terça-feira, 29 de setembro de 2009

Prêmio Jabuti - vencedores

Saiu hoje a lista dos vencedores do Prêmio Jabuti.

E estou felicíssima. O livro juvenil O fazedor de velhos, do querido Rodrigo Lacerda, foi o campeão em sua categoria.

Mil foguinhos de comemoração. Mil sorrisos por ele. O livro é bárbaro. Ele é um grande escritor e merece a vitória.

Veja alguns resultados:

Poesia:
1º) DOIS EM UM - ALICE RUIZ S (EDITORA ILUMINURAS LTDA.)
2º) ANTIGOS E SOLTOS:POEMAS E PROSAS DA PASTA ROSA - ANA CRISTINA CESAR (INSTITUTO MOREIRA SALLES)
3º) CINEMATECA - EUCANAÃ FERRAZ (COMPANHIA DAS LETRAS)
OUTROS BARULHOS - REYNALDO BESSA (ANOME LIVROS)

Contos e crônicas:

1º) CANALHA! - CRÔNICAS - FABRICIO CARPINEJAR (EDITORA BERTRAND BRASIL)LTDA
2º) OSTRA FELIZ NÃO FAZ PÉROLA - RUBEM ALVES (EDITORA PLANETA DO BRASIL)
3º) OS COMES E BEBES NOS VELÓRIOS DAS GERAIS E OUTRAS HISTÓRIAS - DÉA RODRIGUES DA CUNHA ROCHA (AUANA EDITORA)

Infantil:

1º) A INVENÇÃO DO MUNDO PELO DEUS-CURUMIM - BRAULIO TAVARES (EDITORA 34)
2º) NO RISCO DO CARACOL - MARIA VALÉRIA REZENDE E MARLETTE MENEZES (AUTÊNTICA EDITORA LTDA)
3º) ERA OUTRA VEZ UM GATO XADREZ - LETICIA WIERZCHOWSKI (EDITORA RECORD)

Juvenil:

1º) O FAZEDOR DE VELHOS - RODRIGO LACERDA (COSAC NAIFY)
2º) CIDADE DOS DEITADOS - HELOISA PRIETO (COSAC NAIFY E EDIÇÕES SESC -SP)
3º) A DISTÂNCIA DAS COISAS - FLÁVIO CARNEIRO (EDIÇÕES SM (GRUPO SM))

Romance:

1º) MANUAL DA PAIXÃO SOLITÁRIA - MOACYR SCLIAR (COMPANHIA DAS LETRAS)
2º) ÓRFÃOS DO ELDORADO - MILTON HATOUM (COMPANHIA DAS LETRAS)
3º) CORDILHEIRA - DANIEL GALERA (COMPANHIA DAS LETRAS)



A lista completa de todas as categorias pode ser conferida no site da CBL: http://www.cbl.org.br/jabuti/telas/resultado/resultado_categoria.aspx?f=2.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Novo portal de notícias: R7

A jornalista Anaik Weid, em seu blog Melhores Palavras, publicou hoje uma reportagem ótima falando de lançamentos de um novo portal de notícias da Record - o R7, nos mesmos moldes do portal G1 da Globo.

Além dessa grande notícia, ela ainda relaciona o surgimento de dois jornais.

Confiram a matéria completa no blog da Anaik.

Estação das Letras: Escrevendo sitcoms ou comédias de situação

Veja sobre o curso Escrevedo sitcoms ou comédias de situação, que começará no dia 2 de outubro, na Estação das Letras.


Clique na imagem para ver os detalhes.


Estação das Letras: oficina de crônica com José Castello

Não percam. Oficina de crônica com José Castello, na Estação das Letras.

Clique na imagem para mais detalhes.


sábado, 26 de setembro de 2009

Pílulas dos cadernos literários (#2) - 26/09/2009

Bem, hoje não estava disponível a coluna Informe Ideias no Jbonline. Então, transcrevo aqui alguns trechos:

Informe Ideias
Por Alvaro Costa e Silva, com Carolina Leal

(parte)

Mesmos de Sempre. É o que se conclui da lista de favoritos ao Prêmio Nobel nas casas de apostas britânicas. O ranking dos 10 mais bem colocados está assim: Amos Oz (pagando quatro pra um), Assia Djebar, Luis Goytisolo, Joyce Carol Oates, Philip Roth, Adônis, Antonio Tabuchi, Claudio Magris, Haruki Murakami e Thomas Pynchon. A seguir encontramos Don de Lillo (15), Mario Vargas Llosa (17), Cees Nooteboom (20), Peter Handke (19), que está na capa deste Ideias, e Bob Dylan. O curioso é que Atiq Rahimi - aquele afegão sem sal que esteve na Flip - aparece à frente de De Lillo. Dizem que a banca não aceita apostas em brasileiros, com medo de quebrar. Como se diz no jogo do bicho, estamos cotados.

Outubro quente. Nos EUA, o mercado editorial se agita com a abertura da temporada de fim de ano. Estão programados para chegar às livrarias novos livros de Kazuo Ishiguro, Nick Hornby, Jonathan Lethem, John Irving, Philip Roth, Michael Chabon, Margaret Atwood, Jonathan Safran Foer, entre outros. E, para delícia de Ivan Lessa, também bate na praça o novo romance de Nicholson Baker, Anthologist. O tema parece brutal - um poeta menor que se debate entre o gosto pela arte de elite e a inclinação pela cultura popular - mas com Baker nada é assim tão fácil.

Outubro quente 2. Invisível, de Paul Auster, terá edição em português lançada no dia 27, ao mesmo tempo que nos EUA. Mas a tradução é da portuguesa ASA. Aqui teremos que aguardar um pouco para ler a história de um jovem aspirante a poeta, Adam Walker, que se envolve num perverso triângulo amoroso. Quem já leu garante que há muito sexo. Sexo pra valer, nada de dardo de Eros.

Que papelão, hein? A tradução na Argentina de O vencedor está só, de Paulo Coelho, mereceu do jornal Clarín duas resenhas. Mas deu na mesma: os dois críticos escalados, Hermán Vanoli e Flavio Lo Presti, meteram o pau na obra. O segundo disse que o romance do best seller brasileiro lembra um "papelão colorido".

Pílulas dos cadernos literários (#1) - 26/09/2009

Vamos às pílulas do Caderno Ideias & Livros (Jornal do Brasil) de hoje, dia 26/09/2009.

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!Caderno Ideias (JB). Sábado (26/09/2009)!
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# A mancha de Peter Handke
* No romance 'A perda da imagem', o polêmico escritor austríaco mostra o futuro próximo da terra de Dom Quixote, um lugar sem ideias nem ideais (Por Alvaro Costa e Silva)
( Leia mais )

# Clássico: Aventuras irônicas
* Saul Bellow cria um romance de formação que tematiza conflito do indivíduo com a sociedade (Por Gustavo Bernardo)
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# Política: As faces da esquerda nos EUA
* Os Weathermen chegaram a assumir a luta armada no fim dos anos 60
(Por Cecilia Azevedo)
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# O nascimento da juventude
* Pesquisador do movimento pop, Jon Savage escreve um extenso ensaio sobre a cultura 'teen', enfocando de Oscar Wilde a John Hughes, e revela que ela não é tão nova assim e sempre foi parecida, no século 19 ou agora (Por Fabio Silvestre Cardoso)
( Leia mais )

# Ficção: De bons jogadores e boas partidas
* No romance 'Sinuca embaixo d'água', de Carol Bensimon, a atmosfera é carregada, abafada - e guarda uma inflamação no peito das personagens (Por Ieda Magri)
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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Troca de livros na Estação das Letras

Não percam! Sábado agora tem o tradicional Troca de Livros, na Estação das Letras.

Clique na imagem para mais detalhes.



Prosa nas Livrarias

Os escritores Luiz Ruffato e Miguel Sousa Tavares conversarão com o público na Livraria Argumento - Leblon (Rua Dias Ferreira, 417. Rio de Janeiro/RJ. Tel.: 21 2239-5294), hoje, dia 24, a partir das 19h, dentro do projeto Prosa nas Livrarias.

Na mediação da mesa estará a crítica e professora Beatriz Resende.

Se o livro de Ruffato evoca o país de Sousa Tavares (Portugal) - o escritor mineiro passou um mês imerso na capital portuguesa para escrever Estive em Lisboa e lembrei de você - o romance No teu deserto (Companhia das Letras) tem como cenário as paisagens áridas do continente africano. Na obra, Sousa Tavares conta as lembranças guardadas por um jornalista de uma viagem pelo deserto do Saara feita muitos anos antes, ao lado de uma mulher quinze anos mais jovem.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Site oficial de Carlos Drummond

Matéria do Jornal O Globo de 21/09, divulgada pelo PublishNews:

"Um dos maiores poetas e escritores da língua portuguesa, Carlos Drummond de Andrade completa 25 anos no catálogo da Editora Record em 2009. Para homenageá-lo a editora acaba de lançar o site oficial do autor, com informações sobre sua vida e obra. Com uma ampla obra que transita entre a poesia e o conto, Drummond escreveu incansavelmente até o fim de sua vida. Uma mente tão criativa e produtiva que, mesmo depois de sua morte, ainda foram lançados diversos materiais inéditos de sua autoria. O site traz uma lista completa de livros do autor publicados pela Record, além de fotos e vídeos de Drummond em momentos de cotidiana beleza ou apaixonadas homenagens, feitas por aqueles que admiram sua obra. Outra novidade é a Rádio Drummond, que apresenta alguns de seus principais poemas musicados."

