domingo, 19 de julho de 2009

Pílulas dos cadernos literários (#1) - 18/07/2009

Vamos às pílulas do Caderno Ideias (Jornal do Brasil) de ontem.

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!Caderno Ideias (JB). Sábado (18/07/2009)!
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# O profeta de lúmpen
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Por Alvaro Costa e Silva
* Sai no Brasil 'Ubik', de Philip K. Dick, autor que, desde os anos 80, é o mais adaptado ao cinema

> RIO DE JANEIRO - Grandes amigos separados pela distância – um morando na Espanha, o outro na Argentina – os escritores Roberto Bolaño, chileno, e Rodrigo Fresán, argentino, bolaram escrever um livro a quatro mãos, valendo-se da troca de e-mails. Infelizmente, a ideia não foi adiante, mas restaram o título do projeto, excelente por sinal – Fricciones o FREAKciones – e ao menos um desses diálogos, mole de buscar na internet, e que serve como introdução perfeita para a leitura do romance Ubik, de Philip K. Dick, que acaba de ser lançado no Brasil. (...)

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# Romance rural sem regionalismos
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Por Duilio Gomes (jornalista e escritor)
* 'Olha para o céu, Frederico!', de José Cândido de Carvalho, é relançado nos seus 70 anos

> RIO DE JANEIRO - O escritor fluminense José Cândido de Carvalho (1914–1989) ficou na literatura brasileira como o autor da obra-prima O coronel e o lobisomem. Título que acabou deixando na sombra seus outros livros, todos eles inventivos na forma e no conteúdo – Um ninho de mafagafes cheio de mafagafinhos, Ninguém mata o arco-íris e Olha para o céu, Frederico! . Este, publicado pela primeira vez em 1939, acaba de ser relançado pela José Olympio, comemorando os seus 70 anos de surgimento e lembrando os 20 de falecimento do autor.

Um romance rural mas sem regionalismos, Olha para o céu, Frederico! gira em torno de latifúndios, usineiros pouco honestos cercados de capangas e do caráter discutível do fazendeiro Frederico, pusilânime e de 'alma ressequida'. Eduardo, seu sobrinho, é o narrador do romance e o analista de sua estranha personalidade, capaz de fazer vista grossa à arrogância ilimitada de seus vizinhos fazendeiros e ao affair que esse sobrinho mantém com a sua mulher, Lúcia. (...)

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# A relação entre a mão e a mente
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Por Fabio Silvestre Cardoso (jornalista)
* No livro 'O artífice', o pensador Richard Sennett discute a técnica como questão cultural

> RIO DE JANEIRO - Dez mil horas. Para alguns, um tempo que não há como ser mensurado. Para outros, um período necessário para se tornar especialista em determinada área. A esse último grupo pertence o pensador Richard Sennett, autor de O artífice, que ora chega às livrarias do país. Trata-se de um alentado estudo sobre a expertise no mundo do trabalho, que, embora vilipendiado no atual estágio da globalização pós- crise econômica, encontra abrigo e observação acurada na obra de Sennett, professor da London School of Economics e também autor de outros livros sobre o universo do trabalho e suas transformações no comportamento da sociedade (entre outros, A cultura do novo capitalismo e A corrosão do caráter).

Em O artífice, a propósito, o escritor apresenta um tema de estudo bastante original, mas preserva, para o bem ou para o mal, modelos semelhantes de análise e perspectiva acerca desse fenômeno. No livro, o que se lê é que as virtudes da obra superam um eventual ranço ideológico que permeia o pensamento do autor. (...)

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# Marcelino x Macunaíma

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Por Vivaldo Andrade dos Santos
* Em seu novo livro, Godofredo de Oliveira Neto realiza um romance pré-modernista, em oposição à obra de Mário de Andrade

> RIO DE JANEIRO - Verão de 1942, ano em que o Brasil declara guerra à Alemanha. Esse momento histórico é o pano de fundo do romance de Godofredo de Oliveira Neto, no qual vem narrada a história do jovem Marcelino Alves Nanmbrá dos Santos, descrito como 'uma mistura de açoriano com negro e índio', nativo da vila de pescadores de Praia de Nego Forro, no litoral catarinense. Marcelino é a narrativa de um curto mas significativo período na vida do jovem pescador, sua relação com a família do senador Nazareno, funcionário federal do Rio de Janeiro, da sua mulher Emma (donos de uma casa de veraneio na vila de pescadores), seus filhos e a governanta Eve.

