Há algum tempo postei aqui o link sobre as entrevistas do Roda Viva que estavam sendo disponibilizadas.
Abaixo, copiei um trecho da entrevista de Fernando Sabino que confirma a ideia de que, na literatura, tudo que é fácil de ler é muito difícil de escrever. Muito interessante. Curtam esse trechinho e depois leiam a transcrição toda, que ainda traz um pequeno vídeo.
Ruy Castro: Fernando, há uma velha frase de que tudo o que é fácil de ler é muito difícil de escrever. Todos os seus livros são muito fáceis de ler.
Fernando Sabino: Muito obrigado.
Ruy Castro: São difíceis de escrever?
Fernando Sabino: Olha aqui, o elogio que mais me tocou foi feito pela mulher do Hélio Pellegrino [(1924-1988), psicanalista, articulista e poeta mineiro], a minha querida Maria Urbana Pellegrino, que diz que foi contar uma história minha para uma amiga, uma história de quatro a cinco linhas, e ela falou: “e eu quebrei a cara porque eu acabei tendo que buscar o livro para ler para ela aquelas cinco frases”. E ela disse o seguinte: “eu descobri que escrever parece com um balé, você vê uma bailarina fazer um passo muito bonito, muito leve, vai fazer a mesma coisa e cai no chão e quebra a perna, foi o que me aconteceu”. E eu fiquei muito tocado por isso, porque realmente custa muito esforço para ser simples, é um trabalho terrível para você conseguir chegar a essa simplicidade que parece que é fácil de ler e, portanto, parece que foi fácil de escrever. E eu fiquei muito gratificado agora de você ter dito que é fácil de ler.
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