulas dos cadernos literários (#4c) - 25/07/2009

E para fechar as pílulas desse final de semana, a matéria do Caderno Prosa & Verso (25/07/2009) sobre o livro ‘Iniciantes’, de Raymond Carver.

A tesoura responsável pela prosa minimalista
Com a primeira versão de ‘Iniciantes’, picotada pelo editor, Raymond Carver virou o mestre das histórias curtas

Por Marília Martins
Correspondente – NOVA YORK

O americano Raymond Carver tornou-se célebre como um mestre das histórias curtas, um artista da prosa minimalista. Mas desde que sua viúva, Tess Gallagher, também escritora, decidiu publicar uma nova edição de um volume de 17 histórias do marido, um outro Carver anda perturbando a crítica. As histórias reunidas em “Iniciantes” são as mesmas que estão em “What we talk about when we talk about love”, publicado por Carver em 1981. O estilo, no entanto, é muito diferente. Entre a edição de 1981 e a de “Iniciantes” – publicada em 2008 nos Estados Unidos e recém-lançada no Brasil pela Companhia das Letras – um novo Carver aparece diante de seus leitores, 21 anos depois de sua morte.

O primeiro volume, de 1981, foi em grande parte responsável pela fama de minimalista de Carver. A edição patrocinada por Tess Gallagher, porém, tem um estilo bem diferente, expansivo e nada sintético. O primeiro volume foi fortemente editado por Gordon Lish, que trabalhava para a editora Alfred Knopf nos anos 80. Alguns contos foram radicalmente cortados a ponto de Carver ter, na época, cogitado em interromper a produção do livro. O editor foi em frente e o volume mereceu aplausos da crítica, para surpresa do autor. Em 2008, a viúva decidiu lançar as histórias com o estilo em que foram escritas originalmente.

– Eu não pretendo retirar de circulação a edição publicada em 1981, apenas quero fazer justiça ao livro escrito originalmente por Ray, que até agora permaneceu como um segredo – declarou Tess ao jornal “The New York Times” na época.

O desejo de Tess parece ser o mesmo de seu marido. Até a morte, aos 50 anos, em 1988, Carver republicou, em revistas literárias, cinco contos da coletânea com o texto original. E no ano de sua morte, um volume intitulado “Where I’m calling from” trazia mais três histórias do grupo de 17 em nova versão, mais expansiva e menos contida. Mas Carver também incluiu quatro contos mantendo os cortes feitos na edição da Knopf. Por isto, a crítica parece ainda indecisa em saber se o autor aprovaria a edição dos originais como está sendo feita agora.

O pesquisador William Stull e sua mulher Maureen Carroll, ambos da Universidade de Hartford, consultaram os originais que Gordon Lish doou para a biblioteca da Universidade de Indiana e verificaram a diferença de estilo entre os escritos do autor e o livro de 1981. Pelo interesse da crítica, mais cedo ou mais tarde a edição feita por Tess viria à tona, a fim de apresentar aos leitores um escritor bem diferente daquele que ganhou fama de minimalista. É verdade que, se aquele volume da Knopf não tivesse sido tão prontamente aclamado pela crítica, talvez Carver não tivesse incorporado certa contenção a outros escritos seus e sua prosa seria, afinal, bem diferente.

Pílulas dos cadernos literários (#4b) - 25/07/2009

Então, vamos à segunda parte da matéria do Caderno Prosa & Verso de ontem, em que editor e escritor dão as suas opiniões sobre a relação de ambos.

Com a palavra o Escritor.

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A última rejeição
O Escritor

Querido Editor,

Se você soubesse o quanto esperamos o encontro contigo. Amor verdadeiro, ódio platônico. Foram concursos literários, encadernações intermináveis, oficinas, leituras nos almoços e jantares. Sim, escritor também toca música de fundo para os familiares. É literatura de fundo enquanto os parentes conversam e picotam a carne. Nossa primeira rejeição é familiar. A segunda também: quando irmãos nem abrem as nossas estreias, põem direto na estante. Se brigam com a gente, vendem ao sebo sem piedade.

Você será a nossa última rejeição. Infelizmente, não é o primeiro, reduza seu sadismo. Tivemos outras antes.

Não vou apressar, o GLOBO me deu tempo para digitar a sós contigo, meu Nosferatu, meu Hermógenes, meu Mefistófeles do bem.

Madrugadas insones com café, guaraná cerebral, cobertor nos ombros, um bando de clichês no cinzeiro, para que pudesse um dia ler o nosso original por vinte minutos. Literatura é um vestibular que não tem lista de classificados no jornal. Nem se suplentes. Talvez seja por isso que Drummond disse que “os acontecimentos me chateiam”.

Para quem demora quinze anos com um original na gaveta do Windows, dói inclusive folhear o Segundo Caderno e o Prosa & Verso. Tanta gente festejada, comentada, avacalhada e a gente obrigada a seguir com o emprego. A inveja não tem jardim de infância. Nascemos e já vale nota. Mais não digo, confesso.

Frequentar lançamentos para ver como é, não entendo como não morremos intoxicados com os canapés e os vinhos oferecidos em vernissages. Primeiro requisito do escritor: ter estômago forte.

Manhãs atormentadas em que relemos o que escrevemos na noite anterior. Se o café esfria rápido, o texto congela. Rasgamos folhas orgulhosas, que julgávamos geniais. Gastamos as digitais revisando as palavras. Imprimir e rasgar, imprimir e rasgar, conheço o barulho da impressora como o motor de meu carro 1993.

Ave César, se soubesse o que enfrentamos para achar seu contato. No Google. Nas páginas amarelas. Nas fichas catalográficas. Nas cartas de Tarô. Conversando com as telefonistas da empresa. Já conheci escritor que de tão recusado casou com a telefonista da editora. Sem sequer receber uma dica, um sinal, bênção de dedos de mãe Sinhá na testa. Uma reza a Santo Expedito. Tudo sozinho, arame farpado nas unhas, com medo de mostrar o livro e com medo de não mostrar o livro.

O escritor tem tudo para ser um coitado e não é. Tem tudo para ser um paranoico e não é. Somos normais para quem experimenta uma vida invisível, de pequenas privações e conspirações. Uma vida sem porteiro. Tem que bater na nossa porta. Tento explicar. Porque você tem tanta coisa para fazer em seu lado, que não sobra tempo para explorar o nosso. O editor não precisa morrer para visitar o escritor. Basta ler o nosso epitáfio.

Compreenda, não queremos carona, queremos direção. Pode deixar de cobrar corrida dois na luz da tarde? O tempo não é dinheiro, o tempo é direito autoral. Não me trate como mais um, somos particulares até em nossas falhas. Enquanto procura sucesso, procuramos sobreviver. O sucesso é um editor antecipado e queremos antecipar o leitor. É uma filosofia diferente.

O sujeito que tenta acertar, erra. O sujeito que tenta errar, acerta. O erro virtuoso é um clássico. Se bem que não deseja clássico, o clássico é o erro do editor.

Não somos mendigos, ou oportunistas, trabalhamos duro para não apanhar da gramática. Para se defender das facas da próclise, das artimanhas das vírgulas, das ciladas dos adjetivos e da conjugação. Para contar uma história que possa ser relida mais do que lembrada.

Escrevemos para ganhar uma chance em sua mesa, para sair do meio da Muralha de Jericó de sua escrivaninha. Ser escolhido para a leitura já é tão difícil quanto aparecer em seu catálogo.

