Luiz Ruffato lançou mês passado o terceiro livro do projeto Amores Expressos, com uma história passada em Lisboa.
Leia no Caderno Ideias desse final de semana, do JB Online, as duas matérias sobre que saíram sobre o novo romance.
Luiz Ruffato viaja para encontrar personagens do novo romance
Por Carolina Leal
RIO - Não eram os cenários históricos, os bolinhos de bacalhau nem os bigodes do Manoel da padaria os elementos que Luiz Ruffato buscava quando embarcou rumo a Portugal, para alimentar seu novo romance. Foi a procura de uma outra Lisboa que o moveu. O que o escritor mineiro não sabia é que no mesmo avião pirulitava-se um conterrâneo de Cataguases, que pensava em “trabalhar firme por um tempo, ganhar dinheiro, voltar para o Brasil, comprar uns imóveis e viver de renda”. É, até que não era má idéia.
Ao contrário de Ruffato, que já tinha ido várias vezes ao país, Serginho entrava pela primeira vez em um avião e já foi dizendo: “Só boto os pés de novo dentro de um na hora de voltar pro Brasil”. De Serginho não se tem mais notícias, a não ser que arrumou um emprego como ajudante de pedreiro e voltou a fumar. Talvez ainda não tenha voltado para Cataguases, até mesmo por não ter gostado nada desse “negócio de avião”.
Já Ruffato voltou cheio de notícias. Ora, pois pois: desse encontro ficcional, o escritor trouxe sua procurada outra Lisboa, percorrida por Serginho, personagem de seu mais recente livro Estive em Lisboa e lembrei de você. O romance integra o projeto Amores Expressos, o mesmo que possibilitou as viagens de Daniel Galera a Buenos Aires e Bernardo Carvalho a São Petersburgo, das quais nasceram respectivamente Cordilheira e O filho da mãe. (...) leia mais
Personagem de Luiz Ruffato volta a fumar em novo livro
Por Rosana Lobo
RIO - “Azar é que nem urubu, só ataca em bando”. Este é um dos muitos ditados a que Serginho, personagem-narrador de Estive em Lisboa e lembrei de você , de Luiz Ruffato, recorre e que bem resume sua vida. Terceiro livro a ser lançado fruto do polêmico projeto Amores Expressos – que enviou 17 escritores brasileiros para diversas cidades do mundo – o romance de Ruffato segue uma moda literária, iniciada na primeira década do século 21, de histórias ambientadas em países estrangeiros, como Budapeste, de Chico Buarque, Mongólia, de Bernardo Carvalho, e Rakushisha, de Adriana Lisboa. Em comparação aos narradores cosmopolitas dessas narrativas, contudo, Serginho é um matuto, quase um jeca-tatu, ingênuo e bastante carismático.
Ao contrário do aclamado romance Eles eram muitos cavalos – que narra em 70 capítulos curtos a história de pessoas simples na cidade de São Paulo cujos nomes, “pelagens”, e origens desconhecemos – o novo trabalho do escritor mineiro conta, de forma linear e detalhada, como e por que a vida de Serginho vira de cabeça para baixo. O momento em que a pacata vida de rapaz classe média baixa, protegido da mamãe no interior de Minas, perde o rumo, é quando ele para de fumar. “Mas foi só parar de fumar, e as coisas degringolaram na minha vida”, reconhece Serginho.
Além de marcar o início da ladeira, o fumo é também o fio condutor da história que se divide em dois capítulos: o primeiro, “Como parei de fumar”, que se passa em Cataguases, a terra natal de Serginho e de Ruffato; e o segundo, “Como voltei a fumar”, ambientado em Lisboa. (...) leia mais
Nenhum comentário:
Postar um comentário