segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Não perca o Leitura em Debate do próximo dia 30


Mais uma edição do Programa Leitura em Debate, mediado por Anna Claudia Ramos e realizado mensalmente na Fundação Biblioteca Nacional, acontecerá no próximo dia 30 de setembro, a partir das 16h.

Dessa vez o tema é "Música e Literatura", com a participação de Paulo Bi (cantor, compositor e educador) e Zé Zuca (cantor, compositor, autor e radialista).

Apareçam lá para curtir e prestigiar!

Eu vou!

sábado, 18 de setembro de 2010

Recado de Borges por Rodrigo Gurgel

O crítico literário Rodrigo Gurgel publicou em seu blog, em 3/09, um ótimo trecho da entrevista de Borges, na qual ele deixa um recado aos críticos e escritores herméticos.

Vale conferir.

Link: http://rodrigogurgel.blogspot.com/2010/09/recado-de-borges-aos-criticos-e.html

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Final de semana com Ana Cristina Melo e Caixa de Desejos


Está no Rio? Então tem duas oportunidades de me conhecer e me ouvir falar do livro “Caixa de Desejos”.

No Sábado (dia 18), às 11h, estarei na Pinakotheke Cultural, lendo trechos de Caixa de Desejos e batendo papo com os leitores a respeito do livro. Ótima oportunidade para os jovens e adultos conhecerem melhor minha caixa mágica.


Depois, no Domingo (dia 19), os participantes do Skoob (www.skoob.com.br), a rede social brasileira para leitores, vão se reunir, das 15h às 18h, na Livraria DaConde (Rua Conde de Bernadotte, 26/lj 125 – Leblon – Rio de Janeiro).

Esse será o primeiro encontro temático do site trazendo os Novos Autores Brasileiros. A organizadora Janda Montenegro, autora do livro Antes do 174, vai promover um bate papo comigo, Ana Cristina Rodrigues, Estevão Ribeiro, Luis Eduardo Matta, entre outros. A ideia é falarmos sobre nossos processos criativos e os caminhos para inserção no mercado brasileiro.

domingo, 5 de setembro de 2010

Best-seller: a história de um gênero e artigo "No reino dos best-sellers"




Na última sexta-feira, minha querida amiga e jornalista Halime Musser lançou seu livro "Best-seller: a história de um gênero" (Ed. Usina de Letras), uma obra inovadora a respeito desses livros que de tão peculiares, quase se tornam um gênero próprio. Halime realizou uma pesquisa ampla e profunda sobre o tema, destrinchando o que está por trás dos famosos e vendáveis best-sellers.

Foram escolhidos quatro romances do autor norte-americano Sidney Sheldon, considerado ícone entre os escritores de best-sellers, para iniciar uma discussão recorrente acerca do tema: o que os best-sellers significam para a Literatura e para o mercado editorial? Com base em vários fatores, Halime apresenta caminhos para se entender por que esses livros não podem ser classificados com “subliteratura".

Há no livro ainda uma entrevista inédita com a autora Tilly Bagshawe, de A Senhora do Jogo, sequência de O Reverso da Medalha, de Sidney Sheldon.

Numa bela coincidência, num gancho de mesmo tema, ontem saiu um ótimo artigo no Estadão de São Paulo, intitulado "No reino dos best-sellers".

A. P. Quartim de Moraes, que assina o texto, começa apontando o que há muito tempo eu falo e debato: a lista de mais vendidos é dominada pelos estrangeiros.

Mas não é só nessa constatação que Quartim faz coro com o que penso, mas com a ideia de que "Não tem como evoluir uma literatura que não é publicada", o que acontece com a literatura brasileira.

Vivemos uma era em que se diz que a literatura nacional não vende, mas isso é quase como a propaganda do biscoito "vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?". Se não há divulgação e investimento na literatura nacional, é difícil que ela faça o milagre por si só.

E se levarmos em conta o alto investimento do mercado editorial para conseguir comercializar uma dessas obras que dominam a lista de mais vendidos do New York Times, vemos que não é falta de dinheiro que está impedindo esse acerto interno.

Há muitos autores nacionais que se tornariam facilmente best-sellers de vendas, passando sua literatura muito longe das "facilidades" que são associadas aos best-sellers top de listas.

Mas é preciso investimento. É preciso acreditar que mais espaço na mídia para a literatura nacional gera, por consequência, mais vendas, pois há muito público interessado em ler. Se não fosse assim, a lista de mais vendidos não se bastaria nem com os estrangeiros.

O artigo do Quartim de Moraes pode ser lido, na íntegra, no site do Estadão (http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100904/not_imp605205,0.php).

Abaixo reproduzo alguns trechos que merecem atenção:

"Quando nos deparamos com a presença dominante e quase exclusiva de autores estrangeiros nas listas de romances mais vendidos no País, somos levados a uma de duas conclusões: o nosso big business editorial está negligenciando os autores nacionais ou estes estão desaparecendo/trabalhando mal. Pode-se descartar a segunda hipótese sem medo de errar."

