sábado, 6 de dezembro de 2008

Para a semana: Manuel Bandeira

Para o sábado e todos os próximos dias, uma poesia e toda sensibilidade de Manuel Bandeira.

VELHA CHÁCARA

A casa era por aqui...
Onde? Procuro-a e não acho.
Ouço uma voz que esqueci:
É a voz deste mesmo riacho.

Ah quanto tempo passou!
(Foram mais de cinqüenta anos.)
Tantos que a morte levou!
(E a vida... nos desenganos...)

A usura fez tábua rasa
Da velha chácara triste:
Não existe mais a casa...

-- Mas o menino ainda existe.

(Lira dos Cinqüent'anos, 1944)
Fonte: BANDEIRA, Manuel. Antologia Poética. Editora Nova Fronteira

2 comentários:

Unknown disse...

Manuel Bandeira! tanta sencibelidade,
como é possivel um ser descrever as coisas assim, tão sutilmenti.

sonhadores disse...

manuel bandeira ! escritor que por sua vez descreve , descreve nao fala ,poeta,poetico exemplo para todos nos ! poetas poeticos falam dos mares da natureza do ser humano do cotidiano dos mais e belos frutos que temos em nos o amor , amizade ,entre outros mas voce nos fez entender o mais belo o mais intrigante belas sao as artes das tuas palavras.