Confira uma cobertura especial do Fórum, no site da querida Paula Cajaty, que direto de lá, está nos trazendo todos os detalhes, sob seu olhar poético.
Uma outra cobertura de todas as mesas também pode ser conferida no site http://www.ouropreto.com.br/.Mas para ter um gostinho do que foi dito, capturei algumas frases que foram ditas em algumas mesas, tiradas do twitter e do Facebook do Fórum das Letras. Assim vocês curtem o meu olhar sobre o olhar de quem está cobrindo o Fórum.
* Mesa O Papel da Crítica Literária no Brasil: Limites e Possibilidades (dia 30, sexta), com Almir de Freitas (editor da revista Bravo), José Castello (crítico literário e escritor), Luciano Trigo (jornalista e escritor) e Manuel da Costa Pinto (jornalista e crítico). Mediação de Guiomar de Grammont
Manuel da Costa Pinto: "É importante lembrar que a crítica tem uma historicidade. A atividade nasce a partir do momento em que arte passa a ser mais indívidual portanto mais hermética. O crítico nasce como uma forma de estabelecer uma forma de comunicabilidade entre a arte e seu expectador/ leitor"
Manuel da Costa Pinto: "Existe uma intencionalidade não do autor, mas do texto. O papel do critico é tentar entender essa intenção."
Almir Freitas: "Se a crítica se comporta como um tribunal, ela está agindo de forma distorcida."
Luciano Trigo: "O escritor se desabituou a ser contestado."
José Castello: "Não me considero um crítico literário, sinto que sou jornalista. Me vejo mais como um cara que se aventura na literatura."
José Castello: "o elogio pode ser muito perigoso, principalmente para escritores jovens.Pode incentivar a preguiça intelectual."
José Castello: "A maior dificuldade que tenho nas oficinas que ministro, principalmente em relação aos jovens, é que eles esperam regras e fórmulas de como se tornar um escritor."
Manuel da Costa Pinto: "Paulo Coelho é um fenômeno de sociologia da leitura, não de literatura."
José Castello: "O escritor tende um pouco a ganhar o papel de sábio na cabeça das pessoas, e o mesmo em relação aos críticos."
Manuel da Costa Pinto: Uma das formas de fazer crítica é ser respeitoso em relação às ambiguidades de leitura.
* Mesa Passos da produção do livro: da redação à edição (dia 30, sexta), com Lucia Riff (agente literária), Anne-Marie Metaillié (editora) e Ricardo Aleixo (poeta). Mediação de André Miranda.
Lúcia Riff: "Só é escolhido para ser editado o que já nasceu muito bom. E muitas vezes as pessoas não tem muito senso crítico."
Anne-Marie Metaillié: "Quando abre um manuscrito, você sabe quando está se aproximando do mar, você não o vê, mas sente uma força original"
Anne-Marie Mettaillié: "o difícil em um catálogo é fazer a publicação de um ano e reservar espaço para os novos escritores"
Anne-Marie Metaillié: "Bernardo Carvalho e Adriana Lisboa são os autores brasileiros, entre os que eu publico, que mais vendem na França."
Anne-Marie Metaillié: "Querem ler um romance verdadeiro? Um romance que faz rir ou chorar? Leiam Machado de Assis."
Anne-Marie Metaillié: "Lembro-me de cada livro que publiquei. Foi uma eleição afetiva"
Lúcia Riff: "os agentes literários não são imprescindíveis. O bom editor e o autor consciente podem se entender muito bem."
* Mesa Memória Reinventada (dia 31, sábado), com Edney Silvestre (jornalista e escritor) e Sasa Stanisic (escritor). Mediação de Marcelo Backes
Marcelo Backes: "Os livros de Sasa e Edney se aproximam no sentido de que, de alguma maneira, ambos tentam reconstruir seus países."
Edney Silvestre investiu 6 anos para escrever seu último livro e diz que provavelmente terá que investir mais 6 para que saia outro.
Sasa: "O mais difícil em meu livro foi imaginar, criar a ilusão de como uma criança pensa."
Sasa: "Em meus livros escolares Yuri Gagarin não era herói somente porque foi o primeiro a chegar ao espaço mas porque ganhou dos americanos."
Marcelo Backes: Para ambos os autores: o que os movimenta a escrever?
>> Edney: "não sei, sei que é inevitável." Sasa: "eu simplesmente gosto de sentar e escrever. Desde criança sabia que queria fazer isso."
* Mesa Paixão pela palavra: a leitura é uma forma de autobiografia?, com Heloisa Seixas (escritora) e Ruy Castro (jornalista e escritor)
Heloisa: "quando as histórias se apresentam para mim, elas já se apresentam no tamanho que querem ser. Eu olhava pelas ruas e, quando a história surgia, eu já sabia que aquilo era um conto mínimo. Foi assim também que os romances que eu escrevi aconteceram. Aquilo surgia na minha cabeça. E eu sabia que aquela história precisava de mais espaço."
Ruy Castro: "a Heloisa foi fisgada pela palavra contada, e eu fui fisgado pela palavra das jornais."
Ruy Castro: "Qualquer livro, por pior que seja, pode ser considerado de auto-ajuda. Não existe nada com o poder de transformação que um livro tem."
Heloisa: "Se alguém me perguntasse se eu queria fazer alguma coisa de não ficção, eu diria que não. A experiência de escrever um livro de não ficção foi uma surpresa pra mim." (Heloisa sobre o livro O Lugar Escuro, que conta a história da mãe com Alzeheimer)
Ruy: "a palavra é uma ferramenta extremamente poderosa"
E as pessoas que estão fazendo uso dela precisam estar conscientes de que podem mudar a vida das pessoas que as leem para o bem e para o mal
Nunca perdi um grama do prazer e satisfação de ler. Tento transportar isso pros meus livros. Faço questão de que sejam uma fonte de prazer.
Ruy fala da relação com Heloísa em casa. "Tudo o que escrevo, eu obrigo a Heloísa a ler. O contrário não acontece, pq ela escreve ficção"
Ruy: "de vez em quando me falam que só escolho filé (bossa nova, carmen miranda etc). Mas não é assim. A Bossa, em 1988, não estava em alta."
Heloisa: "Nenhum livro teve impacto tão forte na vida do Ruy e na minha também quanto Carmen. O outro livro, para mim, é Primo Basílio"
Ruy Castro: "Li muita literatura policial e de aventuras. Literatura barata e popular que os jovens leem. Quando ficamos mais velhos, buscamos os grandes autores, como Balzac, Flaubert, Machado de Assis e o Eça. Conteúdos mais importantes na literatura. Passei por Hemingway e tudo o que vocês podem imaginar. Mas nunca estabeleci uma ordem de valores entre uma literatura séria e a literatura popular."
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