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Pílulas dos cadernos literários (#1) - 19/09/2009

Vamos às pílulas do Caderno Ideias & Livros (Jornal do Brasil) de sábado, dia 19/09/2009. Atrasadíssimas... ;)

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!Caderno Ideias (JB). Sábado (19/09/2009)!
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# Bukowski, o príncipe devasso
* Bienal conhece outro tipo de realeza com os textos do escritor (Por Luiz Felipe Reis)
( Leia mais )

# Um equívoco perigoso
* Francês Luc Ferry propõe desvendar as três 'Críticas' de Kant como objeto de consumo (Por Haron Gamal)
( Leia mais )

# Literatura americana: O fascínio pelo mal
* Coletânea de contos de Gore Vidal exibe traços autobiográficos e relatos em que infância e adolescência nada têm de inocentes
(Por Duílio Gomes)
( Leia mais )

# Literatura americana 2: Feia, eu?
* Novela curta do dramaturgo Arthur Miller apresenta alter ego feminino do autor, uma judia que flerta com o comunismo e sofre com sua aparência física (Por Lúcia Bettencourt)
( Leia mais )

# Teatro: Território do diálogo e da tensão
* Em 'Memória do efêmero', Tamara Ka comenta o registro de espetáculos teatrais em DVD (Por Claudio Castro Filho)
( Leia mais )

# Transmigrações artísticas
* (Por Wilson Martins)
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# Do caderninho de Don Juan
(Por Felipe Fortuna)

( Leia mais )

# Coluna Informe Ideias
(Por Alvaro Costa e Silva)
( Leia mais )

# Entrevista: Em busca do caos polifônico
* Com 'Rei do cheiro', João Silvério Trevisan elege "descaminhos" para fazer literatura (Por Taynée Mendes)
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Hoje é um dia especial


Aos meus queridos leitores do Canastra, aviso que o ritmo voltará ao normal, com isso, os posts também. O casamento da minha querida sobrinha aconteceu no sábado... foi tudo perfeito. Agora minhas pendências são só literárias.

Mas antes quero dividir com vocês a minha alegria pelo dia de hoje. Eu e meu marido estamos completando 17 anos de namoro. Sim, ainda comemoramos. Todo ano, todo mês. A cada mês, um 'parabéns' e um beijinho especial. E, assim, vamos mantendo o calor da paixão que se transformou num amor sereno, companheiro, aconchegante. Amanhã começa a primavera e nunca vou esquecer que no primeiro dia da primavera que também era o nosso primeiro dia de namoro, ele me presenteou com uma lindíssima cesta de flores. Esperto, não?!

E no mês que vem completamos 15 anos de casados. Mais um dia especial, entre todos que aconteceram nesses últimos anos.

Pensei em escrever um poema. Mas fiquei com medo de errar a mão. Só confio em mim escrevendo prosa. Então me lembrei da letra de um bolero que adoro. Ouço várias vezes. E acho que ela diz tudo que estou sentindo hoje.

Para você meu amor, meu querido Antonio, minha declaração dizendo não só que eu nasci no dia em que te conheci, mas que eu renasço a cada dia, no teu olhar e no olhar dos nossos filhos.

Contigo Aprendí
Contigo aprendí
que existen nuevas y mejores emociones,
Contigo aprendí
a conocer un mundo nuevo de ilusiones
Aprendí
que la semana tiene mas de siete dias
a hacer mayores mis contadas alegrias
y a ser dichoso yo contigo lo aprendi.

Contigo aprendí
a ver la luz del otro lado de la luna
Contigo aprendí
que tu presencia no la cambio por ninguna
Aprendí
que puede un beso ser mas dulce y mas profundo
que puedo irme manana mismo de este mundo
Las cosas buenas ya contigo las vivi
y contigo aprendí que yo naci el dia que te conoci.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

10 finalistas do Prêmio Portugal Telecom 2009

Ontem à noite, no Consulado de Portugal em São Paulo, foi divulgada a lista dos 10 finalistas do Prêmio Portugal Telecom 2009.

São eles:

  • "Ontem Não Te Vi em Babilônia", António Lobo Antunes - Alfaguara (romance português)
  • "Cinemateca", Eucanaã Ferraz - Companhia das Letras (poesia brasileira)
  • "Aprender a Rezar na Era da Técnica", Gonçalo Tavares - Companhia das Letras (romance português)
  • "A Eternidade e o Desejo", Inês Pedrosa - Alfaguara (romance português)
  • "Acenos e Afagos", João Gilberto Noll - Record (romance brasileiro)
  • "Cemitério de Pianos", José Luís Peixoto - Record (romance português)
  • "A Arte de Produzir Efeito Sem Causa", Lourenço Mutarelli - Companhia das Letras (romance brasileiro)
  • "O Livro dos Nomes", Maria Esther Maciel - Companhia das Letras (romance brasileiro)
  • "Ó", Nuno Ramos - Iluminuras (conto brasileiro)
  • "Heranças", Silviano Santiago - Rocco (romance brasileiro)

Tivemos 6 brasileiros contra 4 portugueses.

Agora é torcer pelos nossos. O resultado sai dia 10 de novembro.

Fonte: http://twitter.com/publishnews

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Fundo pró-leitura e os livros mais caros

Vocês me conhecem, sabem que sou daquelas que levanta bandeira, saca o megafone, divulga, fala, agita, faz de tudo para divulgar a literatura. Mas não faço nada com o joelho dos outros. Ultimamente, só com o meu - joelho, relógio e carteira.

E aí o que leio hoje? Que na sexta-feira foi assinado o acordo para a criação do Fundo Pró-Leitura. Até aí, é para soltar fogos. Mas seguindo na notícia, descubro que isso aconteceu pois conseguiram a cobrança de 0,33% da receita de todas as empresas envolvidas nas diversas fases da cadeia produtiva do livro – produção, distribuição e venda ao consumidor.

Traduzindo, quem vai pagar o pato, ou melhor, a alíquota? Os leitores. Os que já existem. E aqueles que estavam em cima da corda bamba, tendendo a se tornarem. Como é que criam um fundo pró-leitura, que vai onerar ainda mais o preço dos livros? É fazer milagre com o joelho dos outros. E joelhos que já estão castigados e calejados com medidas assim. Alguém aí lembra de um tal impostinho para ajudar a saúde? Nem cito o nome, pois dá má-sorte. Bato na madeira três vezes.

Realmente como se lê em e-mails que circulam por aí, somos muito ricos mesmo, pois pagamos o absurdo que pagamos de imposto, e no final das contas, ainda pagamos para ter saúde, educação, segurança.

Medidas para incentivar novos leitores não precisam de imposto, precisam de boa vontade. Está cheio de exemplo por aí.

Terminado meu desabafo, vocês podem ler a matéria completa que saiu no PublishNews de hoje.

Fonte: PublishNews - 14/09/2009 - Por Ricardo Costa

Demorou. Foram muitas reuniões, discussões e negociações. Mas finalmente, na última sexta-feira, 11/9, governo e mercado assinaram o acordo para a criação do Fundo Pró-Leitura. A alíquota será de 0,33% (esse percentual foi validado em Assembleia realizada na sede da Câmara Brasileira do Livro, em São Paulo)da receita de todas as empresas envolvidas nas diversas fases da cadeia produtiva do livro – produção, distribuição e venda ao consumidor. O comitê que decidirá onde aplicar os recursos será composto por 16 membros: seis do governo, seis do mercado – Câmara Brasileira do Livro, Associação Brasileira das Editoras de Livros Escolares, Sindicato Nacional dos Editores de Livros, a Associação Nacional de Livrarias, Associação Brasileira de Difusão do Livro, e um sexto membro rotativo, cujo critério será definido entre as entidades estaduais do livro –, dois mediadores de leitura e dois da área criativa. Ao final do terceiro ano de exercício do Fundo Setorial Pró-Leitura, será realizada uma avaliação dos resultados, por meio de uma consultoria independente, contratada pelo Comitê Gestor. Em comunicado à imprensa, as entidades do livro ressaltaram que o diálogo viabilizou o consenso que tornará possível “construir um país de leitores”.

domingo, 13 de setembro de 2009

Pílulas dos cadernos literários (#6) - 12/09/2009 - Resenha de A conjura

Continuação das pílulas do caderno Prosa & Verso, do dia 12/09/2009:

O crítico aprendiz
Por José Castello

Leio "A conjura", primeiro romance do angolano José Eduardo Agualusa, lançado em 1988 e enfim entregue aos leitores brasileiros (Editora Gryphus). Uma suposição marca (atrapalha) minha leitura: diante de um livro de estreia, espera-se que o crítico se coloque na tripla posição de decifrador competente, avalista autorizado e juiz rigoroso. Isto é, que leia o que ninguém consegue ler, que ateste e autorize um destino e que julgue sua potência.

Esta noção dominante aproxima a crítica literária da ciência, do sacerdócio e do direito. Mas a afasta da literatura. Quando lê um primeiro romance, mais do que nunca, faltam ao crítico os antecedentes com que possa confrontar e medir o que lê. Resta-lhe a mão vazia. Ele trabalha muito mais com a cegueira do que com a visibilidade.

Nesses casos, o crítico deve se colocar, ao contrário das boas regras, na posição submissa de aprendiz. Isso não quer dizer que sua leitura seja inocente, tampouco assegura a pureza de suas ideias. Quer dizer apenas que, diante de um primeiro livro, o crítico se vê obrigado a exercitar, mais que nunca, o fundamento de qualquer leitura: a capacidade de se assombrar.

