Diário (ou não tão diário assim) da escritora Ana Cristina Melo.
Um pequeno espaço para somar letras, contos e sonhos.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
A lucidez de Ziraldo
Como diz a reportagem da EPTV.COM, Ziraldo dispensa apresentações. Posso lembrar ainda hoje da sensação em ler "O Menino Maluquinho". Há tantas lembranças da minha infância que desenham o quadro da minha paixão pela literatura. Certamente, o mais conhecido livro de Ziraldo teve a sua parte.
Nesse final de semana, ele esteve na 10ª edição da Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto. Esteve, falou e marcou, num bate-papo que transitou entre o tema da convivência entre pais, educação e cultura.
Ele acredita que o futuro está nas mãos das crianças de 6 a 7 anos. Olho minha filha de cinco anos e posso dizer "isso é uma verdade". Uma criança nessa idade é um ser completo, que pensa, que raciocina, mas que tem muito a aprender. Mas o interessante é que está sempre aberto a aprender. Não tem medo, não tem preconceitos. Esses são conceitos que vêm muito depois. Quem já conheceu minha pequena se espanta com sua desenvoltura e cara-de-pau, ouso afirmar. Meu filho também era assim na idade dela. Fruto de muita conversa e muito amor. Aí está o ponto delicado: precisamos amar nossas crianças, para que possamos entregar o mundo nas mãos de pessoas emocionalmente equilibradas.
Ziraldo também disse que é melhor escrever para as crianças do que para adultos, pois os escritores de LIJ têm em troca o olhar. Concordo com ele. Há mais disponibilidade, mais entrega dos pequenos e jovens. Quando digo que meu livro é para jovens de 10 a 100 anos, é porque ele só pode ser apreendido completamente por quem esteja com o coração aberto. E um coração em condições de se entregar. É preciso baixar as armas, sonhar e acreditar nos sonhos. As crianças têm esse poder. Os jovens têm esse poder. Os adultos, muitas vezes, esquecem disso.
Destaco o trecho em que a matéria reporta o que ele falou sobre Literatura. Criar é uma bênção. Transformar uma ideia em um livro é um trabalho especial. Sinto-me gratificada em conseguir fazer isso.
“Esses dias eu estava lendo os 100 livros que você precisa ler antes de morrer. Eu fiquei tão triste porque eu teria que viver mais tempo pra poder botar a lista em dia. Claro! Porque descobri que quando se chega aos 65 anos, você é uma pessoa anciã. Então eu sou um ancião”, brincou.
Sobre o fato de as ideias se transformarem em livros fascinantes que há anos embalam várias gerações, Ziraldo afirmou que a criação é fabulosa. “Criar é fantástico, porque depois que faz uma vez, você liga na tomada e tudo o que você vê ou ouve, você pensa: Ih, isso dá livro. É igual a quem faz samba. O cara vê uma folha caindo da árvore e vira música. A gente faz livro pra gente, pra tirar aquela ideia da cabeça e caprichar. E o livro vai fazer sucesso quando ele tem alguma coisa em comum com o leitor. A melhor mensagem, o grande prêmio que eu posso receber é alguém chegar pra mim e dizer: ‘O meu filho dorme abraçado com o seu livro’. Isso me realiza como autor”, afirmou.
Pois é isso mesmo. Nosso maior prêmio é o reconhecimento do leitor. É ouvir que ele se identificou com a história, com os personagens, que nosso livro o levou para outros momentos da vida, resgatou lembranças boas.
Ziraldo acredita ainda que hábito de leitura tem que nascer em casa. Ele diz "Não deixem seus filhos irem para o computador sem passar pelo livro". E aconselha tirar o computador do quarto, colocando-o em algum outro lugar da casa, no qual todo mundo veja.
E para fechar, Ziraldo diz que para criar adolescentes basta compreendê-los. Taí, outra opinião muito lúcida. E eu acrescentaria, basta compreendê-los e olhar para eles. Muitas vezes basta olharmos atentamente, para percebermos que algo está errado.
Para ler a matéria completa, acesse http://eptv.globo.com/lazerecultura/lazerecultura_interna.aspx?303388.
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3 comentários:
Que delícia esta matéria, Ana!
Meus filhos, que hoje estão na casa dos trinta, criaram-se com muito livro de Ziraldo por perto.
Até hoje releem O Menino Mais Bonito do Mundo com emoção. Quando garotos, líamos esse livro e sempre terminávamos chorando juntos. Meus alunos amavam O Planeta Lilás e A Bela Borboleta. Ainda guardo recriações que eles fizeram a partir destas obras.
Enfim, Ziraldo, como disse muito bem você, dispensa comentários.
Abração
oii ziraldo. sou lucas leandro de fortaleza.....eu estou participando da semana cultural do meu colegio preciso de voçe.....ou seja vc pode vim para car... pq o nosso tema é sobre vc....
Nossa eu achei esta matéria muito legal a gente vê o que ele faz vc podia me fazer outra matéria dele de novo se essa foi boa a outra vai ser d+ bjokas e boa sorte aa me seguem, no meu blog http://linadaproqueter.blogspot.com tchau bye
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