quinta-feira, 2 de julho de 2009

Mesa "Verdades inventadas"

Acabou há pouco a mesa Verdades inventadas, com Arnaldo Bloch, Tatiana Salem Levy e Sérgio Rodrigues.

A mesa teve a mediação de Beatriz Resende e também foi muito boa.

Os escritores começaram com a leitura de trechos de seus livros.

Arnaldo leu um trecho que está na página em que aparece uma foto sua, na capa da manchete, ao 1 ano de idade, nu.

Tatiana leu um diálogo entre a protagonista de seu romance e a mãe que já está morta. O diálogo fala sobre a doença dessa mãe e o relacionamento profundo das duas.

Sérgio leu o trecho em que o comunista Xerxes revela ao escritor Molina sua participação na famosa batalha da Praça da Sé.

Logo depois, eles responderam perguntas da Beatriz e da plateia a respeito da feitura do livro, da coragem em expor fatos biográficos e elementos para tornar a história verossímel, empática e emocionante.

Abaixo algumas frases ditas pelos escritores:

Beatriz Resende: “se ainda for preciso encontrar uma definição para a literatura, pode-se usar o próprio tema dessa mesa: 'Verdades inventadas'”.

Arnaldo: “Só depois do livro pronto é que eu me dei conta do que eu tinha realizado com a minha própria memória”.

“A biografia definitiva é uma falácia”

“A biografia definitiva tende a ser a versão mais pobre de uma história”.

Tatiana: “A escrita desse romance começou muito antes da própria escrita. Começou na infância com as histórias que eu ouvia”.

“Os judeus levavam consigo as chaves das suas casas, na esperança de um dia voltar”.

“A verdade que eu procuro não é a verdade dos fatos, mas a verdade da literatura”.

“Meu processo de escrita foi muito físico”.

“Toda a minha questão é como trabalhar a palavra na literatura”.

“Cada romance pede uma coisa. Você tem que ouvir o que seu romance está pedindo. A reescrita para mim é o momento mais importante. Eu jogo muita coisa fora. Eu sou obsessiva em cortar palavras. Falar o máximo possível com o menos. Eu vou lapidando o texto até chegar onde eu quero.”

Sergio: “O livro me foi encomendado, não era um projeto meu”.

“Desde a encomenda, não foi um livro convencional, de história. A encomenda tinha uma certa licença para criar”.


“Ficção não é mentira. Ficção pode ser muito mais verdadeira. A realidade não existe. A realidade é linguagem. Não tem nenhuma lei em lugar nenhum que o discurso de um historiador, de um jornalista é mais verdadeiro que de um escritor.”

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Hoje não terei como acompanhar as próximas mesas, mas não deixem de assistir, se puderem.

Até amanhã.

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