Sei que a posição que defendo não é dominante. Alguns a descartam como fantasiosa, medrosa e submissa. Recentemente, em um debate literário, uma senhora da plateia - depois de se desculpar, como se fizesse uma observação quase obscena - me perguntou se não acho que minha posição diante da literatura é "feminina".

Existem muitas superstições a respeito da suposta "passividade" das mulheres. Basta ler escritoras como Clarice Lispector, Virginia Woolf e Florbela Espanca, porém, para entender o quanto o feminino é, também, feroz e contundente.

Inverto a observação da gentil senhora. Penso que minha posição como leitor e (consequência, e não causa) como crítico se pauta por alguns atributos essenciais do masculino. Quem é o pai, senão aquele quem, apesar do papel de chefe e de provedor, está predetermiado (basta ler os gregos) a ser "assassinado" pelos filhos? O que define um homem não é, enfim, sua morte?

Assim também acontece com o crítico, e não só com ele, mas com qualquer leitor. Se ele se deixar invadir pelo que lê (posição supostamente feminina), se aceita os pedidos e caprichos do texto (posição supostamente do homem), só assim ele chega, enfim, a ler um livro. Explico bem o que entendo por isso: a "sofrer" do livro, e não a dominá-lo.

Em "A conjura", Agualusa narra os primeiros dias de uma nação, Angola. No século XIX, uma terra ainda a inventar. "Angola era terra de muitas e variadas mortes", narra, "ruim para tímidos e para fracos". Nessa colônia distante, onde um agricultor manda assar uma escrava para dar de comer a seus cães, os nascimentos vêm marcados pela fúria da morte. O passado é uma maçaroca de lendas e de crimes. O presente é um buquê de espinhos.

No romance de Agualusa, os personagens se misturam e se desencontram, como que perdidos em uma selva. Todos os projetos da colônia se resumem a um: o desejo de pacificação. Única forma de esboçar uma verdadeira independência. Estranho caminho: para pacificar é preciso fazer a guerra.

Nascimento remoto não só de uma nação, mas de um escritor, "A conjura" ilustra a luta de Agualusa para domar sua agitação juvenil, pacificar seus conflitos interiores e esboçar um retrato de si. Debruçado sobre Angola, ele aprende quem é.

Nas lutas do século XIX, o contrabando de armas alimenta os pequenos crimes, com que, enfim, as batalhas se decidem. Também Agualusa contrabandeia heranças - do realismo, da narrativa histórica, do romance de formação. A estreia é sempre um assalto ao passado. Todo escritor nasce de outros e escreve com as mãos sujas de sangue.

Hoje, jovens escritores afirmam - como se isso fosse um ato de coragem - que não gostam de ler. Pior: que não precisam ler. Supõem que esta recusa basta para livrá-los das heranças e dos antecedentes. Apegados à fantasia do nascimento absoluto, repetem, sem saber, as fórmulas antigas. Deviam ler Agualusa, para quem o passado é a estrutura do presente. Sem ele, a realidade desaba.

No século XIX, Angola paga um preço doloroso ao progresso. Uma nação, conforme avança, se destrói. A vida se torna mais complexa e menos ingênua. Também escrever um primeiro livro é desconstruir-se, isto é, livrar-se do que "naturalmente somos". Nada há de natural na literatura. Não se escreve sem, antes disso, destruir um mundo.

Em "A conjura", o que sobra do velho projeto "natural" se encarna no papagaio Manaus, que Alicinha herdou do pai. Um bicho idoso, que perdeu as penas da cauda, rouqueja e está quase cego. "Ademais tropeçava nas palavras, confundia as coisas". Mais que o corpo, é a linguagem que, despida de sua ilusória bondade, passa a nos falhar. Só quando revira e torce a linguagem, um escritor começa a escrever.

A literatura não se interessa pela civilização e pelo progresso. Ela não é a montagem de ideais, mas, ao contrário, sua desmontagem. Nada assegura que um romance escrito no século XX seja superior (um "avanço") a um romance do século XIX. A literatura é indiferente à lógica dos relógios. É extemporânea.

A cada palavra que escreve (que lhe sai), o escritor desmente a palavra planejada. Nos livros de estreia, ainda temerosos de se arriscar, os escritores em geral se agarram aos ideiais antigos de boa educação, desenvolvimento e progresso. Ocorre que as torrentes da escrita são mais fortes. Se o autor escreve para valer, elas logo o arrastarão para fora de seu caminho. A isso se pode chamar de destino.

O projeto republicano da nova Angola se constrói à custa de dores devastadoras. É entre destroços e costurando feridas que uma nação se levanta. Também o escritor sofre de distúrbios que o ferem e modificam. Fazer literatura é, um pouco, "assassinar" o primeiro livro, destino de que José Eduardo Agualusa não escapa.

Ler "A conjura" é penetrar nesse momento inicial, em que as lições de escola e os ideais ainda comandam. Ao crítico sereno, resta seguir os primeiros passos do jovem escritor e aprender com eles um novo modo de nascer.

Pílulas dos cadernos literários (#5) - 12/09/2009 - Resenha de Mundos de Eufrásia

Continuação das pílulas do caderno Prosa & Verso de 12/09/2009:

Uma parceria amorosa
Romance de Claudia Lage renova as relações entre literatura e História

Mundos de Eufrásia, de Claudia Lage. Editora Record, 420 pgs. R$ 47,90

Por Cristiane Brasileiro

"Mundos de Eufrásia", romance de Claudia Lage que tem mobilizado intensamente crítica e leitores desde o seu lançamento recente, merece uma atenção detida. Tem algo nele que engana e desengana. A começar pela autora: estreante no gênero e ainda jovem, mostra um poder de fogo e uma consistência que surpreendem.

Numa passada de olhos, o livro pode parecer um folhetim romântico. Afinal transcorre, em boa parte, na segunda metade do século XIX, há uma dupla central de apaixonados, suas famílias têm rivalidades profundas, e os dois estão no furacão de um mundo que se lhes impõe e dilacera. Um desejo de totalidade também está lá, assim como a capacidade de seduzir o leitor. E a narrativa tem, ainda, uma base factual: o longo relacionamento de Eufrásia Teixeira Leite e Joaquim Nabuco. Ela, bela herdeira vinda de uma família escravocrata ligada a latifúndios; ele, jovem talentoso, criado na corte para suceder o pai na política, dedicando sua vida à causa da abolição da escravatura no Brasil.

Luta pela liberdade ganha outra abrangência

As diferenças do livro em relação a esse quadro de superfície, no entanto, são notáveis. A começar pelo casal central, que apresenta nuances muito distantes das idealizações românticas, e tem como inimigo não apenas o mundo externo, mas principalmente suas próprias vacilações. Nabuco, defensor público da libertação de escravos, não pode deixar de sentir humilhado por uma mulher que luta pela própria autonomia. Eufrásia, criada por um pai visionário que lhe deu asas para transitar com desenvoltura extraordinária no campo das finanças, já não se sente presa à obrigação de se casar para produzir herdeiros, mas deve permanecer solteira para não passar a um lugar subalterno diante de um marido.

Como que caminhando sobre um fio de navalha, vemos no romance que o liberalismo importado da Europa não penetra nas discussões políticas e nas relações pessoais com a mesma velocidade, e assim a luta pela liberdade ganha outra abrangência. É aprendizagem e desafio íntimos, ao mesmo tempo que um chamado à ação ainda mais cotidiana e por isso mesmo crucial. Noutra dimensão do romance, relações tradicionais entre literatura e História também estão radicalmente alteradas, e a pesquisa documental é usada como fagulha para a imaginação (re)criar mundos e verdades especificamente humanas.

Que fique claro: a História nesse romance não aparece como discurso ao qual a literatura deva se subordinar, ou como terreno seguro onde a ficção precise se apoiar. É muito mais, como avisa a bela epígrafe de Cecília Meireles que abre o livro: o “atroz labirinto/ de esquecimento e cegueira/ onde amores e ódios vão”. Começa a ser captada através de uma “certa simultaneidade de sensações” que atinge a narradora de forma avassaladora, ligando-a de repente à presença assombrada de uma mulher vinda de outro século. O trabalho de pesquisa segue, nesse contexto, empreendido com maturidade suficiente para que sua presença se torne quase invisível, e a representação literária passe a incorporar o clima “de época” da mesma forma que um romance que se passasse nos dias de hoje exalaria o nosso próprio tempo. Estamos, nesse sentido, mais no domínio das mentalidades do que das faturas econômicas e tecnológicas, mais no âmbito das relações pessoais do que dos feitos públicos.

As datas e lugares até comparecem, mas o objeto buscado é outro: quanto da estrutura patriarcal e das transformações e impasses do capitalismo aparecem no corpo solitário e aterrado das mulheres no parto, na dura aprendizagem da espera e do silêncio, no novo horror de um jovem diante de um escravo açoitado e renomeado compulsivamente, na perplexidade de um rapaz diante de uma mulher com “olhos sem desvios que chamam o homem escolhido”, nos grandes deslocamentos físicos que abrem horizontes e desnorteiam num mundo crescentemente globalizado, nos sentimentos que ligam os protagonistas ao país onde nasceram – e, por outro lado, o tornam quase irrespirável.

A perspectiva adotada pela autora fica muito visível, ainda, no trabalho fino e original de alternância de vozes. Aparecem, assim, confrontos entre planos diversos da consciência de um mesmo personagem, como na oração diária que se repete e que se inventa.

