Já nas livrarias um ótimo lançamento da Companhia das Letras: uma antologia de Guy de Maupassant com 125 contos de um dos mestres do gênero. O livro possui seleção e apresentação de Noemi Moritz Kon e tradução do escritor Amilcar Bettega. São 824 páginas trazendo a obra de um autor que é referência como contista.
Um nome é fundamental na trajetória de Maupassant: Gustave Flaubert, o autor de Madame Bovary. Flaubert teve-o como pupilo durante anos, impondo-lhe duas condições: a de escrever ininterruptamente e de não publicar os primeiros resultados, em nenhuma hipótese. Processo que funcionou, pois quando Maupassant foi liberado para publicar seus textos, já havia um material considerável e de qualidade para publicação nos jornais da época.
Flaubert morreu pouco depois de Maupassant começar a ganhar reconhecimento, mas ainda houve tempo de ele deixar registrado sua admiração pelo trabalho de seu "seguidor". Em uma carta a respeito de um dos contos mais famosos de Maupassant (Bola de Sebo), ele diz:
Reli "Bola de Sebo" e sustento que é uma obra-prima. Trata de escrever uma dúzia de textos assim e será um homem.
Guy de Maupassant influenciou muitos contistas americanos do fim do século 19 e início do século 20, fazendo presença nesse time escritores como Henry James.
Em seus contos, ele preferia personagens simples e enredos ligeiros, o que por vezes confundiu a crítica. Diziam-no menos poderoso que Balzac, menos amplo de Zola, menos profundo que Flaubert. Por isso mesmo podia-se dizer que era Maupassant, e essa era sua voz.
Fonte: Caderno Ideias do JB (edição 09/05/2009)
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