O primeiro livro de contos do escritor americano Raymond Carver (O que falamos quando falamos de amor), publicado em 1981, foi para o mercado com várias alterações do então editor Gordon Lish, que chegou a cortar mais da metade do texto original. Carver rompeu com Lish.
Ironicamente ou não, Carver ficou conhecido por um estilo seco e enxuto, fazendo sucesso até sua morte em 1988.
No ano passado, Tess Gallagher, viúva do escritor, resolveu publicar a versão original, a partir dos originais encontrados por dois acadêmicos numa biblioteca da Universidade de Indiana. O livro foi publicado com o título de Beginners, e chega ao brasil traduzido para Iniciantes.
Tess afirmou ao Jornal do Brasil que os contos originais possuem uma textura mais rica, e personagens e estrutura narrativa mais desenvolvidos.
O tradutor Eric Nepomuceno diz que é difícil dizer qual das versões tem mais brilho, mas, pessoalmente, prefere o original à versão de Lish, pois ele preserva um lado humano, mais suave.
Veja a matéria completa no site do JB.
Abaixo mais detalhes sobre o livro:
Autor: Raymond Carver
Título original: Beginners
Editora: Companhia das Letras.
Págs: 296
Tradutor: Rubens Figueiredo
Preço: R$ 49,00
Sinopse:
Os contos que formam a coletânea Iniciantes foram publicados pela primeira vez em 1981, com enorme sucesso de público e crítica, sob o título What we talk about when we talk about love. O livrinho, de não de mais de 130 páginas, valeu a Raymond Carver o epíteto de escritor “minimalista”, tão surpreendentemente enxutos, breves e silenciosos os textos pareciam.
Mais tarde o público ficou sabendo que Gordon Lish, o editor de Carver na Knopf, havia cortado o texto dos contos em cerca de 50%, em média. Agora, o vasto e fiel leitorado de Carver, nos Estados Unidos e no Brasil, simultaneamente, tem acesso aos dezessete contos integrais, do jeito que saíram da pena e do imenso talento de Carver.
Apesar de falar de gente normal sem traços de genialidade, heroísmo ou arroubos românticos, o que mais impressiona na obra de Raymond Carver é o caráter descentrado de seus personagens, “caipiras de shopping center”, como os chamou seu primeiro editor. São basicamente histórias de alcoolismo e de casamentos em ruínas, protagonizadas por figuras anônimas da classe trabalhadora envolvidas em sua luta inglória e quase sempre perdida por uma vida dentro dos inalcançáveis padrões do sonho americano.
O estilo dos contos originais de Raymond Carver, desidratado de firulas retóricas, mas não de vozes humanas densas e palpáveis, adapta-se à perfeição a um neorrealismo americano que, em versão cinematográfica, resultou no excepcional Short cuts, de Robert Altman, de 1993, diretamente inspirado em vários dos textos incluídos neste Iniciantes.
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