"A verdade é que literatura brasileira vende pouco porque as grandes editoras, que ditam os rumos do mercado, não estão dispostas hoje, salvo as honrosas as exceções de praxe - e, mesmo assim, vamos com calma! -, a botar dinheiro nela. Ninguém parece atentar para o fato de que conteúdos genuinamente brasileiros vendem, e muito bem, no mundo inteiro, quando se trata de teledramaturgia, porque as nossas emissoras de televisão há 50 anos investem pesado nas novelas e acabaram criando um padrão internacional de excelência."


"Então, se o segredo é o dinheiro, por que não botá-lo com a mesma generosidade na criação literária brasileira? E apoiar a produção literária nacional não significa apenas editar eventualmente uma obra com tiragem de 2 mil exemplares e abandoná-la à própria sorte."


"Os publishers brasileiros precisam olhar para o futuro e pensar também na responsabilidade social e cultural que o seu negócio implica."

sábado, 4 de setembro de 2010

Ribamar, de José Castello



José Castello lançou essa semana seu romance intitulado Ribamar. Eu que estou tendo a oportunidade preciosa de ouvi-lo mensalmente numa oficina que temos na Estação das Letras, estive no lançamento que aconteceu na última quinta. Recebi seu autógrafo e seu carinho, em agradecimento a nossa presença.

Enquanto esperava uma amiga que estava na fila de autógrafos, comecei ali mesmo a ler seu livro. E de repente me vi arrebatada. Um primeiro capítulo que não nos poupa, que nos mostra o que será o romance, a profundidade com que Castello resgatou suas memórias e a relação com o pai.

Kafka, com sua Carta ao pai, dá-lhe o caminho, mas é pouco, é pequeno, diante do que Castello conseguiu por sua própria sensibilidade.

Ainda não terminei o romance, que nos apresenta fragmentos desse resgate em capítulos curtos. Capítulos que nos deixam revirados e, ao mesmo tempo, ansiosos para continuar sendo atingido do jeito que ele faz.

Um romance maravlhoso, sem dúvida, que esse final de semana mesmo divulgarei no Sobrecapa (http://www.sobrecapa.com.br/). Mas enquanto isso, deixo aqui minha dica. Leiam "Ribamar" de José Castello.

Abaixo, o texto que o autor publicou em seu blog Literatura na Poltrona (http://oglobo.globo.com/blogs/literatura/), falando sobre a concepção do livro.

Leia também a matéria que saiu no Prosa e Verso que dá outros detalhes sobre o livro.

Um convite ao leitor


Autografo nessa quinta-feira, 2 de setembro, no Rio de Janeiro, meu novo livro, Ribamar (Bertrand Brasil). Nele trabalhei durante quatro anos. Embora não seja uma biografia, ou um livro de memórias, mas um romance, tem como figura central meu pai, José Ribamar, falecido em 1982.

Nunca foi tão dificil escrever um livro. Estive várias vezes a ponto de desistir, sofri o diabo, pois não é fácil reencontrar um pai morto. Amigos muito queridos, como Acyr Maya, Flávio Stein, Maria Hena Lemgruber e Paulo Bentancur, me ampararam nos momentos mais difíceis. Conversas decisivas com Romildo do Rego Barros e Antonio Godino Cabas me ajudaram a não me desviar de meu caminho.

Dois primos distantes, mas queridos, Alcenor Candeira Filho e Carlos José Castelo Branco Candeira, me escoltaram durante a viagem que fiz a Parnaíba, Piauí, cidade a que meu pai chegou ainda de fraldas e de onde só saiu para descer para o Rio de Janeiro, estudar Direito e se casar.

Não teria terminado o livro sem a presença afetuosa e leal de Carmen Da Poian, minha primeira leitora. De modo desordenado, mas vigoroso, ela acompanhou a produção de cada um dos 98 capítulos e suas palavras de consolo me impediram de desistir. Com sua infinita paciência, a editora Rosemary Alves me ajudou, também, a conservar a coragem.

Não sei bem o que é esse livro, que escrevi às cegas, guiado mais por impulsos, sonhos, intuições e pela presença sempre desestabilizadora do acaso. Uma frase de André Gide, que depois usei como epígrafe, me guiou. Diz: "Tudo o que vejo, tudo o que fico sabendo, tudo o que me advém há alguns meses, gostaria de fazer entrar no romance".

Segui à risca os conselhos de Gide e transformei meu romance em uma reportagem interior. Nas páginas de Ribamar, ficou, em consequência, uma parte importante de mim. Sei que, agora que o romance está pronto, ele já não me pertence, mas aos seitores que dele se apossarem.

Eu o autografo na noite de hoje, quinta-feira 2, a partir das 19h00, na Livraria DaConde, na rua Conde de Bernadotte, 26, lojo 125, no Leblon.