sábado, 17 de outubro de 2009

Sobre o Nobel que não foi para Roth

A sensação é de frustração quando não se ganha um grande prêmio literário. Ou para quem está do outro lado da torcida, quando não vemos quem gostaríamos ganhar esse grande prêmio.

No caso do Nobel, para uma boa fatia, a sensação é de perplexidade. Quem é Herta Müller? Quantos conhecem sua literatura? Por que Roth perdeu mais uma vez?

E se me fiz, em silêncio, essa pergunta, Adriano Schwartz a fez no Caderno Mais da Folha de São Paulo do último domingo.

E para dividir com vocês, reproduzo o artigo.

Consenso de crítica, Roth é preterido mais uma vez
ADRIANO SCHWARTZ
ESPECIAL PARA A FOLHA

Quem já leu o novo romance de Philip Roth, "The Humbling", diz que a história do grande ator que chega à velhice e de repente se sente perdido e inseguro é magnífica. Reação parecida aconteceu quando "Indignação" foi publicado e, antes, com "Homem Comum". Ao que tudo indica, os críticos que acompanham o romance contemporâneo parecem discordar muito pouco em relação ao lugar decisivo do criador de Nathan Zuckerman na literatura das últimas décadas.

E Roth, mais uma vez, não ganhou o Nobel.

A longa lista de autores importantes que morreram sem o prêmio (sempre tão exaustivamente repetida) cria a tentação de achar que tanto faz, que é melhor assim ou algo do gênero.

Talvez seja. Nós nos acostumamos tanto a relativizar as escolhas, qualquer escolha, que terminamos por diminuir o que não precisaria ser diminuído.

Não conheço a obra de Herta Müller. Não tenho como julgar se houve ou não merecimento, mas tenho a impressão de que Roth está, desde quinta-feira, um pouco mais triste. E, de modo ingênuo e sentimental, fico com pena...

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