segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Fundo pró-leitura e os livros mais caros

Vocês me conhecem, sabem que sou daquelas que levanta bandeira, saca o megafone, divulga, fala, agita, faz de tudo para divulgar a literatura. Mas não faço nada com o joelho dos outros. Ultimamente, só com o meu - joelho, relógio e carteira.

E aí o que leio hoje? Que na sexta-feira foi assinado o acordo para a criação do Fundo Pró-Leitura. Até aí, é para soltar fogos. Mas seguindo na notícia, descubro que isso aconteceu pois conseguiram a cobrança de 0,33% da receita de todas as empresas envolvidas nas diversas fases da cadeia produtiva do livro – produção, distribuição e venda ao consumidor.

Traduzindo, quem vai pagar o pato, ou melhor, a alíquota? Os leitores. Os que já existem. E aqueles que estavam em cima da corda bamba, tendendo a se tornarem. Como é que criam um fundo pró-leitura, que vai onerar ainda mais o preço dos livros? É fazer milagre com o joelho dos outros. E joelhos que já estão castigados e calejados com medidas assim. Alguém aí lembra de um tal impostinho para ajudar a saúde? Nem cito o nome, pois dá má-sorte. Bato na madeira três vezes.

Realmente como se lê em e-mails que circulam por aí, somos muito ricos mesmo, pois pagamos o absurdo que pagamos de imposto, e no final das contas, ainda pagamos para ter saúde, educação, segurança.

Medidas para incentivar novos leitores não precisam de imposto, precisam de boa vontade. Está cheio de exemplo por aí.

Terminado meu desabafo, vocês podem ler a matéria completa que saiu no PublishNews de hoje.

Fonte: PublishNews - 14/09/2009 - Por Ricardo Costa

Demorou. Foram muitas reuniões, discussões e negociações. Mas finalmente, na última sexta-feira, 11/9, governo e mercado assinaram o acordo para a criação do Fundo Pró-Leitura. A alíquota será de 0,33% (esse percentual foi validado em Assembleia realizada na sede da Câmara Brasileira do Livro, em São Paulo)da receita de todas as empresas envolvidas nas diversas fases da cadeia produtiva do livro – produção, distribuição e venda ao consumidor. O comitê que decidirá onde aplicar os recursos será composto por 16 membros: seis do governo, seis do mercado – Câmara Brasileira do Livro, Associação Brasileira das Editoras de Livros Escolares, Sindicato Nacional dos Editores de Livros, a Associação Nacional de Livrarias, Associação Brasileira de Difusão do Livro, e um sexto membro rotativo, cujo critério será definido entre as entidades estaduais do livro –, dois mediadores de leitura e dois da área criativa. Ao final do terceiro ano de exercício do Fundo Setorial Pró-Leitura, será realizada uma avaliação dos resultados, por meio de uma consultoria independente, contratada pelo Comitê Gestor. Em comunicado à imprensa, as entidades do livro ressaltaram que o diálogo viabilizou o consenso que tornará possível “construir um país de leitores”.

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