Catálogo! Pode mudar o nome na hora de responder as cartas de recusa? Não suportamos a frase “nosso catálogo já está fechado até 2010, mas agradecemos o envio do livro”. O catálogo é um padrasto que nos bate com o nosso próprio livro. Sem eufemismo, por favor? Que tal “minha paciência está esgotada até 2010, agradecemos a inconsequência”. Por que você não projeta, mas quando um escritor recebe uma negativa da editora buscará um duplo sentido em cada linha. Ele não repara que é uma carta padrão já enviada a milhares de natimortos. Anseia salvar alguma expressão, localizar uma esperança para não desistir. É capaz de entender o “muito obrigado” como prova de intimidade. E pensar alto: “Se ele não gostasse diria apenas obrigado, o muito significa que tenho chance”.

Um amigo mandou sua coletânea de contos para uma editora. Recebeu de volta o envelope pardo com aquela alegria amarela e azul do carteiro. Qual foi sua surpresa ao vasculhar sua criação e detectar centenas de intervenções do editor. Ele negava o livro e alterava a obra. Não corrigiu, não perguntou, passou a caneta mesmo. Cortou, apagou, rabiscou e transformou finais imprevisíveis em previsíveis. Açucarou parte das tramas. Reescreveu o volume para pior, numa espécie de cátedra de quebra de decoro editorial. Nem caberia dizer que a obra foi editada do jeito que estava por um novo selo, arrebatou quatro prêmios (dois internacionais) e foi finalista do Jabuti.

Loucura? Já avisei que não somos paranoicos. Realmente você nos persegue. Até é involuntário. Não há como ter culpa por olhar para trás, aprendemos contigo. Olhar o passado de um livro para convencê-lo do seu futuro.

Nunca ouvi um editor pedir desculpa. Por quê? Ou aceitar que desperdiçou uma oportunidade com a gente. Por quê? Não tem crise de consciência? Ou sempre é assim, passional, se ele se envolveu com outra editora é porque não nos merece? O sofrimento é um segredo que não se conta, lamento a desfaçatez da catarse.

Agora, entenda, o livro não é da editora, está na editora. Demoramos a compreender que cuidar de negócio não significa se prostituir. Durante séculos enxergávamos o editor como um benfeitor. Com a ideia de que ele se privava e corria risco apostando em anônimos. Ele é tão-somente um contato que talvez vire um amigo. Nossas razões são iguais às suas, mas sobra senso de humor.

Aceitamos dicas, revisões, sugestões, desde que a última palavra seja nossa. Mesmo que venha com a chantagem de que desse jeito não dá para editar. Não edite, não está fazendo um favor. Assim como não fiz um favor ao enviar o inédito. São escolhas. Editora não faz filantropia, escritor não faz filantropia, acho que finalmente somos adultos.

Consumimos expectativas para sentar frente a frente contigo. Para desvendar caminhos no estilo, para aceitar nossas limitações e retrabalhar as vertentes da tinta. Conselhos são maravilhosos, envolvidos em atenção, interesse e cuidado. Não temos arrogância para mudar parágrafos se percebemos que não funcionam. Então, não venha com ameaças. O livro seguirá com nosso nome. Temos somente um nome desde o início. A pobreza do nome nos enriquece. Ninguém pode roubar uma pobreza.

Ou, como avisou Maiakóvski: se produz melhor, pegue a caneta e escreva.

O sangue lateja. O resto some com a purpurina.
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O ESCRITOR vive e trabalha no Brasil e tem o desafio de convencer a si, à família, aos amigos e ao editor de que tem talento. Quando fracassa, é um chato. Se alcança a fama, é temperamental.

Pílulas dos cadernos literários (#4a) - 25/07/2009

Saiu uma matéria interessantíssima no caderno Prosa & Verso de ontem. Cheguei quase a desistir de digitá-la, pois é imensa, mas depois pensei: vale a pena, para dividir com os leitores do canastra. Então, as pílulas de hoje são um tratamento completo.

Trata-se da matéria feita em função da interferência que um editor pode ter no texto do escritor, motivada pelo lançamento de "Iniciantes" de Raymond Carver, a versão original, publicada por sua viúva, da outra que o lançou no mercado e foi drasticamente alterada por seu editor, Gordon Lish.

Então vamos à primeira parte dela, que traz a palavra do Editor.

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Até onde pode e deve ir a interferência de um editor no texto de um escritor? Quais os efeitos dessa intervenção numa relação já normalmente marcada por amor e ódio, respeito e desprezo? O assunto voltou à tona com o lançamento do livro “Iniciantes”, do americano Raymond Carver, editado em 2008 nos Estados Unidos em sua versão integral, bem diferente daquela enormemente cortada e publicada pelo editor Gordon Lish em 1981. Com a obra mutilada, Carver ganhou aplausos da crítica por sua escrita “minimalista” e, incensado, seguiu adiante. A versão original dos contos, que chega ao Brasil pela Companhia das Letras, revela, porém, um Carver muito melhor, grandioso. Para amplificar o debate o Prosa & Verso convidou um editor e um escritor – ambos experientes – para que descrevessem, sob a prudência do anonimato, exigida em assuntos de trato delicado, suas impressões e histórias sobre a arte de tesourar e ser tesourado. São textos recheados de humor e farpas em estado bruto, sem medo da navalha. Com a palavra, O Editor e O Escritor.

A vida invisível
O Editor

Editores e garçons têm muito em comum: sua função é estar sempre ali, em volta do freguês, longe o suficiente para não atrapalhar a conversa, perto o bastante para não deixar faltar nada.

Editores e maestros também são parecidos: ambos estão a serviço de um artista e, pelo menos teoricamente, sua fama deveria ser a capacidade de manter-se no anonimato.

Editores, garçons e maestros trabalham na sombra. E são igualmente perseguidos pela tentação dos holofotes. Mas se a luz faz bem a orquestras e bares, em geral transforma editores em pobres mosquitos, fulminados por acusações de intervencionismo, ego inflado e até talento frustrado. Por isso é melhor nem assinar um texto como esse.

Editar é um exercício de desaparecimento. É submergir na lógica do autor, entusiasmar-se com suas ideias e, aqui e ali, fazer com que ele veja quando a coisa não funciona. O que, como se pode imaginar facilmente, quase nunca acontece na santa paz de uma casa editorial.

“Não” é a palavra que um editor mais usa, mesmo que a evite a todo custo. Com o tempo, ele acaba tornando-se um estilista da recusa: “esta vírgula está mal colocada”, “este parágrafo pode ser melhorado”, “aqui há uma barriga na narrativa”, “este título é impreciso”, “por que esconder isso do leitor?” – até o drástico “vamos trocar o final pelo começo?”

Numa frase destas pode estar o céu ou o inferno – fatalmente, mais o último do que o primeiro. Pois todos os autores, independentemente de sua importância e experiência, são um mesmo frágil estreante quando enviam ao editor seus originais.

É um momento sério de verdade, de exposição total, das fragilidades inevitáveis aos achados geniais. E aí, devo admitir, o jogo não é equilibrado: para o autor, ali está o investimento de seus últimos meses e anos, o que há de mais importante naquele momento e às vezes por toda a vida; para o editor, uma das muitas coisas importantes daquele momento. Mas, ao ler um original e trabalhar sobre ele, é preciso ter a convicção de que aquele é o único e a ele devemos toda nossa atenção.

