Na revista Discutindo Literatura (edição nº 18) li uma entrevista muito interessante com o bibliófilo José Mindlin. Abaixo transcrevo alguns trechos que me tocaram de forma especial.
Acho que nós, amantes incondicionais da literatura, temos essa obrigação. De falar, de mostrar, de exibir com orgulho o livro que lemos. Nunca falta um livro na minha bolsa. Meu amor é tão grande que fez nascer esse blog, que me fez depois de 20 anos de profissão na área de Informática, me deixar entregar à escrita.
Incentivo meus filhos sempre que posso. E acho que as escolas realmente pecam muito nesse quesito. Meu filho de 10 anos já leu muito mais livros do que a maioria dos brasileiros. Chegou a criar uma rede de empréstimos na escola. E foi porque ele já nasceu encontrando uma biblioteca de mais de 300 livros. E não me privo de ler um livro infantil para indicá-los.
Outro dia, minha princesinha de 4 anos, estava para cima e para baixo com o livro A casa que vendia elefantes da Livia Garcia-Roza. O barato foi escutá-la recontar a história com base apenas na sua memória, e nas ilustrações maravilhosas do livro. Cheguei a fazer uma gravação em áudio e mandei para a Livia. Ela adorou!
Vale a dica.
DL - Existe idade para começar a ler?
JM - O amor ao livro pode ser criado antes de a criança saber ler. No Brasil, a grande massa da população não tem livros em casa. Aí passa o papel para a escola. E na escola o importante é mostrar à criança que a leitura não é uma obrigação. É uma fonte de prazer. Eu tenho procurado fazer o que chamo de inocular o vírus do amor à leitura no maior número de pessoas. Principalmente crianças e jovens. É um vírus incurável. E faz bem. Pegando no começo da vida, pode ter certeza de que vai gostar até o fim.
DL - O senhor tem alguma mania na hora de ler?
JM - Gosto de ler em voz alta. Ajuda a criar o hábito. Guimarães Rosa eu li em voz alta. Tem uma musicalidade excepcional.
DL - Qual o pedido ou conselho que daria aos educadores?
JM - Mostrar que ler é um prazer. Uma vez sugeri introduzir no currículo escolar uma hora de leitura semanal. Os professores poderiam ler em voz alta, discutir e comentar com os alunos. Uma espécie de segundo recreio. O Alckmin [Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo] incluiu isso no currículo escolar. Uma hora de leitura por semana. Mas as escolas deveriam ter uma biblioteca e os alunos, em vez do recreio, deveriam ir para a biblioteca. Essa uma hora semanal despertaria o interesse. Não se pode pensar em educação sem leitura.
Um comentário:
E meu gatinho acaba de criar seu próprio blog, para falar dos filmes que assistiu e dos livros que leu.
Uma graça, não? Tá, sou mãe coruja mesmo!
O endereço? É só ver na minha lista de cantinhos (blog Doce de Leitura).
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