sábado, 20 de junho de 2009

Pílulas dos cadernos literários - 20/06/2009

Vamos às pílulas dos cadernos literários de hoje.

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Caderno Prosa & Verso (O Globo) – Sábado (20/06/2009)
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As paixões de Bandeira

O caderno Prosa & Verso desse sábado vem falando sobre as paixões de Manuel Bandeira, o homenageado da 7ª Flip, que acontecerá de 1º a 5 de julho.
Abaixo trago um pouquinho de cada matéria.

Matéria: As paixões de Bandeira - Argumentação atual e pertinente
Mesmo com idiossincrasias, o livro de Bandeira sobre poesia brasileira não perdeu sua força.
(Por Antonio Carlos Secchin)

Num transcurso de dez anos, a partir de 1937, Manuel Bandeira publicou nada menos do que cinco antologias: as de poesia romântica e parnasiana, a de "obras-primas da lírica brasileira" (com notas de Edgard Cavalheiro), a de "poetas bissextos contemporâneos" e a "Apresentação da poesia brasileira" (primeira edição em 1946). Entre todas, destaca-se a última — inexplicavelmente há muito ausente do mercado editorial — pelo fato de conter, além da seleção de textos propriamente dita, um longo estudo introdutório, em que Bandeira percorre os principais poetas e movimentos de nossas letras, de José de Anchieta às vanguardas das décadas de 1950 e 60. Bandeira, aliás, foi o único dos grandes poetas brasileiros a dedicar-se continuamente ao ofício de antologista. (...)

Corpo a corpo: entrevista com Paulo Werneck
(Por Rachel Bertol)
Paulo Werneck, da CosacNaify, diz que dificilmente passará em suas mãos, em sua trajetória de editor, material tão importante quanto a prosa poética de Bandeira, lançada pela casa. Werneck, que não quis adiantar quais serão os próximos livros a serem editados, conta como tem sido realizado o trabalho.

* Como avalia a importância do trabalho da editora com a prosa de Bandeira? Tem gerado um novo olhar?
WERNECK: Novo olhar no sentido de uma nova geração lendo Bandeira, sem dúvida. Bandeira está na linha de frente da crônica e deu ao estilo feições muito próprias. Disso os especialistas já sabiam, mas o leitor menos especializado, o estudante mais jovem talvez não. E Bandeira foi dos poucos, senão o único de sua estatura, que pôs a palavra "crônicas" no título do livro. Ao contrário da poesia, as crônicas de Bandeira não estavam na ponta da língua do leitor. (...)

* O que tem sido privilegiado no curso das reedições?
WERNECK: A primeira etapa foi recolocar em circulação as "Crônicas da província do Brasil", de 1937, organizado pelo próprio Bandeira. Depois, começamos a edição dos volumes de inéditas e a trabalhar partes menos conhecidas da produção de Bandeira, muitas vezes esgotadas ou confinadas em volumes de obras completas: ensaios literários, antologias, tradução de teatro, crônica, correspondência. Outra faceta menos conhecida de Bandeira é a de um fino tradutor de teatro, como se vê na tradução de "Macbeth". Sobre a edição das crônicas inéditas, o trabalho de Júlio Castañon Guimarães é excelente, tem muito critério. Uma decisão importante foi incluir tudo o que Bandeira publicou em jornais e revistas. A edição de imagens sempre nos dá trabalho. Originalmente, alguns textos eram pubicados com imagens, por exemplo de obras de arte que Bandeira comentava, ou a caoa de um livro resenhado. Fazemos de tudo para dar a mesma sensação ao leitor de hoje. (...)


* Por que fazer uma biografia do autor? Quando deve ficar pronta?
WERNECK: Bandeira já deveria ter três ou quatro boas biografias. Esse é o tipo da situação brasileira, que pode ser ótima para editores e biógrafos, pelos terrenos inexplorados, mas péssima para os leitores. É preciso fazer a biografia de Bandeira, projeto que o Humberto Werneck apresentou depois de ter concluído "O Santo Sujo", sobre Jayme Ovalle. A CosacNaify encampou e levou a proposta à família de Bandeira. A vida dele foi interessantíssima, conhecemos pelos escritos, pela correspondência, pela excelente crítica. Mas não por uma biografia que não seja um cozido de tudo o que já se conhece. Uma das vocações da editora é preencher lacunas como essa.