Christian Bourgois foi um dos mais importantes editores franceses. Fundador da casa que leva seu nome, morreu em dezembro de 2007, com mais de 50 anos de estrada. Naquele ano mesmo, foi homenageado na Feira de Guadalajara e respondeu com um discurso comovente, que resume um pouco esta relação: “Acabo de usar, por vício, a expressão ‘meus’ autores. Ela realmente não é adequada: na verdade, se um autor sempre pode dizer ‘meu editor’ ou, num tom mais reverente, ‘meu caro editor’, como o faziam no século XIX os Flaubert, Balzac e Zola, acho que devemos desconfiar da linguagem corrente e saber que, no fundo, os autores não nos pertencem. Mas que nós, por nossa vez, devemos a eles fidelidade, atenção e gratidão pelo presente que nos dão a cada vez que nos confiam um novo manuscrito – o que não significa, bem entendido, que nos sintamos obrigados a calar nossas eventuais críticas nem publicá-los custe o que custar, cegamente. Muito pelo contrário. Nós devemos sempre fazer escolhas, afirmar nossas preferências, assumir nossas decisões, sempre sob o risco de desagradá-los.”

Sendo esta uma ciência inexatíssima, no fio da navalha, coleciono inutilmente histórias célebres de editores e seus autores. Digo “inutilmente” porque elas jamais se repetem. Nunca passei nada parecido com o que conta Bennett Cerf, o fundador da Random House, que ainda em seus primeiros anos na profissão viu Theodor Dreiser virar um cafezinho quente na cara de seu então editor por conta de um mal entendido sobre os direitos cinematográficos de “A tragédia americana”.

Mais próximos de nós, no entanto, são os dramas vividos por Michael Korda quando virou editor de Harold Robbins: num mesmo romance, um personagem era louro e moreno, tinha olhos verdes e azuis. Este tipo de percalço é comum nas narrativas longas, mas o que foge à regra é o nível de irritação do autor: Robbins respondeu que já fazia muito em escrever, os leitores que se virassem para dar um sentido àquilo tudo. E a Korda coube o tal papo da coerência interna.

Não escritores que escrevem livros costumam dar um trabalho danado. Por isso é preciso apoiá-los em dobro. Antes que alguém proteste sobre como este é um efeito deletério da “cultura das celebridades”, lembro que isso acontece há muito e por causas bem menos fúteis. Giangiacomo Feltrinelli, o lendário (e milionário) editor italiano que morreu acidentalmente numa ação terrorista do grupo de esquerda radical a que pertencia, levou para Fidel Castro a ideia de uma autobiografia prontinha. Seria realizada a partir de entrevistas e era só ele concordar com o que estava escrito. Os dois jogaram muito basquete juntos em Havana, falaram pelo cotovelos, Fidel embolsou um adiantamento polpudo para a época e, babau: jamais aprovou o livro.

Pois é bom lembrar: nem sempre o editor é o ceifador de palavras ou o gênio disfarçado. Ele também pode ser um personagem beckettiano, à eterna espera de um texto que pode não vir. Os editores de Trumam Capote na Random House esperaram 15 anos por “Answered prayers”, seu projeto proustiano ambientado na Nova York mundana. Do livro, conhece-se apenas quatro capítulos, escandalosos e marcados pela língua viperina do escritor de “A sangue frio”. Neste tempo, além dos nervos do editor, Capote consumiu U$ 250 mil em adiantamento e deixou de ganhar U$ 1 milhão, prometidos contra a entrega do livro.

Assim como o jovem Antoine Doinel, que em “Os incompreendidos” acendia uma vela para Balzac antes das provas de literatura, todo editor, a cada vez que põe as mãos num original, deveria fazer o mesmo em intenção a Maxwell Perkins. Se o nome não soa familiar a todos é porque ele foi um mestre da profissão: descobriu Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway e Thomas Wolfe. Pelo consumo industrial de álcool dos três e a genialidade que os unia, Perkins não agiu como garçom ou maestro: foi, isso sim, um diligente cirurgião, retocando “Este lado do paraíso” e “O sol também se levanta” e fazendo profundas intervenções em “Look homeward, Angel” – o caudaloso (mesmo depois dos cortes) romance que lançou a dúvida sobre o equilíbrio entre Wolfe e Perkins.

Se até aqui cito quatro americanos e um italiano não é por um acaso. A tradição de editar para valer é recente no Brasil. Há os autores cordiais, que concordam com tudo o que você fala e não alteram uma linha. Outros também aceitam e esperam que você faça as mudanças. Quase todos, aliás, querem alterar alguma coisa até o livro entrar na gráfica – e não há o que reclamar, já que foi você quem começou a brincadeira.

Esta vida invisível nem sempre é tranqüila, mas quase sempre vale a pena. Uma vez, recebi o original de um livro de estreia: li, reli e não achei nada. Duvidei de mim mesmo. Um experiente escritor, amigo comum que tenho com o autor, leu e dissipou minhas dúvidas ao perguntar: “você mexeu?” E, orgulhoso, confessei: nada.

Mas a melhor mesmo é a suspeita de que eu seria o verdadeiro autor de um livro incensado pela crítica. É volta e meia levantada por seu criador, que já teve originais recusados e é um pote até aqui de mágoa. O diabo é que até hoje eu e o autor (o verdadeiro) ficamos nos perguntando: afinal, a quem ele queria ofender?

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O EDITOR vive e trabalha no Brasil, com identidade indefinida e um vício renitente: não consegue ler nem bula sem pensar em dar uma ajeitadinha no estilo

Atualização do Sobrecapa

Divulgando...

Está disponível mais um lançamento no Sobrecapa, o meu site sobre lançamentos literários.

É sobre o romance Outra vida do Rodrigo Lacerda, que será lançado aqui no Rio, em 04 de agosto. Para quem ainda não leu, é uma ótima oportunidade de saber mais. Para quem já leu (e certamente gostou), é uma ótima oportunidade de ir pegar o seu autógrafo.

E para quem ainda não divulgou o Sobrecapa, está esperando o quê? :)

sábado, 25 de julho de 2009

Pílulas dos cadernos literários (#3) - 25/07/2009

Fonte: Caderno Prosa & Verso - O Globo

- Foi publicada na edição de hoje (25/07/2009) uma entrevista de Miguel Conde com o escritor Marcelo Moutinho, a respeito do livro recém-lançado Dicionário amoroso da língua portuguesa.
Confira, no blog do Prosa online, a entrevista completa.

Pílulas dos cadernos literários (#2) - 25/07/2009

Fonte: Caderno Ideias & Livros (JB). Coluna Informe Ideias

Cursos gratuitos em agosto e setembro na Casa da Leitura, da Biblioteca Nacional, com temas sobre literatura nacional e internacional. Inscrições no local. Também é gratuito o curso Os esquecidos relembrados no Real, sobre autores pouco conhecidos da literatura portuguesa, no Real Gabinete Português de Leitura, às quartas-feiras do mês de agosto. Inscrições no local.

Publicar na rede. Que papel tem os blogs como suporte para a literatura? A oficina Como publicar o seu livro na internet, nos dois primeiros sábados de agosto, de 10h às 15h, vai analisar a questão. Os alunos vão ter acesso a um blog formatado para a publicação de uma obra em capítulos. As aulas vão estar a cargo da escritora Ana Paula Maia. A Estação das Letras fica na Rua Marquês de Abrantes, 177, no Flamengo. Informações: 21 3237-3947.

Pílulas dos cadernos literários (#1) - 25/07/2009

A partir de hoje, em virtude do tempo cada vez mais reduzido, mudarei o formato das pílulas.

No caso do Caderno Ideias & Livros, como o próprio JB publica as matérias online, colocarei apenas os títulos e os links, para que vocês possam acompanhar no site.

No caso do caderno Prosa & Verso, postarei apenas as notícias que achar mais interessantes.

Vamos às pílulas do Caderno Ideias & Livros (Jornal do Brasil) de hoje.

