Em qualquer profissão, a palavra persistir tem um grande significado, mas não se compara à importância na literatura.
Um escritor iniciante precisa persistir para publicar seu primeiro livro.
Um escritor já publicado precisa persistir para deixar de ser um desconhecido.
Um escritor já conhecido precia persistir para criar uma obra relevante.
E por aí segue o caminho. Mas como ainda estou na primeira categoria, me chamou muita atenção a reportagem que saiu no Jornal de Notícias a respeito de um conto inédito de Roberto Bolaño.
Foi descoberto e publicado na Internet um conto inédito que o escritor enviou para um concurso literário espanhol para obter algum dinheiro, nos anos 80.
O mais interessante é que em virtude desse concurso, em que Bolaño obteve o terceiro lugar, ele conheceu o escritor argentino Antonio di Benedetto (1922-1986), que havia ficado em segundo lugar, com o qual iniciou então uma relação de amizade por correspondência.
Partindo de sua história real de um jovem escritor que recebe uma premiação em um concurso literário e descobre que entre os vencedores está um autor que admira, Bolaño escreveu depois outro conto, "Sensini", que faz parte do livro "Llamadas Telefónicas".
Em "Sensini", o personagem homônimo que representa Di Benedetto considera de "primeira ordem" o conto do seu novo amigo e incentiva-o a não abandonar os concursos literários.
Como diz a matéria: "Hoje, não há dúvidas de que Bolaño persistiu, mas quando Di Benedetto morreu, em 1986, o chileno era ainda um desconhecido, sem imaginar a universalidade que recentemente a sua obra alcançou, ou que seria considerado, ainda que após a morte, o escritor que renovou a literatura latino-americana."
É isso: persistir sempre. Afinal, se é por amor à literatura que escrevemos, não nos sobra outra coisa a não ser continuar.
Leia matéria completa do Jornal de Notícias.
Um comentário:
Conheço algumas pessoas q persistem...persistamos todos!
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