Matéria: As paixões de Bandeira - O crítico e suas lições
Falando sobre literatura, música ou artes plásticas, poeta rompeu os grilhões da especialização

Resenha de Crônicas Inéditas 2. Organização, posfácio e notas de Júlio Castañon Guimarães (Editora CosacNaify, 480 pgs. R$ 69)
(Por José Castello)
Manuel Bandeira foi o poeta da leveza. Sempre disposto a enfrentar dilemas metafísicos, como o sentido da existência, e a tratar de assuntos dolorosos, como a fraqueza e a morte, Bandeira os puxou, com vigor e alegria, para a esfera do chão. A vida, suas miudezas e incoerências, está no centro de sua escrita. (...)
A mesma paixão pelas coisas vivas e pela fragilidade humana aparece, também, no crítico de literatura e de artes. Tendência que se manifesta, de modo forte, no segundo volume de suas "Crônicas inéditas/1930-1944", com organização, posfácio e notas de Júlio Castañon Guimarães. Os duros e frios críticos de hoje deviam parar um pouco, depor os temores e as armas, e reler Bandeira. Temos, todos, muito a aprender com ele.
(...)

Coluna No Prelo (por Mànya Millen e Rachel Bertol)

- Mia Couto dramaturgo
A segunda edição do Festival de Teatro da Língua Portuguesa (Festlip), que acontecerá no Rio entre 2 e 12 de julho, terá como homenageado o escritor moçambicano Mia Couto, que virá à cidade do Rio para o evento. Nos dez dias do festival, serão apresentados espetáculos de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal — além do Brasil, país anfitrião. Todos terão entrada franca, e poderão ser vistos em três teatros: Ginástico, Sesc Tijuca e Espaço Sesc. Haverá, ainda, shows e um cardápio especial no OO Cozinha Contemporânea, baseado na gastronomia dos países participantes. No Rio, Mia Couto vai receber o prêmio Festlip 2009, por suas criações como dramaturgo e pelo estímulo ao teatro em Moçambique. Couto fará uma palestra na abertura do festival, dia 2, no Sesc Ginástico, quando será apresentada a peça "Mar me quer", de sua autoria, pelo grupo moçambicano Tijac. (...)

- Doc Comparato
O professor e roteirista Doc Comparato entregou recentemente à Summus Editorial os originais da nova edição do livro "Da criação ao roteiro". Essa reedição, revista, ampliada e atualizada, contempla inclusive os novos meios digitais. O livro é um dos mais completos já feitos no Brasil sobre a arte de escrever roteiros para cinema e televisão. A nova edição está prevista para chegar às livrarias no fim deste ano.


- São Francisco
O crítico e acadêmico Luiz Paulo Horta fará a palestra "Francisco de Assis", terça, às 17h30m, na ABL (Pres. Wilson 203).

- Filosofia
A PUC-Rio abriu inscrições para o curso "Filosofias da diferença", em agosto, coordenado por Paulo Cesar Duque-Estrada, sobre pensadores como Nietzsche, Freud, Benjamin, Deleuze, Foucault e Derrida.

Matéria: A primeira vez (por Miguel Conde)
Autores falam de estreias escrevendo com (Sant'Anna) e sem (Verissimo) encomenda


Sergio Sant'Anna publicou seu primeiro livro em 1969. Luis Fernando Verissimo, em 1973. Hoje em plena flor da meia-idade literária, consagrados como dois dos mais importantes autores brasileiros, ambos vivem experiências novas, em direções opostas: enquanto o carioca escreve pela primeira vez um romance por encomenda, o gaúcho toca o primeiro escrito por iniciativa própria. Juntas na nova edição da revista "Granta" (Alfaguara), que tem como tema a ambição e publica um capítulo de cada livro — os romances ainda estão sendo escritos e não têm título definido — os dois se encontram dia 29 na Casa do Saber, no Rio, para falar sobre as suas ambições como escritores. Nesta entrevista na sede da editora Objetiva, no Cosme Velho, eles conversaram sobre este e outros assuntos.
(...)
VERISSIMO: Não tem uma explicação para eu ter resolvido escrever esse livro sem encomenda. Não foi uma história que estivesse dentro de nmim e eu precisasse escrever. Ela começou um dia quando pensei numa frase de "Ébrio", do Vicente Celestino: "Tornei-me um ébrio,/ na bebida busco esquecer". Tomando isso emprestado, pensei na frase: "Formei-me em Letras, na bebida busco esquecer". Comecei a me perguntar "quem é esse cara que diz isso, onde ele trabalho, como vive?". Foi a partir dessa frase que nasceu a história.

SANT'ANNA: Fui a Praga para escrever uma história de amor (como parte do projeto Amores Expressos), mas estou escrevendo à minha maneira. Foi bom, tive muitas ideias andando pela cidade. O livro tem um narrador em primeira pessoa que vive uma série de encontros estranhos. Não conseguiria fazer uma história tradicional, uma love story.

VERISSIMO: A encomenda é só um mote a partir do qual você cria com liberdade. O problema é o prazo. Ainda mais no Brasil, onde o escritor acaba trabalhando nas horas vagas, que nem sempre aparecem.

SANT'ANNA: Antes de começar o livro já avisei que não teria prazo. Faço rascunhos exaustivamente, sou um escritor sabidamente lento. Mesmo esse capítulo que está na revista, eu não considero definitivo. É bom poder publicar ainda nesse estágio, porque isso me ajuda a perceber criticamente o texto, percebo onde posso melhorar.
(...)