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!Caderno Ideias (JB). Sábado (25/07/2009)!
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# Woodstock no DNA.
* Livro do jornalista Pete Fornatale passa a limpo o festival de música pop em seu aniversário de 40 anos. (Por Ricardo Schott)
( Leia mais )
* Ingenuidade no palco, risco na plateia
( Leia mais )

# O exílio como fonte de angústia
* Livro do inglês Karl Posso analisa a homoerótica na literatura de Caio Fernando Abreu e Silviano Santiago. O próximo é o argentino Manuel Puig (Por Juliana Krapp)
( Leia mais )

# A verdadeira alma de Casanova
* Biografia escrita por Ian Kelly revela que o libertino não era tão assim como imaginamos (Por Alvaro Costa e Silva)
( Leia mais )

# Uma exigência da humanidade
* 'O Antigo Regime e a Revolução', de Tocqueville, é clássico obrigatório (Por Affonso Celso Thomaz Pereira)
( Leia mais )

# Caso Misterioso
* Wilson Martins
( Leia mais )

# A favor do tempo na infância
* Em livro de artigos, Flávio Paiva aposta na preparação do adulto futuro (Por Rodrigo de Almeida)
( Leia mais )

# O grande revisionista
* Felipe Fortuna
( Leia mais )

# Crônica: Carinho de profissional
* Gustavo Wider
( Leia mais )

# O senhor vitalidade
* Aos 80, Carlos Fuentes lança 'A vontade e a fortuna', em que mistura a Bíblia, filosofia e o México atual
( Leia mais )

sexta-feira, 24 de julho de 2009

25 de julho - Dia do Escritor

Para esse sábado que ainda não sei se amanhecerá chuvoso ou com sol, meus parabéns a todos os escritores que nos fazem sonhar e viajar.

E para falar de um grande e reconhecido escritor - Pedro Bandeira, divulgo a entrevista que ele concedeu a Cecilia Araujo e saiu publicada na Veja.com de 23/07/2009.

Pedro Bandeira, o Paulo Coelho dos juvenis

O escritor Pedro Bandeira, de 67 anos, já foi chamado de "Paulo Coelho dos livros infanto-juvenis". Faz sentido. Ele chegou a vender 100.000 livros em um único ano - em toda a carreira, são 21 milhões de exemplares. A média de vendas lhe garante viver da literatura - raridade no país. Alguns de seus títulos mais famosos, caso de A Droga da Obediência (1984), de longe o mais popular, fizeram parte da formação de leitores que hoje estão na faixa dos trinta anos. Mas esses mesmos livros seguem nas mãos dos mais jovens. Além dos números, há outras indicações de que a obra de Bandeira continua viva. Uma delas é a adaptação para o cinema de O Fantástico Mistério de Feiurinha, livro de 1986 que chegará às telas na pele de Xuxa e Sasha. Não poderia ser mais pop. Além disso, sua obra, que já chega a 80 títulos, será integralmente reeditada a partir de setembro, pela editora Moderna. Na entrevista a seguir, o escritor conta como trabalha para aproximar seus livros dos jovens leitores, em um país em que o índice de analfabetismo ainda atinge alarmantes 11,5% das crianças de até 9 anos.

O senhor já foi chamado de "Paulo Coelho dos juvenis". O que acha disso?
A comparação é só por causa das vendagens, não pelo conteúdo. Eu sou o mais vendido da literatura juvenil. Ele é o mais vendido do gênero auto-ajuda. Ele trilha o caminho do esotérico, e eu sou o oposto: gosto de fantasia, mas de esoterismo, não.

Por que seus livros agradam tanto?
Porque tratam de emoções humanas. Shakespeare escrevia sobre amor, ódio, cobiça, ou seja, sentimentos que jamais mudarão. Por isso, suas obras são encenadas até hoje. Se o jovem lê sobre pessoas vibrando, sofrendo, sonhando e se emocionando, tal como ele, é muito provável que irá gostar da história. É o que acontece nos meus livros.

O fato de seus livros serem adotados por escolas determina a escolha dos temas das obras?
Não existe um tema infantil, jovem ou adulto. Os fatos existem para serem vistos por quem estiver ali. O espectador pode ter seis meses, dez, trinta ou oitenta anos. O que varia é o ângulo pelo qual ele olha aquele fato. Para se escrever para determinado público, o segredo é narrar o fato a partir do ponto de vista do leitor que se quer atingir.

Escrever para crianças e adolescentes requer um estudo prévio da realidade desses leitores?
Não necessariamente. Só depois do sucesso de A Droga da Obediência passei realmente a me preocupar com a realidade da criança e do adolescente. E comecei, enfim, a ler tudo sobre eles. Acabei me tornando um especialista e hoje dou palestras no Brasil inteiro, falando das fases do desenvolvimento do ser humano. Mas não é isso que faz de mim um escritor. Caso constrário, todo psicólogo de crianças e todo professor seriam escritores infantis.

É mais difícil escrever para crianças?
De certa forma, sim, pois requer muita observação e vivência. O escritor tenta refletir as emoções humanas que aprendeu ao longo da vida, por isso é pouco comum que pessoas muito jovens sejam bons escritores. Não escrevo pensando no menino de dez anos que fui. Na época, estava crescendo, não observei o suficiente. Eu digo que o ideal é ter acima de 30 anos para começar a escrever para crianças, como Monteiro Lobato, Ruth Rocha e eu mesmo.

Qual o retorno que o senhor tem de seus leitores?
Antes do computador, eu recebia milhares de cartas. Respondia a todas na medida do possível. Agora, o tipo de contato mudou: todos os dias, recebo uns dez e-mails de leitores, geralmente de 12 a 15 anos, elogiando e pedindo mais histórias. Mas também tenho leitor com filho grande, outros que se tornaram meus amigos. São como filhos adotivos. Claro que a gente não deve se iludir com os elogios, porque quem não gosta do livro não perde tempo escrevendo.

Em um país com tantos analfabetos, o senhor chegou a vender 21 milhões de exemplares. Como explicar?
Não é bem assim. Na realidade, existem dois mercados: o mercado das escolas e o mercado do governo. O governo compra muitos livros para repassar às instituições públicas. Dos 21 milhões que vendi, cerca de 10 milhões foram graças a essas compras. Então, o que conta para mim são os outros 11 milhões, efetivamente escolhidos, seja pelos leitores, seja pelos professores.

Como se manter tanto tempo no mercado?
É um fenômeno bem brasileiro, que começou na década de 70. O Ministério da Educação aprovou uma lei que recomendava para crianças e jovens do ensino fundamental literatura produzida no Brasil - além do livro didático. Como não existia uma produção regular, as editoras começaram a correr atrás, produzindo títulos e oferecendo-os às escolas. Então, criou-se o costume da adoção das obras por escolas, que pegou. Em outros países, não existe isso. Lá, as famílias compram os livros para seus filhos. Aqui, os pais não são leitores. Então, ou as professoras fazem esse trabalho, ou as crianças nunca serão apresentadas aos livros.

O senhor ficou rico vendendo livros?
Antes, com a inflação, era infernal. Quando comecei a escrever, recebia muito tempo depois da venda, então não ganhava nada, recebia tostões. Depois do Plano Real, quando a moeda se estabilizou, passei a receber o valor equivalente à venda. Com o que recebo hoje dá para viver bem, sim.

O senhor tem algum projeto novo no momento?
Sempre tenho ideias, mas não sei se consigo fazer um livro que supere os anteriores. Acho que, provavelmente, não, e nem sei se ainda terei tempo de escrever a próxima novidade. Espero que os leitores jovens encontrem novidades nos meus livros já consagrados.

