Sou a última que pode ser contra o que a tecnologia ofereceu à literatura nos últimos tempos. Em primeiro lugar, pois sou Analista de Sistemas. E logo depois, pois sem dúvida a internet deu visibilidade aos lançamentos, aos escritores, os aproximou dos leitores, permitiu contatos, estreitou interesses.
Mas daí a determinadas "inovações", sinceramente ainda sou careta, retrógrada.
Por exemplo, leitor de livros como o Kindle ainda não me chamam a atenção. Leio com um lápis na mão. Não sei ler de outra forma. Há algo que faz diferença num texto: a mancha da página. Tente ler um texto com fonte Arial 9, espaçamento entre linhas simples, com margens de 1 cm de cada lado. Nâo dá, não é mesmo. Pois é essa a sensação que tenho ao ler um texto num leitor de livros: mancha inadequada.
Bem, as modernidades não param por aí. Um grupo de mexicanos resolveu escrever um romance com 10 capítulos. Até aí tudo bem. A questão é que cada capítulo tem no máximo 140 caracteres, que é o máximo permitido no twitter. Isso mesmo. Eles querem publicar o "romance" de 1400 caracteres no twitter. Acho que isso não tem outro objetivo a não ser marketing. (Leia matéria).
Na linha do twitter, outros experimentos foram feitos, como o do carioca Claudio Soares que adaptou a biografia romanceada Santos Dumont Número 8: O Livro das Superstições para a rede social das mensagens de 140 caracteres. Também serviu como divulgação. (Leia matéria).
Agora um norte-americano parte para mais uma ideia daquelas: a ficção interativa. São pequenos romances impressos em adesivos e colados em vários locais do planeta (aeroportos, bancos de praça etc.).
Sinceramente, cadê o velho livro, com cheiro de novo, capa bonita, papel de qualidade, leitura agradável, cheio de marcações na lateral?
Sou a primeira a defender a divulgação da literatura, mas sinceramente, não dá para classificar essas inovações como literatura. Dá?
Para saber o que motivou esse meu post, leia matéria completa sobre a ficção interativa no Estadão de hoje.
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