Textos que iluminam e atormentam os protagonistas

Diálogos vibrantes conseguem flagrar súbitos abismos e desejos encobertos até aquele preciso instante. Admirável é também o rendimento dramático dado a figuras como Castro Alves e Baudelaire, George Sand ou Balzac. Longe de aparecerem como meras referências enciclopédicas, seus textos iluminam e atormentam os protagonistas. Um poema de Castro Alves, por exemplo, faz aflorar a mesma sensualidade corajosa que marcou sua lírica; um poema de Baudelaire enche de luz e escuridão um novo tipo de encontro amoroso que é sempre fugaz e, no entanto, definitivo.

Não por acaso, o encontro que marca publicamente a união do casal principal se deu durante uma travessia pelo mar, cenário instável mas grandioso. Porque não é pouca ambiciosa aquela utopia que ao longo dos tempos vem eletrizando a história humana: a emergência do que cada um possa ser de mais singular e pleno, assim como a parceria amorosa, enfim libertadora que tem sido entrevista em eventuais clarões, buscada em meio a todos os constrangimentos, tão raramente experimentada.

Pílulas dos cadernos literários (#4) - 12/09/2009 - Resenha de Sinuca embaixo d'água

Continuação das pílulas do caderno Prosa & Verso de 12/09/2009:

Personagens num beco sem saída
Com narrativa segura e sensível, Carol Bensimon constrói romance sobre perdas

Sinuca embaixo d'água, de Carol Bensimon.
Editora Companhia das Letras, 144 pgs. R$ 36,50


Por Beatriz Resende

Porto Alegre, inegavelmente, vem se tornando um espaço privilegiado de onde saem jovens e competentes autores que se destacam em nossa literatura contemporânea. Desta vez é uma escritora, Carol Bensimon, nascida em 1982 e já em seu segundo livro, "Sinuca embaixo d'água".

O primeiro livro da jovem gaúcha, "Pó de parede", de 2008, foi publicado pela Não Editora, selo que dispõe de um catálogo capaz de comprovar a sensibilidade dos editores pelo que surge de novo. As críticas recebidas, assinadas por nomes como Luiz Ruffato e Ivana Arruda Leite não podiam ser mais favoráveis à escritora que surgia. De lá para cá, Carol, mestre em literatura, entrou no doutorado em letras na Sorbonne Nouvelle, foi para Paris e agora lança o romance escrito com o apoio da bolsa de estímulo à criação artística concedida pela Funarte.

"Sinuca debaixo d'água" é a narrativa de uma perda dolorosa, gratuita, especialmente inesperada por se tratar da morte de jovem bonita e divertida em tolo acidente de carro. A destruição daquele corpo parece carregar junto o irmão, o namorado, os amigos, a mãe, a casa, o bar, a cidade.

Cada dor, porém, é diferente, não apenas pelas lembranças de que é feita mas pelas impossibilidades de cada um, seja a mãe a arrastar os móveis pela casa que parece abandonada, o irmão mais velho que perdeu sua única cúmplice, o quase namorado intelectual e sem amigos que quer entender possíveis ou impossíveis razões para aquela morte, ou ainda o solitário dono do decadente bar com sua velha sinuca.

Cuidadosamente construída com precisão digna de romancista experiente, a narrativa é conduzida pelas vozes que sofrem aquela ausência que parece ocupar todo o tempo e o espaço na cidade pequena demais, com um lago sujo demais. O tema é o vazio, são as frustrações que se acumularam rapidamente em vidas breves. Menos do que o futuro perdido para a jovem Antônia, o que perturba a todos é a pobreza de seus passados e uma estranha sensação de estarem vivendo num beco sem saída. A primeira frase do romance já dá o tom da sensação vivida: "É como tirar os rollers depois de andar um bocado e sentir que os pés e o chão não se entendem mais".

Por que cada sofrimento é único, as vozes precisam ser peculiares, os discursos próprios, a narrativa modulada por cada voz que a conduz. Não é tarefa fácil, mas Carol a enfrenta e se sai bem da dura tarefa que se impôs. Talvez porque consiga tirar o olho do próprio umbigo e olhe à volta com toda a força de sua sensibilidade. Se a falta de perspectivas é comum a todos, cada personagem-narrador a encara a seu modo. Para Camilo, o irmão, a perda parece ser mais definitiva: "Os sulcos da terra me levam até Antônia, entornado de barulho selvagem, de bobagem, de culap, o céu assume alguma forma intimidatória, com clarões e peso de tempestade, como uma música de metal épico que narra a história turbulenta de nós dois". Para Bernardo, o colega apaixonado, incompreensível: "Tantos dias sem nada e tudo isso hoje, de modo que sobram motivos para a embriaguez e a estupidez. Quem é essa Antônia, essa Antônia que desce na velocidade acima do bom senso".

De todos os personagens, sem dúvida o mais bem construído é também o mais insólito, o mais misterioso: Polaco, dono do bar "que se parece com uma velha boate sobrevivente de um desastre nuclear". Polaco poderia ter um passado a ser lembrado, poderia ter um futuro se conseguisse decidir para onde ir: "Há uma cidade dentro de você, uma ideia de cidade. Ela é mais forte do que a cidade que não é uma ideia, do que a cidade que está fora, e ela mora em você porque você quer morar nela, mas não mora". À volta destes monólogos, jazz, rock & roll e um certo humor travado, rascante, como se a juventude de Carol a impedisse de tomar tudo isso a sério demais.

"Sinuca embaixo d'água" é mais uma evidência de quanto o fazer literário esmerado, cuidadoso, ciente das possibilidades teóricas do romance é compatível com a vida literária online. Antenadíssima que é, Carol pode ser encontrada em seu site www.carolbensimon.com.

Pílulas dos cadernos literários (#3) - 12/09/2009 - pesquisa Hábitos de Leitura

Vamos às minhas promessas. Começo complementando a matéria sobre a pesquisa sobre os livros, publicada no Prosa & Verso desse sábado.

Para quem está chegando nesse post agora, aconselho ler primeiro o post das Pílulas (#2).

Pesquisa traz críticas ao preço do livro
Grande parte dos entrevistados considera obras editadas no Brasil caras ou muito caras, mas elogia qualidade
Fonte: Caderno Prosa & Verso (12/09/2009). Complemento da matéria divulgada no Prosa online
Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa Social


Resultado da Pesquisa (Os cariocas e os livros)

* Hábitos de leitura (600 responderam)

47% - Não têm o hábito de ler
19% - Lê pelo menos 1 livro por trimestre
24% - Lê pelo menos 1 livro por mês

10% - Lê pelo menos 1 livro por semestre

* Motivos da falta de hábito de leitura (281 responderam)

55% - Falta de tempo
28% - Falta de interesse
12% - Dificuldade para leitura
3% - Preço dos livros
1% - Falta de hábito

* Hábito de leitura (por região da cidade)

Zona Norte

23% - Lê pelo menos 1 livro por mês
21% - Lê pelo menos 1 livro por trimestre
12% - Lê pelo menos 1 livro por semestre
45% - Não têm hábito de ler

Centro

25% - Lê pelo menos 1 livro por mês
12% - Lê pelo menos 1 livro por trimestre
5% - Lê pelo menos 1 livro por semestre
59% - Não têm hábito de ler

Zona Oeste

23% - Lê pelo menos 1 livro por mês
14% - Lê pelo menos 1 livro por trimestre
8% - Lê pelo menos 1 livro por semestre
55% - Não têm hábito de ler

Zona Sul

31% - Lê pelo menos 1 livro por mês
27% - Lê pelo menos 1 livro por trimestre
12% - Lê pelo menos 1 livro por semestre
29% - Não têm hábito de ler

* Até quanto se paga por um livro (185 responderam)

8% - Menos de 15 reais
25% - De 15 a 25 reais
12% - De 26 a 35 reais
15% - De 36 a 45 reais
12% - De 46 a 55 reais
6% - De 56 a 65 reais
17% - Mais de 65 reais
1% - Variável
5% - Não sabe/não respondeu

* Avaliação sobre o preço do livro editado no Brasil

8% - Muito caro
39% - Caro
37% - Justo
3% - Barato
13% - Não sabe/Não respondeu

* Hábito de leitura (por sexo)

Masculino

45% - Não têm o hábito de ler
24% - Lê pelo menos 1 livro por mês
24% - Lê pelo menos 1 livro por trimestre
7% - Lê pelo menos 1 livro por semestre

Feminino

48% - Não têm hábito de ler
23% - Lê pelo menos 1 livro por mês
16% - Lê pelo menos 1 livro por trimestre
12% - Lê pelo menos 1 livro por semestre

Galeno Amorim: Em defesa das bibliotecas públicas
(Por Guilherme Freitas)

Criador do Plano Nacional do Livro e Leitura, Galeno Amorim coordenou no ano passado a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, que entrevistou 172 milhões de brasileiros. Atual diretor do Observatório do Livro e da Leitura, Amorim falou ao GLOBO sobre os principais dilemas para a difusão da leitura no país e comentou os resultados da pesquisa carioca.

O GLOBO: A pesquisa Hábitos de Leitura do Carioca mostra que 47% dos habitantes da cidade não têm o costume de ler. Como esse dado se relaciona com as descobertas feitas pela pesquisa Retratos da Leitura no Brasil?