A Copa de Literatura Brasileira está de volta

Para quem não conhece, a Copa de Literatura Brasileira é uma iniciativa, surgida em 2007, que resolve promover uma competição entre os principais lançamentos no gênero romance, com uma grande diferença: os jurados têm voz e espaço para explicar suas escolhas. E, aumentando o interessante, para se chegar ao livro vencedor, cria-se disputas entre os títulos, como jogos de uma copa do mundo.


Tudo começa com a escolha de dezesseis livros. Essa escolha era feita por votação entre os leitores. Esse ano não foi assim. Os livros disputam o prêmio em quatro rodadas. A cada "jogo", dois livros se enfrentam: o vencedor passa para a rodada seguinte, o perdedor é eliminado do campeonato. Cada jogo é decidido por um jurado, que escreve uma resenha para anunciar e justificar seu voto. Na grande final, todos os jurados votam e elegem o campeão.


Veja os vencedores das primeiras edições:


2007: "Música perdida" de Luiz Antonio de Assis Brasil.

2008: "O filho eterno" de Cristovão Tezza


A edição de 2009 já está causando polêmica, primeiro porque a escolha não foi feita via enquete. Segundo porque foi incluído na lista o nome de Paulo Coelho.


Então, se querem ficar por dentro desta disputa, basta acessar: http://copadeliteratura.com/

Programação da Estação - próxima semana

Semana que vem tem vários cursos começando na Estação das Letras. Clique nas imagens e confira os detalhes:



* Mergulho na escrita




* Como escrever um Projeto Cultural




* Abrindo uma livraria



Troca de Livros na Estação das Letras

Acontece amanhã, a partir das 10h30, a tradicional Troca de Livros da Estação das Letras.

Veja a programação:

10:30 - Troca de livros
11:30 às 13:00 - Encontro de leitura "Estação Poesia: poetas contemporâneos", com Francisco Orban e Astrid Cabral.

O evento tem entrada gratuita. A Estação das Letras fica na Rua Marquês de Abrantes, 177 loja 107, Flamengo (Rio de Janeiro/RJ). Tel: (21) 3237-3947.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Clipping da Internet

Antes de postar o clipping de hoje, quero comentar sobre a matéria que saiu no Estadão a respeito do PM que é voluntário em uma maternidade.

Fiquei emocionada. É a prova material de como o amor por um sonho pode transformar a vida das pessoas. É assim mesmo, você vai fazendo, assumindo novas tarefas, mas não cansa de buscar a sua própria perfeição. Isso leva a precisar de novos desafios e fazer sempre mais. E os sonhos desse policial, que se tornou policial por necessidade, são lindos.

Eu bato palmas para o David. De pé!

******* Estadão:

"PM lê histórias para futuras mães"

Por Fernanda Aranda, em 22/07/2009

Durante a manhã, revólver, homicídio, sequestro e brigas fazem parte da rotina dele, capítulos que jamais poderiam estar nos livros infantis. À tarde, porém, princesas, castelos, heróis, cavalos brancos e aventuras ocupam ao menos quatro horas do dia desse homem. As tramas em nada combinam, mas a mistura fica mais clara quando o protagonista dessa história é apresentado: era uma vez um policial militar de São Paulo que tinha a missão de levar contos de fada para uma maternidade do extremo sul paulistano.

Tudo começou quando as portas da fábrica se fecharam. Ser metalúrgico e ficar desempregado em Parelheiros, na periferia, levou David dos Santos, na época com 25 anos, a viver em uma espécie de deserto. A renda para sustentar a casa secava e nenhuma oportunidade florescia. Ele então avistou o "oásis" onde a violência, que sempre foi sua vizinha, não deixava nenhum morador do bairro enxergar. Prestou concurso e entrou para a Polícia Militar, profissão que aprendeu a transformar em segredo, já que nem sempre era seguro comentar o ofício. "Meus pais eram semianalfabetos, meus três irmãos nunca tiveram tempo para pensar em estudo. Eu achava bonito ser policial, mas meu sonho mesmo era ser professor. Este último eu não contava em alcançar", lembra David.

Uma das vantagens de ser o mais novo PM do 27º Batalhão era o caminho curto entre a casa e o trabalho. "Sou filho de Parelheiros e sempre quis trabalhar para a minha terra", conta. Uma caminhada de 20 minutos separava a moradia do trabalho. Era o tempo que ele respirava fundo e se preparava para o que estava por vir. "Era um tempo em que a situação de violência estava ainda mais precária do que é hoje. Assassinatos, brigas, assaltos e tiros eram muito comuns e as principais ocorrências que eu atendia." leia mais

"Tradução de obras ganha incentivos"
Biblioteca Nacional anuncia também verba para pesquisa e conclusão de livros

Por Jotabê Medeiros, em 23/07/2009

A Fundação Biblioteca Nacional divulgou na segunda-feira a lista das bolsas de literatura de 2009, abrangendo pesquisa literária, conclusão de obras, co-edições e traduções. O edital mostra um avanço nesse instrumento - há quatro anos, eram apenas 15 bolsas do tipo por ano, e agora já são 55 anuais.A seleção deste ano, na área de tradução, vai dar bolsas de US$ 3 mil (R$ 6 mil) para a tradução de obras de autores brasileiros no Exterior. a maior parte dos autores são vivos. O premiado livro O filho eterno, do autor curitibano Cristóvão Tezza, será publicado na Austrália pela Scribe Publications. O anjo do adeus, de Ignácio de Loyola Brandão (colunista do Estado), sairá nos Estados Unidos pela Dalkey Archive Press. Escrita em contra-ponto: ensaios literários, de João Almino, sairá na Argentina pela Leviatan. leia mais

"Dramaturgia nas alturas"
Por Beth Néspoli, em 23/07/2009

É noite. Um grupo se aglomera diante da fachada do Teatro Mars. Lá no alto o ator Marçal Aquino faz evoluções pendurado numa corda e nessa situação de visível instabilidade busca caminhar como se estivesse em chão seguro. Vai conseguir? A cena faz parte da preparação do novo espetáculo do Teatro da Vertigem, Kastelo, livremente inspirado no romance O Castelo, de Franz Kafka. E a distância evidente entre desejo e possibilidade de êxito é tema que perpassa toda essa criação. leia mais

"Revista publicará romance inacabado de Graham Greene"
Por Mike Colett - White Reuters, em 20/07/2009

LONDRES - Um romance inacabado de Graham Greene que passou muito tempo desaparecido será publicado este mês por uma revista norte-americana em capítulos, e o editor pode convidar os leitores a concluí-lo.

"The Empty Chair" (A cadeira vazia), com cinco capítulos e cerca de 22 mil palavras, é um mistério policial ambientado numa casa de campo, motivando comparações com a grande dama do mistério policial rural inglês, Agatha Christie. leia mais

"O Contador de Histórias conquista adolescentes"
Cinebiografia de Roberto Carlos Ramos lotou sessão no CEE da Vila Brasilândia
Por Luiz Carlos Merten, em 21/07/2009

Talvez houvesse algo de simbólico naquela construção espacial - o diretor Luiz Villaça, a produtora Denise Fraga e o próprio biografado, Roberto Carlos Ramos, ficaram à direita da tela, no plano superior em que se divide o ginásio que abriga o CEE, Centro Educacional e Esportivo Oswaldo Brandão, na Vila Brasilândia. Eles não se sentaram ali para se distanciar da garotada, mas para observar melhor suas reações. A sessão realizada na semana passada lotou a sala de garotos (e garotas). Havia pipoca e refrigerante à vontade, mas não foi só por isso que o público permaneceu até o fim de O Contador de Histórias.