Do ponto de vista formal, Godofredo recorre a duas formas de romance nas quais o personagem Marcelino é uma espécie de baliza da narrativa a partir da qual se desenrolam duas histórias. A primeira delas, o romance idílico, em torno da vida do jovem pescador, sua relação com a baleeira Divino Espírito Santo, fiel embarcação do ofício diário, suas brincadeiras com os filhos do ex-senador, seus amores, e a descoberta do sexo. A segunda, o romance histórico a que o autor recorre para construir sua narrativa. O enredo é tecido a partir do ano de 1942, a História (a Segunda Grande Guerra, a ditadura Vargas), salpicado pelo universo cultural da época com a Rádio Tupi, a música de Ari Barroso, Lamartine Babo, Almirante, Francisco Alves, Ataulfo Alves, a revista Seleções e as novelas da Rádio Nacional. (...)

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# Como ilhas flutuantes
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Por Eduardo Guerreiro B. Losso

* Livro organizado por Alberto Pucheu mostra o interesse pelas artes na obra de Agamenon

> RIO DE JANEIRO - Nove abraços no inapreensivel, livro organizado pelo poeta e professor de teoria da literatura Alberto Pucheu sobre o filósofo Giorgio Agamben, possui vários méritos. Pucheu focou não a segunda fase de seu trabalho, a política, mas a primeira, a menos conhecida e discutida porém não menos importante, aquela que aborda a relação da filosofia com a literatura, poesia, estética e crítica; ainda que, como o organizador esclarece, tal diferença entre o 'jovem' e o 'maduro' Agamben não seja tão precisa, e que mesmo depois do livro de virada, Homo sacer, haja outros momentos que estendem as preocupações iniciais. (...)

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# Pra francês ver
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Por Wilson Martins

> São ambíguas e obscuras as fronteiras entre a observação e a imaginação no livro de Muriel Cerf sobre o Brasil (Amérindiennes. Paris: Stock, 1979), sendo certo, entretanto, que a segunda predomina sobre a primeira e que, com referência ao estilo literário, a autora está longe ser a neta de Jean Giraudoux que nela quiseram ver os editores parisienses. O francês, segundo o célebre epigrama, é alguém que ignora a geografia, o que, diga-se desde logo, não é o caso de Gilles Lapouge, cujo conhecimento do Brasil data de várias décadas, desde que aqui residiu como correspondente de jornais franceses até agora, quando vem exercendo as mesmas funções em Paris para um grande jornal brasileiro, sendo autor, nomeadamente de um Dicionário amoroso Brasil, além de uma dezena de outros livros, em particular Equinocciales (1977), viagem filosófica que bem pode ser vista como a sua autobiografia, paralela à que Lévi-Strauss escreveu com Tristes tropiques. (...)

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# A ponte Rio-São Paulo de Ivana
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Por Carolina Leal
* Contista e cronista da geração Mercearia, escritora lança seu primeiro romance


> RIO DE JANEIRO - Poderia ser mais uma história de amor e infidelidade na libidinosa paisagem carioca, se o flagrante da traição não transportasse a personagem Renata de um falido casamento de 10 anos para um novo mundo. E se essa nova realidade não tecesse histórias de vida intercaladas em um hotel-espelunca no centro de São Paulo. Ainda mais: se a esposa refinada e traída não fosse, na verdade, uma
ex-prostituta e amante de um importante membro da chamada alta sociedade.

Em seu primeiro romance, Hotel Novo Mundo – que será lançado no dia 4 de agosto na Travessa de Ipanema – a escritora Ivana Arruda Leite conta a história de Renata, uma mulher que decide abandonar a vida no Rio. E recomeçar diante de
acontecimentos que se passam no espaço de uma semana na capital paulista. (...)

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# A poesia como superação da morte
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Por Pedro Lyra (poeta e crítico literário)
* Thereza Christina Rocque da Motta traduz os 154 sonetos de Shakespeare editados há 400 anos


> PEDRO LYRA - Na virada do ano 2000, muitas listas elegeram 'os 10 (ou os 100) mais', em diversos setores da cultura. Uma delas, elaborada na Itália, elegia as 10 maiores personalidades não apenas do ano, nem mesmo do século, mas do segundo milênio. O primeiro lugar não foi de um político, de um cientista, de um inventor, de um filósofo – foi de um poeta: o inglês William Shakespeare (1564-1616).

Universalmente reconhecido pela maioria da crítica como o maior poeta de todos os tempos, ele se impôs pelo gênero que não ocupa senão o terceiro plano na preferência dos poetas: o dramático, sobretudo pelo trágico. O apelo mais alto sempre foi o do épico: um Homero, um Virgílio, um Dante, um Camões, um Tasso, um Milton, um Hugo. Um degrau abaixo, o do lírico: um Ovídio, um Khayyam, um Petrarca, um Musset. (...)