GALENO AMORIM: Essa é a média encontrada pela Retratos da Leitura no Brasil, que mostrou que temos 95 milhões de leitores e 77 milhões de não-leitores, o que significa que 45% da população pesquisada não havia lido um livro nos três meses anteriores. O Rio está dentro da média nacional, mas isso é preocupante, porque era de se esperar que a cidade, que está acima da média nacional em relação ao acesso a bens culturais, tivesse um número maior de leitores. Essa pesquisa feita no Rio é muito bem-vinda, porque expõe as peculiaridades da cidade e certamente vai ser examinada pelos responsáveis locais.

* E que efeito surtiram as medidas tomadas nos últimos anos para o incentivo à leitura?

AMORIM: A última década deve vir a ser vista como a mais importante para a questão da leitura no Brasil, porque o tema passou a ser encarado com a importância que merece. Em 2000, o índice de leitura entre os brasileiros acima de 15 anos e com pelo menos três anos de escolaridade era de 1,8 livro por ano por habitante. Em 2006, o mesmo grupo já tinha um índice de 3,6 livros por ano. O índice nacional hoje é de 4,7 livros. Isso é resultado de um conjunto de medidas. Em 2003, foi criado o primeiro marco regulatório da política do livro no Brasil, a Lei do Livro. Em 2005, a comemoração do Ano Iberoamericano da Leitura provocou 100 mil ações em favor da leitura nas cidades do país. Em 2006, foi criado o Plano Nacional do Livro e Leitura e, dentro dele, houve o esforço para zerar o número de cidades sem biblioteca no Brasil. Eram 1.300, e até o fim do ano o número deve ser zerado.

* Mas a pesquisa Retratos da Leitura sugere que o problema é que, mesmo após a instalação das bibliotecas, elas ficam ociosas.
AMORIM: O Brasil tem uma rede de seis mil bibliotecas municipais e essa rede encontra-se em situação precária, o que é ainda pior que a ociosidade. Muitas delas não têm um acervo compatível com as necessidades dos usuários, ou não são atraentes e confortáveis, e algumas ficam anos sem receber livros novos. Precisam ser revitalizadas.

* E quais são os grandes desafios da leitura no Brasil hoje?
AMORIM: O grande desafio é criar uma ampla rede nacional de amparo às bibliotecas públicas. Temos 50 mil bibliotecas escolares, seis mil públicas, 1.200 universitárias e entre 10 e 20 mil comunitárias, a maioria delas em situação carente. A grande demanda no momento é por uma política vigorosa de apoio à biblioteca pública. Mas é preciso também resolver a questão do financiamento para essas políticas públicas. O brasileiro já está lendo mais, a educação está produzindo resultados. É preciso investir para formar mais pessoas que gostem de ler e que continuem a fazer isso para o resto da vida.

"Para tudo na vida tem que ler"
(Por Guilherme Freitas)

Além de oferecer uma visão geral da relação entre os cariocas e o livro, a pesquisa Hábitos de Leitura do Carioca revela histórias muito particulares de leitores de todas as regiões da cidade. Moradora de Santa Cruz, a fotógrafa Suzana Ferreira de Oliveira, de 38 anos, vive numa região com baixos índices de leitura (55% dos habitantes da Zona Oeste dizem não ler), mas cultiva o gosto pelas letras desde a infância. Começou com os quadrinhos de Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica, passou para romances comprados em bancas de jornais, e hoje coloca Jorge Amado e Clarice Lispector entre seus autores favoritos:

- Gosto muito de "Teresa Batista cansada de guerra" e "A paixão segundo G.H.". Eu me identifico muito com a Clarice e com as experiências que ela descreve nos livros.

Descontente com o número reduzido de livrarias na vizinhança ("a melhor opção é a feita de livros no calçadão de Campo Grande", conta), Suzana costuma pedir ao marido que traga livros do Centro do Rio, onde ele trabalha. Se não encontra o que quer, consegue pela internet. Segundo Suzana, seu maior desafio hoje é transmitir ao filho de 15 anos o gosto pela leitura. Sempre que pode, leva o garoto à Bienal e, embora a estratégia ainda não tenha surtido efeito, promete insistir esse ano:

- Sempre vou com ele à Bienal, mas ele faz piada, pergunta se pode comprar o Kama Sutra. É uma luta, mas vale insistir. Sempre digo a ele que para tudo na vida tem que ler.

Moradora de Botafogo, a estudante Bruna Souza da Cunha, de 25 anos, tem na Zona Sul a região da cidade mais bem servida por livrarias, mas também enfrenta obstáculos para chegar aos livros. Leitora assídua (lê pelo menos um por mês), Bruna se concentra nos livros técnicos que tiram seu sono no curso de direito, mas reclama dos preços salgados:

- O livro é muito caro. Quando compro, é um investimento. Não compro por hobby, é porque preciso mesmo - protesta Bruna, que recorre muitas vezes à internet para conseguir as obras mais caras.

Vivendo em São Gonçalo e trabalhando em São Cristóvão, Edson Batista da Silva, de 42 anos, também encontrou um jeito de driblar os preços, muito altos para seu salário de bancário. Sem livrarias perto de casa, recorre aos sebos do Centro ou reaproveita livros descartados pelos amigos.

- Outro dia mesmo um colega do banco ia jogar fora mais de 50 livros. Pedi para ficar com eles, ia ser um desperdício - conta Edson.

Ele costuma ir sempre à Bienal, mas esse ano não sabe se vai encarar a viagem de São Gonçalo até o Riocentro. O problema, conta, não é a distância:

- Bienal, sabe como é, tem que ir com um dinheirinho. E a situação está um pouco complicada...


Pílulas dos cadernos literários (#2) - 12/09/2009

O caderno Prosa & Verso (Jornal O Globo) de ontem trouxe na matéria de capa uma pesquisa que mostra que 47% dos cariocas nâo têm o hábito de ler livros. A pesquisa foi conduzida pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS).

Não se discute a eficiência de uma amostragem, mas, sinceramente, uma pesquisa que entrevista 600 moradores de toda a região da cidade, não me parece que vá representar toda a população carioca.

Se há um percentual tão grande que reclama do preço dos livros, provavelmente boa parte dessa fatia não pode se dar ao luxo de comprar um livro. Não estou defendendo os preços praticados, mas vamos raciocinar: quantos são os que não podem gastar R$ 25,00 (em média) a cada dois meses, pelo menos, para comprar um livro? Quem gosta de ler, pode até não ter dinheiro para comprar livro todo mês, mas ele compra, de uma forma ou de outra, pega emprestado, busca livros em promoção.

Vou além. Se há tanta gente que não gosta de ler, então como se explicam os milhões de livros vendidos do Harry Potter, Crepúsculo, Diário da Princesa, Código da Vinci, O livreiro (e todo o resto) de Kabul, entre tantos outros? Como se explica a multidão que invade a Bienal e os auditórios da feira? Como se explica a quantidade de pessoas que abrem livros nos ônibus, no metrô?

Por curiosidade, leiam a matéria do Prosa online, sobre a palestra de Bernard Cornwell, no Café Literário, ocorrida sexta-feira. Ele é autor de mais de 40 livros e conseguiu ser recebido como um pop-star na Bienal. Lotou os 390 lugares do Auditório Euclides da Cunha. A fila para conseguir autógrafos começou a ser formada após a abertura dos portões, às 9h da manhã! Vocês têm noção do que é isso? É amor pela Literatura. Há uma comunidade no Orkut dedicada a ele com 7 mil leitores brasileiros. Eu nunca li um livro dele, mas sabe o que aprecio: essa capacidade de despertar esse amor, despertar esse interesse, que em nada é mostrado nessas pesquisas.

Ainda acho que precisamos de menos pesquisas e mais ação. Mais divulgação. Mais incentivo principalmente à literatura brasileira. Posso apostar que não há resenhas de livros nos jornais voltados ao público de menor poder aquisitivo. Desses que se compram a R$ 0,50 a edição. Se alguém tiver acesso a eles, diga se ganhei ou perdi a aposta. Busque o percentual de resenhas nos cadernos literários. Há dias em que há mais resenhas de estrangeiros do que de nacionais.

Por isso fiquei tão feliz com o Prosa & Verso dessa semana. José Castello resenhou o primeiro romance de José Eduardo Agualusa. É estrangeiro? Sim, pois ele é angolano, mas é autor da nossa língua. Pelo menos isso. Beatriz Resende resenhou o romance de estreia de Carol Bensimon (Sinuca embaixo d'água). E Cristiane Brasileiro resenhou o romance, também de estreia, de Claudia Lage. Diga-se de passagem, o excelente e maravilhoso romance Mundos de Eufrásia.

Não podia ter ficado mais feliz. Língua portuguesa 3 x 0. E uma curiosidade. Todos os romances são de estreia, não de autores estreantes, mas de autores que se enveredam pela primeira vez no gênero do romance.

Aliás, se quiserem saber mais sobre os romances de Carol Bensimon e Claudia Lage, deem uma passadinha no Sobrecapa e confiram a divulgação sobre eles.

Parte da matéria sobre a pesquisa dos livros pode ser acompanhada no próprio blog do Prosa online. As resenhas eu vou digitar e publicar para vocês. Isso vai me custar o tempo em que trabalharia no meu próprio romance, mas vale a pena. É a minha forma de dizer obrigada por essa grande divulgação da literatura brasileira.

# Desafios da leitura
Em tempo de Bienal, pesquisa mostra que 47% dos cariocas não têm o hábito de ler livros
( Leia mais )


---> O complemento da matéria postarei aqui no Canastra.