Alguns dias antes, o filme fora exibido em Paulínia, integrando a mostra competitiva do 2º Festival de Cinema. "Foi emocionante, cara", disse o diretor Villaça. "O público vibrou, no fim as pessoas vinham espontaneamente conversar com a gente. Foi gratificante." Dois dias depois da exibição em Brasilândia, Villaça voltou a Paulínia para receber o prêmio do público, outorgado a seu filme. Ele não fez o tradicional agradecimento - "Este é o prêmio que vale" -, que tantos diretores gostam de atirar na cara dos críticos, conscientes de que, na maioria das vezes, há um divórcio entre o gosto de uns e outros. Villaça, no fundo, gostaria de agradar a todos, e não é só para faturar e sim, para melhor servir à história de Roberto Carlos Ramos. leia mais

"Ministro da Cultura critica oposição e revela planos"
Juca Ferreira diz que não vai manchar sua biografia com dirigismo cultural e anuncia ampliação do Vale Cultura, que precisa de aprovação do Congresso
Por Antonio Gonçalves Filho, em 21/07/2009


O ministro da Cultura, Juca Ferreira, garantiu ontem, em conversa com o Estado, que o projeto de revogar e substituir a Lei Rouanet de incentivo à produção cultural vai aumentar os recursos à disposição da cultura, hoje em torno de R$ 1,3 bilhão. Por telefone, comentando um artigo publicado anteontem no caderno Cultura, sobre a discordância de autoridades e representantes de empresas paulistas a respeito da nova Lei Rouanet, Ferreira garantiu que o governo "ganhou uma batalha" contra aqueles que, durante o processo de consulta pública sobre a sua reformulação, criticaram o governo de dirigismo cultural, ao propor que a decisão final sobre a concessão de incentivos a obras caiba a seu ministério e representantes da sociedade, e não aos departamentos de marketing de empresas.

É certo que o projeto, que deveria ser enviado ao Legislativo em junho, ainda terá de ser submetido à aprovação de deputados e senadores, provavelmente no próximo mês, mas o ministro mostra confiança em sua aprovação, após os ajustes feitos com base na avaliação de sugestões colhidas durante a consulta pública feita por seu ministério. "Os que discordam do projeto de reformulação são os maiores beneficiários da lei atual", argumenta o ministro, classificando o enfrentamento dos empresários paulistas de "belicoso". Ele garante que sua biografia política é um atestado contra qualquer tentativa de dirigismo cultural e que a atual legislação, com critérios de análise um tanto vagos, é que permite a distribuição aleatória de recursos, não cumprindo o compromisso democrático. leia mais

******* O Globo:

"Livros e sanduíches"
Em 22/07/2009, na coluna Gente Boa, de Joaquim Ferreira dos Santos

É da Focaccia o restaurante da Livraria da Travessa que abre, em setembro, na Rua Sete de Setembro, no Centro. A livraria da Ouvidor ficará para editoras independentes, afirma a coluna Gente Boa.


******* G1:

"Israel proíbe o termo 'Nakba' em livros escolares"
Em 22/07/2009

Jerusalém, 22 jul (EFE).- O Governo israelense retirará dos livros de texto para estudantes árabes qualquer referência ao que os palestinos qualificam como "Nakba" ("catástrofe"), ao se referir à criação do Estado judeu em 1948, informa hoje a imprensa local.

As referências à "Nakba", termo árabe que passou a denominar no imaginário palestino a "catástrofe" que representou a criação do Estado de Israel e o conseguinte exílio de 700 mil refugiados, foi introduzido em 2007 nos livros de texto pela então ministra da Educação, a trabalhista Yuli Tamir. leia mais

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Remoção de ebooks do Kindle

Saiu ontem no PublishNews uma matéria sobre a remoção que a Amazon fez de dois títulos de ebooks da rede que abastece os clientes do Kindle e que pegou de surpresa os leitores, que se sentiram lesados, mesmo com o reembolso pago pela Amazon.

Veja o texto completo:

"Pegou mal a iniciativa da Amazon de remover dois títulos de George Orwell – 1984 e A revolução dos bichos – da rede que abastece os clientes do Kindle (e dos próprios aparelhos que já haviam baixado os títulos). Os textos eram ilegais e a empresa foi acionada pelos detentores dos direitos. Porém, a manobra deu a entender que ao adquirir um eBook, o cliente do Kindle não detém verdadeiramente o produto, mas apenas a licença de ler. É claro que a empresa reembolsou os que foram lesados, mas a maneira como foi feito – um aviso seco de que o livro seria removido e o valor devolvido – pegou de surpresa os leitores, que recorreram ao fórum no site da própria Amazon para expressar sua frustração.
Drew Herdener, executivo da empresa, declarou: “Estamos mudando nossos sistemas de modo que, no futuro, não retiraremos mais qualquer livro dos clientes.”
Recentemente, uma cópia ilegal de Harry Potter também foi removida, segundo informações de leitores no fórum da Amazon.

O Mercado editorial agora debate as implicações da decisão da Amazon de remover [ar] edições de 1984 e A revolução dos bichos dos Kindles de seus clientes. Para Richard Curtis, agente literário e fundador da
E-Reads, o episódio expõe o problema de textos serem carregados no Kindle e outros sites de eBooks sem autorização. “... a menos que os sites [como o Scribd, por exemplo] possam confirmar a autenticidade do provedor, vamos encontrar outras situações como essa”, garante Richard. Sabe-se que o Scribd tem tomado tais medidas e alguns editores estão subindo livros com direitos autorais nos sites para evitar esse tipo de upload ilegal. O que surpreende é a Amazon não ter feito “seu dever de casa”. Em resposta ao ocorrido na última sexta-feira, 17/7, a Amazon anunciou que está fazendo mudanças em seu sistema para evitar tais acontecimentos; só não está claro como, exatamente, os sistemas serão alterados." (Tradução de Valéria Martins)

Resultado do Programa de Bolsas da Fundação Biblioteca Nacional

Saiu o resultado do concurso do Programa de Bolsas da Fundação Biblioteca Nacional:

BOLSA DE PESQUISA- NÍVEL 1

1. Analia Chernavsky
2. Beatriz Duarte Pereira de Magalhães Castro
3. Dalmir Francisco
4. Maria Alice Volpe
5. Patrícia Santos Hansen

BOLSA DE PESQUISA- NÍVEL 2

1. Ana Paula Sampaio Caldeira
2. André Diniz da Silva
3. Andrea Cristina Silva
4. Karine da Rocha Oliveira

BOLSA DE PESQUISA- NÍVEL 3

1. Ana Cristina Magalhães Jardim
2. Guilherme Volkmann Haas
3. Jaqueline Ferreira da Mota
4. João Batista Coelho
5. Renata Maria dos Santos
6. Tarcila Soares Formiga

BOLSA PARA AUTORES COM OBRA EM FASE DE CONCLUSÃO

1. Afonso Cláudio Machado do Carmo
2. Alexandre Jorge Marinho Ribeiro
3. Beatriz Antunes Onofre
4. Jorge Alan Pinheiro Guimarães
5. Manoel José de Miranda Neto
6. Priscila Costa Lopes
7. Rafael Mófreita Saldanha
8. Ronaldo Eduardo Ferrito Mendes

BOLSA DE TRADUÇÃO

1. Autor: João Almino
Título: Escrita em contra-ponto: ensaios literários
Editora: Leviatan / Argentina

2. Autor: Cristóvão Tezza
Título: O filho eterno
Editora: Scribe Publications / Austrália

3. Autor: Clarice Lispector
Título: Laços de família
Editora: H.F.D / Croácia

4. Autor: Mário Quintana
Título: Para viver com poesia
Editora: Graphe.it / Itália

5.Autor: José Teixeira Coelho
Título: Dicionário crítico de política
Editora: Gedisa / Espanha

6. Autor: Ignácio de Loyola Brandão
Título: O anjo do adeus
Editora: Dalkey Archive Press / USA

7. Autor: Alberto Mussa
Título: O enigma de Qaf
Editora: Editions Anarcharsis / França

8. Autor: Sérgio Sant’Anna
Título: Coletânea de textos
Editora: Dybbuk Publishing House / República Tcheca

9. Autor: Heloneida Studart
Título: Sem dizer adeus
Editora: Keter Books / Israel

terça-feira, 21 de julho de 2009

Carta de amor perdida por 10 anos reúne casal

Entre a vida e a arte, quem imita quem, afinal?