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# coluna Informe Ideias
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Por Alvaro Costa e Silva, com Juliana Krapp

> Passo fundo. Entre os 48 finalistas que continuam na disputa dos R$ 100 mil oferecidos pelo Prêmio Passo Fundo Zaffari & Bourbon, estão Lídia Jorge, pelo livro O vento assobiando nas gruas; António Lobo Antunes, com a obra Ontem não te vi em Babilônia; Moacyr Scliar, com Manual da paixão solitária; Milton Hatoum, por Órfãos de Eldorado; João Gilberto Noll, com Acenos e afagos; Ruy Castro, por Era no tempo do rei; e Flávio Moreira da Costa, com Alma-de-gato.

> A menina do Nelson. A Agir, em seu projeto de republicar os textos não-teatrais de Nelson Rodrigues, manda para as livrarias Memórias: a menina sem estrela, conjunto de 80 crônicas, publicadas entre 18 de fevereiro e 31 de maio de 1967, no Correio da Manhã. Dividem as páginas do livro a iniciação sexual do autor, o assassinato do irmão Roberto, a Revolução de 30, a consagração de Vestido de noiva, o suicídio de Vargas, os anos em que passou num sanatório para tratar de tuberculose, a gripe espanhola. Alguns dos principais estudiosos do escritor, como os críticos Sábato Magaldi e José Lino Grunewald, e o seu biógrafo Ruy Castro, consideram estas crônicas talvez a maior coisa que Nelson escreveu. Otto Lara Resende classificou o texto sobre o drama de Daniela, a filha sem estrela, "uma das mais belas páginas da língua portuguesa".

> Saramaguices. "Pudesse eu, e fecharia todos os zoológicos do mundo. Pudesse eu, e proibiria a utilização de animais nos espetáculos de circo. Não devo ser o único a pensar assim, mas arrisco o protesto, a indignação, a ira da maioria a quem encanta ver animais atrás de grades". Isto é José Saramago, em O caderno: textos escritos para o blog, Setembro de 2008 - Março de 2009, que chegou ontem às livrarias, com o selo da Companhia das Letras. Depois o português se espanta por que se espantam tanto de ele manter um blog. E as árvores abatidas, não lhe pesam na consciência, senhor?

> Leblon retratado. Na terça-feira, o shopping Leblon inaugura uma exposição sobre o bairro, que faz 90 anos no fim do mês, com 16 fotos, antigas e atuais. A mostra, que ficará em cartaz até o dia 9 de agosto, também homenageará o escritor Manoel Carlos.

> Casa de Rui. Sai o segundo número da revista Escritos, publicação do Centro de Pesquisa da Casa de Rui Barbosa, O bloco "Diversas escritas" reúne oito artigos que examinam diferentes formas de discurso - literário, histórico, censório, epistolar, jornalístico, artístico e religioso - com a assinatura de, entre outros, Alfredo Bosi, Milene Suzano, Monica Pimenta Velloso, Luiz Costa Lima diz presente duas vezes, no texto "O controle do imaginário: questão para antiquários?" e na entrevista a Flora Sussekind.

> Prêmio UFF. "Um dia, uma noite... Paris". Este é o tema do 3º Prêmio UFF de Literatura, nas categorias conto, crônicas e poesia. Quem quiser participar tem até o dia 31 de agosto para fazer sua inscrição. Serão selecionados 20 textos inéditos em cada categoria, para publicação de uma antologia pela EdUFF. O autor classificado em primeiro lugar em cada categoria receberá como prêmio R$ 500 em livros do catálogo em vigor de qualquer editora brasileira.

> Grande Da Vila. Para preservar o acervo e a memória que Luiz Carlos da Vila - que morreu em outubro - e dar continuidade aos projetos sociocultural e educacional que compositor desenvolvia junto a crianças e jovens pelo país, com destaque para a poesia no samba, amigos e familiares convidam para o lançamento do instituto que leva seu nome, na terça, a partir das 18h, no Centro de Referência da Música Carioca (Rua Conde de Bonfim, 824, Tijuca). Neste dia, Luiz Carlos da Vila completaria 60 anos.

> Campus. Terça, às 19h, Elisa Lucinda inicia o workshop Poesia Falada, na Casa Poema, em Botafogo.

> Segunda, a Biblioteca Nacional relembra os 100 anos de Carmem Miranda, com a exibição do acervo sobre a carreira da artista. A exposição vai até o dia 22 de agosto.

> Grátis: curso A língua literária de Machado de Assis, oferecido pelo Liceu Literário Português, de 3 a 31 de agosto, às segundas-feiras. Inscrições no local.

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