# O crítico aprendiz
Resenha do livro "A conjura" de José Eduardo Agualusa, escrita por José Castello


---> Aguarde texto da Resenha que será publicada aqui no Canastra.

# Personagens num beco sem saída
Com narrativa segura e sensível, Carol Bensimon constrói romance sobre perdas
Resenha escrita por Beatriz Resende

---> Aguarde texto da Resenha que será publicada aqui no Canastra.

# Uma parceria amorosa
Romance de Claudia Lage renova as relações entre literatura e História
Resenha escrita por Cristiane Brasileiro

---> Aguarde texto da Resenha que será publicada aqui no Canastra.

Pílulas dos cadernos literários (#1) - 12/09/2009

Vamos às pílulas do Caderno Ideias & Livros (Jornal do Brasil) de ontem, dia 12/09/2009.

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!Caderno Ideias (JB). Sábado (12/09/2009)!
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# Além da cor da pele
* Em seu novo romance, Toni Morrison volta a abordar a condição dos negros nos EUA (Por Lúcia Bettencourt)
( Leia mais )

# Sofisticado e de poucas concessões
* O jornalista Otavio Frias Filho reúne em livro ensaios dotados de "singular distanciamento" (Por Rodrigo de Almeida)
( Leia mais )

# Poemas póstumos de um ex-concretista
* Lançamento de 'Entremilênios' deixa a imagem de um Haroldo de Campos poeta de vanguarda com matriz arcaica
(Por Felipe Fortuna)
( Leia mais )
Complemento:
* Hora de reavaliação e de desfazer equívocos
Trata-se de um poeta concertista da poesia (Por José Carlos Pinheiro Prioste)
( Leia mais )

# Um romance que fica entre desejo e realização
* Manoela Sawitzki tematiza a impossibilidade dos encontros "efetivos" (Por André de Leones)
( Leia mais )

# O jurídico e o político
* (Por Wilson Martins)
( Leia mais )

# "Criamos uma máquina de morte"
* Em seu novo livro, Leonado Boff defende mudança de olhar sobre problemas ambientais (Por Carolina Leal)
(
Leia mais )

# "As senhoras estão sabendo" (Cenas tijucanas)
(Por Eduardo Goldenberg)

( Leia mais )

# Coluna Informe Ideias
(Por Alvaro Costa e Silva)
( Leia mais )

Bienal - vídeos

Para quem não conseguiu ir ao Café Literário, na Bienal, ou não conseguiu assistir à transmissão ao vivo em casa, ainda tem mais uma chance.

Alguns vídeos estão disponíveis no Portal G1. Podem acessar diretamente o link http://video.globo.com/Videos/Busca/0,,7959,00.html?b=café%20literário, que cairá na página de vídeos, com o filtro de "Café Literário".

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Bienal começa hoje!

A Bienal começa hoje. Pena que não estou de férias. Isso significa que visitação para mim, só no final de semana.

Mas para quem está na mesma situação ou, pior, não está no Rio, vai uma dica:

O Portal G1 vai transmitir ao vivo algumas mesas e palestras. Então, é so conferir a programação do que vai ser transmitido.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

UP Altas aventuras: um dos melhores filmes que já assisti


Ontem assisti com meu marido e meus filhos o filme UP Altas Aventuras. Passei o dia pensando em escrever sobre o filme, pois ele me impressionou muito. As sequências iniciais foram de uma beleza indescritível. Talvez tão tocante para nós adultos, que as crianças pequenas não entendam. Mas não é preciso que elas entendam tudo para perceberem o que de melhor um filme pode oferecer.

Pois bem, quando pensei em publicar essa postagem, vi que Cristiane Rogerio já havia feito isso no site Crescer.

Então, eu não vou dizer nada, apenas concordar com as palavras da Cristiane:

"Em 10 minutos assistindo à animação UP Altas Aventuras, novo filme da Disney/Pixar, eu já pensei: 'esse é o filme mais lindo que já vi'".

"Quando o filme acabou, eu tinha certeza que nada mais seria como antes"

Leia o post dela no blog Vivo de Coincidências e a resenha completa no site da Crescer.

Mercado editorial: os autores precisam de espaço

Como escritora, me estristeço quando vejo que os bons autores têm tão pouco espaço na mídia, e às vezes, nas próprias livrarias. Essa semana, em um dos suplementos literários do RJ, havia uma página inteira do Submarino sobre lançamentos. Só que todos os livros que apareciam eram estrangeiros. Na mesma linha, se abrimos as principais revistas do país, temos como oferta apenas uma ou duas páginas falando de literatura, e, na maioria das vezes, o que vemos são matérias a respeito dos best-sellers.

Se queremos saber dos autores nacionais, temos que torcer para que os suplementos literários publiquem. Nisso, gosto do Jornal Rascunho. Acho que ele abre muuuuitas páginas para a literatura brasileira.

Mas hoje, lendo uma matéria do Caderno 2 do Estadão (edição de 05/09), vejo que o problema não é só nosso. Isso não é um consolo, mas, pelo menos, mostra que se ainda não demos um jeito nessa situação, é porque não tivemos bons exemplos. :)

Por isso, invento e invisto tanto nessa área. Mais até do que meu tempo permite. Mas não consigo ficar de braços cruzados. Primeiro, foi o site Sobrecapa, para tratar dos lançamentos literários, SÓ de autores nacionais. E agora esse mesmo site sai na frente publicando a primeira lista de mais vendidos APENAS da literatura brasileira.

O que espero com isso? Apenas plantar as boas sementes. Enquanto as árvores não frutificam, espero que os bons ventos da literatura espalhem as ideias por aí.

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Confiram a matéria do Estadão e vejam que até a França sofre com a falta de espaço nas livrarias. :)

Best-sellers tiram espaço de bons livros na França
Sucessos ocupam grande parte das lojas e as obras de qualidade ficam escondidas

Por Gilles Lapounge - CORRESPONDENTE - PARIS

( Leia artigo )

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Sobre autores-personagens

É por essas e outras que eu só preparo entrevistas no Sobrecapa depois de ler os livros dos autores. rsrs

Veja o início da ótima matéria que saiu hoje no JB, a respeito da inteligência corrosiva e humor da dupla paulista: Lourenço Mutarelli e Marcelo Mirisola.

Inteligência corrosiva e humor unem dupla paulista
Marco Antonio Barbosa, Jornal do Brasil

SANTOS - Um diz que, de tanto ser confundido com os próprios personagens, acabou parando numa clínica de reabilitação para dependentes químicos. O outro, com 10 livros publicados e um décimo-primeiro a caminho, abandonou uma entrevista para a TV no meio ao descobrir que o interlocutor não tinha lido seu livro. O primeiro é Lourenço Mutarelli, consagrado quadrinista, hoje romancista de carreira sólida (O cheiro do ralo, O natimorto) e também ator. O segundo é Marcelo Mirisola, autor de Animais em extinção (2008) e O azul do filho morto (2000) e uma das vozes mais ácidas e iconoclastas de sua geração de literatos. As duas figuraças proferiram essas – e muitas outras tiradas hilárias e bastante reveladoras – num encontro patrocinado pela Tarrafa Literária (ou, como deve ser chamada oficialmente, o Primeiro Encontro Internacional de Escritores em Santos). Em sua edição inaugural, o evento, iniciado na última quinta-feira e com uma programação que se encerra hoje, levou à cidade praieira do estado de São Paulo autores como Ruy Castro, Milton Hatoum, Amir Klink, José Roberto Torero e Laurentino Gomes para palestras, encontros com o público e bate-papos em geral. Em meio a tantas feras, a dupla formada por Mutarelli & Mirisola parecia até coajduvante. O que faltou em (suposto) status sobrou em bom-humor e inteligência corrosiva, sábado, na conversa 'Mentiras, culpa da ficção', que uniu os dois escritores paulistanos – sem exagero, o ponto alto dos dois primeiros dias de eventos da Tarrafa.

( Leia o restante da matéria )

Sobre a continuação não-autorizada do livro de Salinger

O juiz de uma corte de apelação dos EUA classificou a obra "60 Years Later: Coming through the Rye" do sueco Fredrik Colting, uma continuação não-autorizada do clássico "O apanhador nos campos de centeio" de J.D. Salinger, como "um trabalho bastante medíocre".

Os advogados de Salinger e Colting foram questionados se o livro causaria um dano irreparável a Salinger, o que daria apoio legal para bloquear seu lançamento nos EUA. Contudo, isso não impede sua leitura, pois a obra já está disponível em outros lugares, entre eles a Grã-Bretanha.

A advogada de Salinger afirmou que seu cliente não deseja uma sequência de seu romance, tendo recusado inclusive ofertas do diretor Spielberg para isso.

Veja matéria completa no Globo online e o post anterior do Canastra que fala sobre o início da ação.

domingo, 6 de setembro de 2009

Rapidinhas sobre oficinas - Pílulas do Jornal Zero Hora

E seguindo a ideia do que a Folha de São Paulo fez há duas semanas, o Jornal Zero Hora publicou no último dia 29 de agosto uma matéria a respeito das oficinas literárias.

Leia artigo de Carlos André Moreira.

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Na mesma edição, Michel Laub, o autor de O gato diz adeus, preparou uma lista com dez motivos para se cursar uma boa oficina literária.

Confira no Zero Hora.

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Por outro lado, há quem se dedique a criticar as oficinas, e chega a publicar livro sobre isso.

Leia artigo de Charles Kiefer, publicada na mesma edição, a respeito do livro de José Hildebranco Dacanal.