Carmem e Steven se apaixonaram quando ela passava uma temporada estudando em Devon. Após um ano de namoro, ficaram noivos, mas acabaram rompendo quando ela se mudou para Paris, em razão de um emprego.

Alguns anos depois, Steven consegue o endereço da mãe de Carmem e envia uma carta pedindo para que reatassem. Mas a carta, ainda fechada, colocada sobre uma bancada, escorrega e fica perdida atrás de uma lareira.

Dez anos depois, a carta é recuperada durante uma reforma. E ao lê-la, Carmem telefona para Steven e, após dois dias, se reencontram em Paris. Ambos ainda estavam solteiros, aos 42 anos.

Final da história: eles se casaram na última sexta-feira, na Grã-Bretanha.

Parece enredo de filme, mas não é. É apenas uma linda história de amor.

Mais detalhes, confiram a matéria do Estadão de São Paulo.

Sempre um papo


O Projeto Sempre um papo promove encontros entre grandes nomes da literatura e personalidades nacionais e internacionais com o público, ao vivo, em auditórios e teatros.

Várias cidades brasileiras já receberam os eventos do Sempre um papo.

E para quem quer acompanhar de casa, pode conferir a exibição semanal, aos sábados (às 19h) e domingos (às 16h), pela TV Câmara.

No site do projeto é possível encontrar vídeos, depoimentos e a agenda do evento.

Caravana dos Autores traz Michel Ocelot

O Sesc São Paulo está promovendo a Caravana dos Autores e, em celebração ao Ano da França no Brasil, traz ao país renomados escritores franceses, como Michel Ocelot (autor de Azur e Asmar, Edições SM). O bate-papo com o escritor acontece amanhã, dia 21, às 20h, na choperia do Sesc Pompéia (Rua Clélia 93, Pompéia, São Paulo, SP. Tel 11-3871-7700).

O evento é gratuito e livre para todos os públicos.

Mais informações sobre a Caravana de Autores, acesse o site do Sesc SP.

domingo, 19 de julho de 2009

Sobrecapa - blog de Lançamentos Literários

Eu ainda estou me perguntando por que faço essas coisas. :)

Acho que foi a mesma motivação pela qual lancei meu primeiro livro técnico: a sensação de procurar algo no mercado e não encontrar.

Pois é, comecei a divulgar aqui a agenda de lançamentos da semana, normalmente extraída das notinhas dos cadernos literários. Mas percebi que essas notinhas não dizem praticamente nada (até a editora eu precisava pesquisar por fora). E, na maioria das vezes, tenho apenas a programação do Rio e de São Paulo. Aí eu me pergunto: e os lançamentos dos outros estados? Como um escritor que está lançando seu primeiro livro no Rio Grande do Sul ou em Minas Gerais, por exemplo, pode chegar às outras praças?

Com essas perguntas me cutucando, quando vi, já havia criado um novo espaço de literatura, dessa vez voltado para os lançamentos literários.

Então, escritores, iniciantes ou não, se estiverem lançando algum livro de prosa ou verso, em qualquer cidade brasileira, é só mandar os detalhes, que eu publicarei lá no


Então, divulguem! Se der certo, como aconteceu com o Ficção de Gaveta, manterei firme e forte, senão, não terei vergonha de abandonar o barco. :)

Clipping da Internet

******* Estadão:

"Os primeiros passos de Borges"

Por Ubiratan Brasil, em 19/07/2009

Um desvario laborioso e empobrecedor, cheios de tipos psicologicamente anormais e desfechos previsíveis - assim Jorge Luis Borges (1899-1986) avaliava os romances em geral, justificando sua preferência por narrativas curtas. A paixão pela escrita, no entanto, era soberana, assim como a admiração e até devoção por outros autores, como comprova Ensaio Autobiográfico (tradução de Maria Carolina de Araujo e Jorge Schwartz), que a Companhia das Letras publica agora em nova edição.

Trata-se de um texto que Borges ditou em inglês a seu colaborador e tradutor Norman Thomas di Giovanni, nos primeiros meses de 1970, e que serviria como uma breve introdução à edição norte-americana de The Aleph and Other Stories. Acabou lançado antes, em setembro daquele ano, na revista The New Yorker, o que apressou a divulgação do nome do escritor entre o público de língua inglesa.

No sentido contrário ao de sua preferência por textos enxutos, Borges, aqui, alonga-se ao narrar fatos de sua vida, desde o nascimento até aquele momento quando, então com 71 anos, se revelava disposto a voltar aos textos despojados depois de ganhar fama mundial graças a exercícios estilísticos, especialmente nos contos. Embora confessional, o texto é recatado em alguns assuntos, especialmente os sentimentais - em 1970, Borges estava casado com a também escritora Estela Canto, mas prestes a se separar. O matrimônio, porém, é brevemente citado no livro e, mesmo assim, não é lembrado em nenhum momento o nome de Estela. leia mais

"Pequenos prazeres sem culpa"
Contos protagonizados pelo inspetor Maigret confirmam o talento de Simenon

Por Francisco Quinteiro Pires, em 13/07/2009

Em certa medida, o ofício de escritor assemelha-se ao de um inspetor policial. Os autores costumam concentrar suas obras numa incansável investigação sobre os mistérios da condição humana. Já os inspetores se preocupam em arregimentar fatos para a construção de um inquérito. Ambos contam com o auxílio indispensável das palavras para construir ou reconstituir os seus universos.

O ficcionista belga Georges Simenon (1903-1989) tornou-se popular ao inventar o personagem Jules Maigret, comissário da Polícia Judiciária de Paris. Com o tempo, ele passou a ser chamado de "o Maigret da alma humana" - uma evidência de que, a partir de determinado momento de sua carreira literária, criador e criatura haviam se tornado inseparáveis.

Ao considerá-lo autor de uma obra menor, enquadrando-a no gênero da ficção policial, produzida, segundo os estudos convencionais, para alimentar o gosto da massa, a crítica especializada pretendia depreciá-lo. Perdeu tempo. Se tivesse superado o preconceito contra Simenon, ela poderia ter aprendido um pouco mais sobre as estruturas narrativas - vale dizer, sobre a própria literatura. leia mais

******* O Globo:

"Real Gabinete oferece curso gratuito sobre autores da literatura portuguesa"
Em 17/07/2009

RIO - Estão abertas as inscrições para o curso grátis "Os Esquecidos relembrados no Real", promovido pelo Real Gabinete Português de Leitura, no mês de agosto. O curso abordará autores significativos da literatura portuguesa, mas pouco conhecidos, já que não fazem parte do cânone literário - listagem de livros e textos considerados obrigatórios pelos programas de estudo de Portugal. leia mais

Pílulas dos cadernos literários (#2) - 18/07/2009

Vamos às pílulas dos cadernos literários de ontem.

