Já devo ter falado aqui da minha paixão pela Literatura, e dessa mesma paixão por ler que transbordou e virou minha escrita. E também da minha preocupação em achar e resgatar esse público leitor, que tanto "não aparece" nas pesquisas encomendadas.
É muito bom receber uma crítica positiva, e claro que sem ela, nosso caminho será muito tortuoso. Mas nenhum de nós deseja que nossos livros sejam lidos apenas por nossos pares. Queremos alcançar pouco a pouco novos leitores. Transformar nossa ficção num bolo de açúcar, isca para as formiguinhas ávidas por boa Literatura.
No último sábado, saiu no caderno Ideias um belíssimo artigo, escrito por Raimundo Carrero, sobre o que vem tirando o prazer da leitura. E há um parágrafo, daqueles dignos de ler e reler pelo menos uma vez por semana, que é um espelho desse meu sentimento. Reproduzo abaixo esse parágrafo, mas o artigo "Mataram a literatura e não foram ao cinema -- Todorov mostra por que excesso de didatismo tira o prazer da leitura." pode ser acessado online, no site do JB.
"A obra de arte literária – romance, novela, conto, poema – deve considerar, sobretudo, esse leitor ávido de estranhamento, de sensação, de aventura, de prazer. Ainda que o autor conheça todas as técnicas e todas as teorias. A palavra de ordem de um narrador deve ser a sedução, com tudo o que ela tem de conquista e de encantamento. Precisa escrever com simplicidade ainda que sofisticadamente. Recorrer aos artifícios, sem dúvida, mas de tal forma que o leitor se sinta apaixonado pelo que lê, pelo que observa, pelo que sente. A técnica deve servir à conquista; importa levar o leitor ao amor com o personagem e com o enredo, e ele, com certeza, cairá numa paixão desmedida."
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