Pílulas dos cadernos literários (#3) - 05/09/2009

Continuando as pílulas do Caderno Prosa & Verso de ontem, transcrevo a resenha escrita por Virgínia Vasconcelos Leal sobre o romance Hotel Novo Mundo, de Ivana Arruda Leite.

Cinderela às avessas no caos urbano
Uma mulher cheia de contradições protagoniza o primeiro romance de Ivana Arruda Leite

Hotel Novo Mundo, de Ivana Arruda Leite, Editora 34, 128 páginas. R$ 29

Por Virgínia Mª Vasconcelos Leal*

"Hotel Novo Mundo" é o primeiro romance de Ivana Arruda Leite, autora destacada de livros de contos como "Falo de mulher" (Ateliê Editorial) e "Ao homem que não me quis" (Agir). Seu estilo cheio de orações curtas, frases de impacto, inversão de expectativas, títulos bem sacados e muita ironia prevalece nas narrativas curtas e mínimas, em especial em temas caros às mulheres e seus múltiplos relacionamentos. Em seu romance ainda há muito de tudo disso, mas o gênero tem seus desafios próprios. E Ivana Arruda Leite resolveu encará-los.

Autora opta por diversos focos narrativos

Um deles foi mesclar diferentes vozes narrativas, em meio à primeira pessoa dominante da protagonista Renata. Ela, esposa de bem-sucedido advogado carioca, larga tudo após flagrar o marido em um motel com outra, e resolve voltar para sua São Paulo, com alguma roupa, pouco dinheiro, e nada de cartões de crédito, talões de cheque e celular. Instala-se no Hotel Novo Mundo, onde seu vizinho de assento de avião, Divino, iria ficar. Acompanhamos, então, uma semana na rotina do hotel e de seus ocupantes. Nesse estabelecimento de "ambiente familiar", onde "não se costuma chegar de táxi", encravado no centro da cidade, Renata (re)elabora a própria vida. Como um romance de aprendizagem, essa "Cinderela às avessas" (não faltam referências ao conto de fadas) convive com tipos diversos e com seu próprio passado de ex-prostituta alçada à "alta sociedade".

Em meio a múltiplas referências ao cheiro da comida caseira do hotel e aos problemas cotidianos de seus hóspedes, ela começa a lembrar de como a vida "pode ser simples", mesmo no caos urbano, nos corredores lotados dos hospitais públicos, nas boates decadentes, nos empregos mal remunerados, "honestos" ou não. Mas, na mistura de vozes do romance, a redenção nem sempre é tão imediata. A protagonista "renascida" (muitas personagens, como também o hotel, têm nomes como um sentido alegórico, o que por vezes é desnecessariamente explicitado para o leitor) é acossada pela voz de César, o ex-marido que aponta a sua "bobagem de querer ser pobre", pede perdão e insiste em sua volta.

Não só nessas inserções surgem as contradições da (re)entrada de Renata em um "novo mundo". Ao longo de seu discurso, aparecem as diferenças entre o que ela diz e ouve e o que "de fato" seria dito, por trás das máscaras sociais. São muitos exemplos ao longo do romance, como na sua consulta ao pai-de-santo Lauro, também morador do hotel. Ao contar que "trepou" com Divino, no diálogo direto aparece um conselho "sensato". Logo depois, a crítica mordaz: "Pô, a mulher dá pro cara, tá cheia de culpa, e vem buscar o meu aval pra continuar trepando? O que que eu tenho a ver com isso? Se quer perdão, devia ir numa igreja, até porque no candomblé não existe pecado".

Ivana Arruda Leite constrói um romance dialógico, não só pelos vários focos narrativos, mas também pela polêmica inserida na própria narração de Renata, na qual aparecem suas dúvidas e suas modificações a partir de seus encontros. Não à toa há tantos "serás" inseridos no romance, até mesmo como forma de criar um diálogo consigo, com os outros, com os leitores e leitoras, enquanto se busca um novo jeito de ser.

Entre o estilo grosseiro e os clichês românticos

Sendo assim, não é contraditório que a linguagem de Renata oscile entre o estilo grosseiro e ácido e os clichês românticos. Tal oscilação revela as suas várias facetas, que têm uma certa semelhança com as Dolores do conto "Quatro Dolores" de "Falo de mulher". Entre ser prostituta, freira, dona de casa e socialite, qual é o melhor destino/vocação para uma mulher? Explicitar a dúvida é chegar à conclusão de que não existe nada predeterminado. De certo, só mesmo os preconceitos existentes sobre Renata, além daqueles seus próprios, denunciados desde os primeiros momentos de sua "nova" vida: de seu olhar pretensamente ingênuo sobre as pessoas, passando pelas críticas contundentes, até a busca de reconhecimento pela sua "bondade".

Com vários andamentos diferentes, Renata entusiasma-se e emociona-se com as histórias que ouve, portando-se, de vez em quando, como uma repórter ou antropóloga a entrevistar os outros. Essa postura, muitas vezes, a afasta do cenário do qual tenta fazer parte nessa nova etapa. Cabe ao leitor e à leitora decidirem se ela conseguirá tal façanha, mesmo que o final penda para algo feliz. Mas, como se trata de Ivana Arruda Leite, há sempre que se ter desconfiança dos finais tão harmoniosos. Vale a pena acompanhar o recomeço de Renata, desde que não esqueçamos da palavra continuamente repetida por ela: "Será?".


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* Virgínia Mª Vasconcelos Leal é doutora em literatura brasileira pela Universidade de Brasília (UnB)

Pílulas dos cadernos literários (#2) - 05/09/2009

O caderno Prosa & Verso (Jornal O Globo) desse sábado foi todo dedicado à Bienal do Livro, que começa na próxima quinta-feira, dia 10.

Parte dessa cobertura pode ser acompanhada no próprio blog do Prosa online. Confira:

# Debates, leituras e até uma floresta de livros
Curadores da programação cultural da Bienal do Livro revelam os detalhes e surpresas da edição deste ano
( Leia mais )


# Bienal Internacional do Livro 2009
Programação Completa

( Acesse a programação de todos os dias )

#Bienal do Livro: serviço completo
( Confira os horários, valor dos ingressos e promoções )

# Para ouvir, tocar, ler
Uma Floresta de Livros para leitores de hoje e de amanhã
( Leia mais )

# A banalidade do extraordinário
Em novo livro, André Sant'Anna mostra celebridades, artistas e políticos presos ao clichê
( Leia resenha do livro Inverdades, de André Sant'Anna )

sábado, 5 de setembro de 2009

Bienal está chegando - Discussões AEILIJ

A Bienal está aí e tem muita programação imperdível que não está divulgada no site.

Para quem não pôde assistir ao Discussões AEILIJ no Salão do Livro Infantil, tem uma nova oportunidade agora na Bienal, com a segunda edição do evento, promovido pela AEILIJ, que é a Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil.

O encontro terá o tema "Relações Texto/Imagem" e acontecerá dia 14 de setembro.

Então, para conferir a programação e todos os detalhes, clique na imagem abaixo.

Não se esqueça também de conferir e se inscrever para a programação do Espaço de Leitura FNDE/MEC. Veja detalhes da programação no post aqui no Canastra.



Pílulas dos cadernos literários (#1) - 05/09/2009

Vamos às pílulas do Caderno Ideias & Livros (Jornal do Brasil) de hoje, dia 05/09/2009.

Sei que minhas pílulas estão cada vez menores, mas é o tempo, ou a falta dele. Vamos ver o que consigo fazer com um feriado essa semana.

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!Caderno Ideias (JB). Sábado (05/09/2009)!
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# Best seller à brasileira: por que não?
* A boa e velha arte de contar histórias está em 'Casa Velha Night Club', de Maicon Tenfen (Por Ítalo Ogliari)
( Leia mais )

# Noturno e outras dentadas
* Cineasta de 'O labirinto do fauno' estreia como escritor e segue a onda de vampiros na literatura (Por Marco Antonio Barbosa)
( Leia mais )

# Em busca dos livros perdidos no tempo [Matéria de capa]
* Ruy Castro e
Heloisa Seixas lançam livros sobre ler e escrever
(Por Alvaro Costa e Silva)
( Leia mais )

# 'A estrela sobe': mas a que preço?
* Reeditada obra-prima de Marques Rebelo sobre menina que sonha em ser cantora do rádio (Por Henrique Marques-Samyn)
( Leia mais )

# Paradigmas intelectuais
* (Por Wilson Martins)
( Leia mais )

# Tradução: rosa e espinho
* (Por Felipe Fortuna)
(
Leia mais )

# Bienal para os Estados Unidos
* País de Obama é homenageado na festa do livro, que começa quinta, no RioCentro (Por Carolina Leal)

( Leia mais )

# Coluna Informe Ideias
(Por Alvaro Costa e Silva)
( Leia mais )

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

1ª Lista de mais vendidos somente de autores nacionais

A ideia me perseguia há um bom tempo. Sendo sobre literatura não aguento ficar só na ideia.

Cansei de olhar as listas divulgadas que só mostravam livros estrangeiros.

Tentando mudar essa história, entrou no ar hoje a 1ª lista de livros mais vendidos que privilegia a literatura brasileira.

A lista será atualizada mensalmente no site Sobrecapa, meu site de lançamentos literários.

Confiram a lista no link de Mais Vendidos.

E ajudem a divulgar. Visitem. Espalhem a notícia.