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!Caderno Prosa & Verso (O Globo). Sábado (18/07/2009)!
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# Entre blogs e barricadas

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Por Miguel Conde


>>> Aprovada semana passada pela Câmara dos Deputados, a reforma eleitoral submete a cobertura das campanhas na internet às mesmas regras do rádio e da televisão. Para o jornalista e professor Eugenio Bucci, a decisão expõe a incapacidade dos parlamentares de compreender a natureza da rede, e passa ao largo da necessidade de novos filtros para separar fotos de calúnias. Em blogs, sites e no Twitter, a mobilização política escapa às tentativas de controle, disseminando imagens de manifestações no Irã e na China. Mas o caminho inverso, da web para a rua, continua pouco percorrido. No Brasil, os milhares de manifestantes virtuais contra o senador José Sarney se transformam em gatos pingados quando se materializam em passeatas "reais", admite o criador do site www.forasarney.com. E a estrutura da rede, democrática à maneira de Tocqueville, parece também embaralhar a relevância dos assuntos, aproximando as causas nobres das banalidades, afirma o pesquisador Afonso de Albuquerque (...)

%%% Para saber um pouquinho a respeito, alguns posts do blog Prosa OnLine a respeito:
- Tocqueville vai ao Twitter
- Eugenio Bucci fala sobre internet, jornalismo e política

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# A viagem horizontal
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Por José Castello

>>> No progresso, caminha-se para frente ou para trás? Avança-se rumo a um futuro promissor, ou atola-se na lama do medo - como a carroça que, atravancada em meio à Rua da Guarda Velha, em "A cartomante", de Machado, representa os temores de Camilo? Em um mundo que se transforma, apostamos no futuro, ou dele suspeitamos?

Perguntas assim, que trituram os ponteiros dos relógios e colocam em risco nossa confiança no tempo, permeiam as crônicas de João do Rio, que releio em edição da Global Editora ("As melhores crônicas de João do Rio", seleção e prefácio de Edmundo Bouças e Fred Góes). Um século depois, provando que os relógios não são mesmo dignos de crédito, elas conservam um vibrante frescor. (...)

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# A crítica no caldeirão
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Por Giovanna Dealtry
* Professora comenta opiniões de escritores reunidos em debate pelo Prosa & Verso

>>> No começo do mês de julho, o Prosa & Verso promoveu o encontro entre três dos mais premiados e atuantes escritores do panorama atual da prosa brasileira. O bate-papo entre Bernardo Carvalho, Milton Hatoum e Cristovão Tezza ("Caldeirão literário", 04/07/2009) revelou não somente as aproximações e diferenças conceituais dos autores em relação aos rumos da literatura em um país de poucos leitores, como, de maneira provocadora, pôs em xeque o lugar e o papel da crítica literária hoje. (...)


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# De repórter policial a pai da Mônica

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Por Télio Navega
* Mauricio de Sousa comemora 50 anos de carreira com documentário, exposição, livros e promete, para breve, versão adolescente do Chico Bento

>>> A história em quadrinhos não é feita só para crianças e não, não é literatura, por mais que o gênero esteja migrando das bancas para as livrarias já algum tempo, alcançando um público mais maduro, heterogêneo e com maior poder aquisitivo. Dito isto, podemos relaxar e defender a importância dos quadrinhos como forma de expressão artística, que nos trouxe autores como Maurício de Sousa, Ziraldo, Renato Canini, Laerte, Flávio Colin, Angeli e até Lourenço Mutarelli, que diz ter abandonado o gênero pela literatura. (...)

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# coluna RODAPÉ

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> Vinícius de Morais. Segunda, dia 20, às 21h, a Livraria DaConde fará, no evento Ponte de Versos, uma homenagem a Vinícius de Moraes. Poetas como Tanussi Cardoso, Pedro Lago e Tavinho Paes, entre outros, lerão trechos de obras do poeta.

> Língua-solta. Estreia no Rio dia 22, no Teatro do Centro Cultural Justiça Federal (3212-2550), o espetáculo "O Língua-Solta", de Miriam Halfim, dirigido por Xando Graça. O ator Isaac Bernat estará sozinho em cena na pele do cristão-novo Bento Teixeira, personagem que viveu em Pernambuco no início do século XVI e é considerado o primeiro poeta do Brasil, famoso pela erudição e pela língua afiada, que acabaram entregando-o à Inquisição.

> Arte e história da França. A Casa de Cultura Laura Alvim (Vieira Souto 160) abrigará segunda-feira, às 16h, o curso "Arte e História da França" com a professora Denise Guinle, formada em História da Arte pelo Museu do Louvre.

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# coluna NO PRELO
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Por Mànya Millen e Rachel Bertol


> O efeito Harry Potter. O impacto da série Harry Potter na formação de milhões de leitores é mais que sabido. O interesse pelas aventuras do bruxo criado pela escocesa J.K. Rowling, que se estenderam por sete volumes e geraram boas adaptações cinematográficas - a mais recente, "Harry Potter e o enigma do príncipe", estreou nos cinemas brasileiros esta semana - levou crianças e jovens do mundo inteiro a encarar a leitura como algo prazeroso e emocionante. O assunto é tão sério que, em setembro, a Unesco reunirá em Paris os tradutores que tornaram a série acessível em outras línguas para contar como foi a experiência (o Brasil estará representado por Lia Wyler, que traduziu os volumes para a Rocco). A Unesco pretende, com o apoio dos tradutores e leitores, redigir um documento para mostrar o efeito Harry Potter, desde o estímulo aos hábitos de leitura até a movimentação das editoras, passando pela interação entre os fãs na internet; as adaptações às culturas locais; a pirataria e, claro, a relação entre os livros e o cinema. Tudo para tentar entender o que fez do bruxo um personagem tão especial e único.

> Thalita Rebouças. Best-seller da literatura infanto-juvenil brasileira, Thalita Rebouças está comemorando dez anos de carreira. Para festejar a data, inicia neste fim de semana a turnê nacional de lançamento de seu décimo livro, "Fala sério, pai!". Hoje, às 18h, ela autografa o livro e conversa com os fãs na FNAC, no Barra Shopping. Amanhã, às 16h, ela repete a dose na Travessa de Ipanema. Com 350 mil exemplares vendidos, Thalita contará sua experiência de sucesso no curso "Literatura juvenil e mercado editorial", que acontecerá em agosto, no POP.

> França na ABL. Na próxima semana, entre os dias 20 e 23, a Academia Brasileira de Letras reunirá oito pensadores franceses atuantes em diversas áreas para participar do ciclo de palestras "A França volta ao Petit Trianon", coordenado por Cícero Sandroni, presidente da ABL. Didier Lamaison, Emmanuel Renault e Roger Chartier estão entre os convidados. As conferências serão abertas ao público e terão tradução simultânea. Informações em www.academia.org.br.

> Lisboa na França. Lançado há apenas dois meses na França, o romance "Sinfonia em branco", de Adriana Lisboa, já ganhou uma segunda edição. O livro, publicado aqui pela Rocco e lá pela Métalié, tem recebido críticas elogiosas e foi chamado pela revista "Elle" de "o romance mais envolvente da temporada".

> Salim na ABL. O escritor Salim Miguel faz uma dupla comemoração quinta-feira na Academia Brasileira de Letras (Presidente Wilson 203). Às 17h, recebe o prêmio Machado de Assis, pelo conjunto da obra, e às 18h lança a coletânea "Melhores contos" (Global Editora).

> Para crianças. A Travessa do Shopping Leblon e a editora CosacNaify prepararam uma série de atividades para as crianças durante as férias escolares. Elas começam hoje, às 17h, com leitura de "Bill com limão", de Décio Pignatari e Daniel Bueno, e oficina de origamis.