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Caderno Ideias (JB) – Sábado (20/06/2009)
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Matéria de capa (por Juliana Krapp)

- O eu exibido!
A primeira pessoa — atual dom supremo da literatura — domina discursos e atitudes na festa literária internacional

>> A matéria completa pode ser lida no site do JB (A primeira pessoa domina discursos e atitudes na Flip).

Coluna Informe Ideias (Por Alvaro Costa e Silva, com Juliana Krapp)

- Na cola de Salomão
Do alto de seus 86 anos, José Saramago partiu na última quarta-feira em uma aventura e tanto. Lidera uma "expedição" que vai percorrer a rota portuguesa de Salomão, o protagonista paquidérmico de seu último romance, A viagem do elefante. A trupe partiu da cerca de Belém, em Lisboa, e vai até a fronteira com a Espanha, em Figueira de Castelo Rodrigo. Apesar de ter inventado o itinerário de Salomão, uma vez que não há informações precisas sobre a viagem real do elefante, o Prêmio Nobel espera encontrar, nos lugares visitados, "passos" do bicho. Durante a excursão, promete atualizar o diário de viagem em <http://aviagemdoelefante.wordpress.com/>. Por enquanto, já há por lá breves relatos e fotos, nas quais, apesar do caráter esportivo de sua empresa, Saramago aparece em seu indefectível terno-e-gravata.

- 40 anos de Pasquim
Sexta que vem faz 40 anos que saiu o primeiro número de O Pasquim. A patota — entre eles, Jaguar, Sérgio Augusto, Sérgio Cabral, e Ziraldo — comemora a efeméride terça, às 19h, no Bar Lagoa. A editora Desidereta aproveita a ocasião para fazer dois lançamentos: o terceiro volume da Antologia do Pasquim, com 50 edições, publicadas entre maio de 1973 e abril de 1974; e Pasquim 40 anos, compilação com 40 capas emblemáticas do jornal — incluindo a clássica imagem de Leila Diniz com uma toalha na cabeça, e a de Rogéria fazendo as vezes de Mona Lisa.

- Ribeirão Preto
Vai até o dia 28 a 9ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto. Entre as atrações estão Carlos Heitor Cony, José Miguel Wisnik, Mário Prata, Carola Saavedra.

- Em Paraty
Na Casa da Cultura de Paraty, durante a Flip, o angolano Ondjaki — que acaba de lançar pela Cia. das Letras Avó Dezanove e o segredo soviético — e Marcelino Freire, autor de Balé ralé, trocam impressões a respeito do acordo ortográfico. Na mediação, o escritor Marcelo "Natalino da Feijoada" Moutinho, organizador do Dicionário amoroso da língua portuguesa. Será no domingo, dia 5.

Cinema (por Daniel Schenker)

- Imagens que saltam os olhos
Em 'Andrei Rublióv', de Tarkovski, fica evidente a presença da natureza como personagem

>> A matéria completa pode ser lida no site do JB ('Andrei Rublióv', de Tarkovski, faz da natureza um personagem).

Martin Heidegger (por Rafael Haddock-Lobo)

- Um filósofo do espaço
Livro de Ligia Saramago explora tema pouco estudado na obra do pensador alemão

>> A matéria completa pode ser lida no site do JB (Livro explora tema pouco estudado na obra de Heidegger).

Hannah Arendt (por Haron Gamal)

- Irreflexão e violência
Nova edição do clássico 'A vida do espírito' é imprescindível ao ambiente acadêmico e ao leitor comum

>> A matéria completa pode ser lida no site do JB (Nova edição do clássico 'A vida do espírito' chega às livrarias).

Verso (por Fábio Lucas)

- A busca interminável pela expressão poética
Ronaldo Werneck recria seu mundo indo às fontes memorialísticas

Minerar o branco ficará entre as surpresas de boa leitura nos últimos tempos. (...)

>> A matéria completa pode ser lida no site do JB (Ronaldo Werneck recria seu mundo indo às fontes memorialísticas).

Matéria 'As máquinas dos tempos' (por Felipe Fortuna)

EXTRAÍDO DO LIVRO Céu em fogo (1915), o conto "A estranha morte do professor Antena" ressurge agora numa edição de bolso (...)

>> A matéria completa pode ser lida no site do JB (Tentativa de superar a morte permeia conto de Mário de Sá-Carneiro).

Literatura Brasileira (por Agnes Rissardo)

- Náusea contemporânea, à la Sartre
'Tinha uma coisa aqui', estreia de Ieda Magri, mostra engenhosidade na forma de narrar

>> A matéria completa pode ser lida no site do JB (Estreia de Ieda Magri na prosa mostra engenhosidade na narrativa).

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