Bienal está chegando - Programação do Espaço da Leitura - FNDE/MEC

A Bienal do Livro está chegando e com ela uma programação que dá vontade de ficar o dia todo, vários dias.

Vou começar destacando a programação do Espaço da Leitura-FNDE/MEC, sob curadoria, há alguns anos, da querida Suzana Vargas.

Nesse espaço serão 60 atividades envolvendo autores e ilustradores selecionados e comprados para o PNBE.

A cada dia, 06 atrações fixas:

- 02 Encontros de Leitura com nomes como Ferreira Gullar, Antonio Torres, Moacyr Scliar, Luis Antônio Aguiar;
- 01 Viagem na Imagem: performance de ilustrador (com, entre tantos, Roger Mello, Graça Lima e Guto Lins);
- 01 Caldeirão de Histórias - contação de histórias com Benita Prieto, Fátima Café, Tapetes Contadores, Grupo Confabulando, entre vários grandes profissionais.
- Fórum do Professor (sempre às 17h) com encontros entre profissionais, bibliotecários e grandes personalidades do mundo da leitura e da crí­tica literária como Ana Maria Machado, Laura Sandroni, Affonso Romano de Sant'Anna e outros. Os professores que participarem do Fórum ganham certificado.
- Roda de Leitura (sempre às 18h30m) com escritores como o angolano Ondjaki, Ferreira Gullar e muitos outros.

Quem tiver interesse, basta agendar sua participação (o auditório é fechado para 60 lugares).

E olha que máximo: todos os alunos e/ou participantes ganham um livro ao sair!

Para agendar, basta enviar email e/ou telefonar para a Estação das Letras (21 3237-3947 / tatiana@estacaodasletras.com.br).

Confira abaixo a programação completa. Clique na imagem para ver em detalhes.

Livros no lixo?!

Pensar em livros sendo jogados fora dá uma dor no coração. Qualquer um. Ninguém é obrigado a gostar de todos os livros que leu, mas há destinos muito mais nobres: uma biblioteca, um sebo, o vizinho, o amigo, até o inimigo.

E foi essa surpresa que Eduardo Dominguez teve ao encontrar um livro de Sartre no lixo.

Leia matéria completa que saiu no Jornal O Globo de 31 de agosto, e foi divulgada pelo Blog do Galeno.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Resultado do 6o. Prêmio Zaffari Bourbon

Foi divulgado hoje o resultado do 6o. Prêmio Zaffari Bourbon.

O vencedor foi O filho eterno de Cristóvão Tezza que já havia ganho cinco outros prêmios em 2008. A conquista lhe renderá R$ 100 mil e um troféu, que serão entregues na abertura da 13a. Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo, em 26 de outubro.

O júri do prêmio foi constituído pelo escritor Ignácio de Loyola Brandão e pelos professores Regina Zilberman, Benjamin Abdala Junior, Letícia Malard e Luis Augusto Fischer.

Romance digital

Definitivamente, a tecnologia se misturou à literatura.

A partir da próxima terça-feira, os leitores dos EUA terão acesso a uma "digi-novel", ou romance digital.

Anthony Zuiker, criador do seriado de TV norte-americano "CSI: Crime Scene Investigation", está lançando o romance policial "Level 26", que combina três mídias: livro, filme e site.

A cada 20 páginas do texto, mais ou menos, o leitor será convidado a ir para o site, com uma senha especial, para poder assistir a uma "ciberponto" -- um filme de três minutos ligado à história.

O que mais me empolgou é Zuilker afirmar que não acredita que o romance digital possa tomar o lugar da publicação de livros à maneira tradicional, mas que o setor estava precisando de uma injeção de inovação.

Palmas para Zuiker!

Palmas principalmente pois o livro pode ser lido sem que se assista às ciberpontes. Ou seja, agrada a todos os públicos.

Leia a matéria completa na Reuter Brasil.

Clarice nunca é demais

Fonte: Caderno Prosa & Verso de 29/08/2009 (coluna No Prelo)

"Será lançada no Brasil em novembro a biografia de Clarice Lispector escrita pelo jornalista e crítico americano Benjamin Moser. Recém-lançado nos Estados Unidos e na Inglaterra, "Why this world"(Oxford University Press) foi elogiado pela "The Economist" e pelo "The New York Times", que descreveu o livro como "uma biografia apaixonada e intelectualmente rigorosa". A obra será publicada aqui pela editora paulista Cosac Naify.

Celebrada no exterior, a escritora recebe homenagens aqui no Brasil. A Rocco, que desde dezembro de 2008 está reeditando sua obra, terá um "Espaço Clarice Lispector" em seu estande na Bienal do Livro, em setembro. Também na Bienal, Malu Mader lerá trechos da obra de Clarice, como parte do projeto "O Livro em cena". No dia 9, véspera da abertura da Bienal, o Instituto Moreira Salles (Marquês de São Vicente 476) inaugura a mostra "Clarice pintora", que reúne manuscritos e 16 telas em guache feitas pela escritora na década de 1970, e que até então nunca haviam sido expostas em conjunto. A vida e a obra da autora de "A hora da estrela" também estão ao alcance do público da elogiada peça "Simplesmente eu. Clarice Lispector", com Beth Goulart, em cartaz no Teatro I do Centro Cultural do Banco do Brasil."

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Programação da Estação das Letras

Veja a programação da Estação das Letras. Já tem um ótimo curso começando amanhã.

Não percam! Confira os cursos com início essa semana e a próxima.

* Thomas Mann: fronteiras entre a realidade e a ficção
Vida e obra do autor de A Montanha Mágica e Doktor Faustus.

De 03/09 a 15/10 5as. feiras das 14h30 às 16h30
Prof: Cecí­lia Costa
Valores: 2 x R$ 200,00

* Breve história do romance ocidental: o romance no mundo e o mundo do romance
O romance ocidental: antecedentes (o romance antes do romance), consolidação e apogeu no século XIX (o “grande romance”), “morte” (felizmente não confirmada) e “ressurreição”, no século XX. O que é o romance? Características, parentes próximos ou distantes (a epopéia, por exemplo). Por que cabe tudo no romance: o próprio romance, poesia, história, jornalismo, filosofia etc.? Pontos de culminância do romance ocidental. E o romance brasileiro? Ontem e hoje, sempre um modo de falar do Brasil.

De 04/09 a 27/11 6as. feiras das 17h às 19h
Prof: Alcmeno Bastos
Valores: 3 x R$ 200,00

* Caminhos da tradução literária
Através da leitura e análise de diversos textos de autores clássicos e contemporâneos, o aluno será levado a compreender o ofício do tradutor de literatura. Até quando e onde se deve trair o texto? Quais as etapas e os elementos indispensáveis para quem deseja um resultado de excelência.

De 04 a 25/09 6as. feiras das 17h às 19h
Prof: Leonardo Fróes
Valores: R$ 200,00

* Academia de Ginástica Poética: exercícios para a menina dos olhos
Oficina de criação de textos, partindo de trechos sobre o fazer literário de (Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Rainer Maria Rilke, Roland Barthes e outros). Jogos criativos que darão origem a textos trabalhados e criticados coletivamente.

De 05/09 a 28/11 - sábados das 10h às 13h
Prof: Luiz Raul Machado
Valores: 3 x R$ 250,00

* Grande Sertão Veredas: convite à travessia
A partir da leitura da obra Grande Sertão: Veredas, o curso visa alcançar o pensamento poético de Guimarães Rosa, ou sua cosmovisão, isto é, o modo como vê e interpreta o mundo e a natureza, inclusive humana. Método de trabalho: Leitura e debate de trechos selecionados do Grande Sertão e eventualmente de outros textos poéticos de Rosa, assim como entrevistas e cartas.

De 09/09 a 28/10 4as. feiras das 14h30 às 16h30
Prof: Ana Maria Albernaz
Valores: 2 x R$ 180,00

* Oficina da Crônica - introdução
Mergulho prático e vivencial no ofício de fazer crônica. A crônica como interface entre o sujeito e o objeto. Entre o cronista e a(s) cidade(s). Exercícios e análise crítica.

De 10/09 a 26/11 - 5as. feiras das 17h às 19h
Prof: Rogério Menezes
Valores: 3 x R$ 200,00

* Oficina da Crônica II
Mergulho prático e vivencial na administração e no gerenciamento de conteúdo de um blog que publicará crônicas quinzenais. Os oficineiros discutirão temas e assuntos sobre crônicas quinzenais que escreverão e que serão publicadas no blog criado pela oficina a partir do módulo I ocorrido no primeiro semestre.

De 10/09 a 26/11 - 5as. feiras das 19h30 às 21h30
Prof: Rogério Menezes
Valores: 3 x R$ 200,00

* Atualização da Lí­ngua Portuguesa através da Redação I
O curso desenvolve e aperfeiçoa a habilidade de expressão escrita, através do estudo de questões fundamentais da gramática da língua portuguesa e da prática redacional.

De 04/09 a 20/11 - 6as. feiras das 10h às 12h
Prof: Liana Duarte
Valores: 3 x R$ 180,00

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Revistas do século 19 na rede

Fonte: Folha de São Paulo - 01/09/2009

"O Arquivo Público do Estado de São Paulo disponibilizou recentemente na internet a versão integral de 29 títulos de revistas produzidas no final do século 19 e início de século 20. Ao todo, são 192 exemplares, que podem ser consultados gratuitamente pelo site. A publicação mais antiga é a "Revista da Academia de São Paulo", de 1859, que traz artigos sobre educação, direito civis, literatura e poesias."