sexta-feira, 30 de maio de 2008

Walcyr Carrasco é eleito para a Academia Paulista de Letras

O autor de novelas Walcyr Carrasco é o mais novo “imortal” da Academia Paulista de Letras. Ele foi eleito dia 29 último, para ocupar a cadeira 14, que pertencia ao poeta Cyro Pimentel, morto em fevereiro.

Em outubro do ano passado, a escritora Ruth Rocha, uma das mais premiadas do país, foi eleita para a cadeira 38. A APL tem ainda entre seus membros Lygia Fagundes Telles (cadeira 28) e José Mindlin (cadeira 30).

Carrasco é autor de vários livros, entre eles A corrente da vida e A senhora das velas. Seu último romance é Meu cachorro. Como autor de novelas, é autor de Sete pecados, Chocolate com pimenta e O cravo e a rosa.

Fonte: Publish News (30/05/2008).

Prêmio São Paulo de Literatura

Para corroborar com a importância de tradicionais premiações literárias, como o Jabuti e o Portugal Telecom, o governo de São Paulo lança oficialmente hoje o Prêmio São Paulo de Literatura, que terá a maior premiação dentre os concursos do gênero: R$ 200 mil ao melhor livro brasileiro de ficção, publicado no ano passado.

Além desse prêmio, também será laureado com R$ 200 mil, a melhor estréia em ficção. Sem dúvida, é um grande estímulo para a nova geração de escritores.

Para fins de comparação, o Portugal Telecom paga R$ 100 mil ao vencedor, e o Jabuti, R$ 30 mil.

O secretário de Cultura de São Paulo, João Sayad, diz que o principal objetivo do prêmio é o incentivo à leitura, colocando o “bom livro em evidência”.

O concurso passará por duas etapas. Na primeira, um corpo de cinco jurados escolherá dez finalistas, para cada categoria; na segunda etapa, outro grupo de cinco jurados apontará os vencedores.

Os vencedores da 1ª edição do Prêmio São Paulo de Literatura serão anunciados numa cerimônia em 23 de novembro.

O prêmio foi noticiado ontem em reportagem de Eduardo Simões, na Folha de São Paulo, e nessa sexta, no Globo on-line.

Fonte: Folha de São Paulo (29/05/2008) e Globo on-line (30/05/2008)

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Frase de Mario Vargas Llosa

"Ainda acredito numa literatura que tenha uma mensagem, que seja comprometida com valores que um escritor defenda"

Mario Vargas Llosa
Escritor peruano
(Publicado no PublishNews de 28/05/2008)

Mario Vargas Llosa é um escritor consagrado internacionalmente. Possui vasta produção literária, incluindo peças teatrais, ensaios, e sobretudo romances. Numa incursão à política, candidatou-se em 1990 à Presidência do Peru, perdendo para Alberto Fujimori. Algumas obras: Pantaleão e as Visitadoras, Tia Júlia e o Escrevinhador, A Guerra do Fim do Mundo, Cartas a um Jovem Escritor e Travessuras da Menina Má.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Papel higiênico literário


A edição desse mês (nº 31) da Revista Língua Portuguesa publicou uma notícia que desafia o limite entre a imaginação e o absurdo. A empresa espanhola Empreendedores lançou, com vendas exclusivas pela internet, rolos de papel higiênico impressos com textos clássicos da literatura.

Cada rolo custa 3,70 euros (cerca de R$ 9,00), com opção de escolha entre prosa, poesia, textos teatrais, da Bíblia e do budismo. Há opção também de se escolher a cor do papel.

A impressão é feita com letras grandes e espaço entre as palavras para garantir "uma leitura fácil e relaxante", como divulga o dono da empresa.

Quem estiver curioso ou "interessado", é só acessar o site da empresa: http://www.literaturaenpapelhigienico.com/. Você encontrará como propaganda do produto a curiosa frase: "Deja que sus palabras rocen su piel" (deixe que as palavras deles rocem a sua pele).

domingo, 25 de maio de 2008

Frase de Valéry

"Conhece-se um escritor antes pelo que ele joga na lata do lixo do que pelo que ele publica."

Paul Valéry
Escritor francês (1871-1945)
(Publicado no PublishNews de 31/07/2007)

Paul Valéry foi um misto de pensador e de poeta. Sua obra poética é considerada como uma das mais importantes da poesia francesa do século 20. Rigoroso, Valéry se empenhou na busca de um método destinado a fazer da criação poética uma obra de precisão.

Concursos Literários

Para quem gosta de conferir os concursos literários, abaixo alguns que estão com o prazo terminando:
- Até 31 de maio. Concurso Contos do Rio, do Jornal O Globo. O autor pode enviar somente um conto usando o tema “Carnaval”. O regulamento pode ser obtido no blog prosa on-line (http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/default.asp)
- Até 31 de maio. 3º Concurso de Contos do Estadão. O conto enviado deve conter a frase “Não quero mais esse negócio de você longe de mim”. Informações: http://www.estadao.com.br/
- Até 31 de maio. Prêmio Sesc DF de Contos Machado de Assis. Envio de até 2 contos. Informações: http://www.sescdf.com.br/
- Até 31 de maio. 10º Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães. Envio de até 3 contos. Informações: http://www.gargantadaserpente.com/cgi-local/frame.cgi?3=http://www.upf.br/concursodecontos/
(Errata: O concurso acima não é desse ano e sim de 2007. A próxima edição do Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães ocorrerá somente em 2009).
- Até 02 de junho. 1º Concurso Crônicas Cariocas. Envio de até 5 crônicas. Informações: http://www.cronicascariocas.com/

Conto "Paralelas" premiado no I Concurso Literário "Sergio Buarque de Holanda"

O conto abaixo foi meu primeiro prêmio, no I Concurso Literário "Sergio Buarque de Holanda", da Secretaria de Estado de Cultura São Carlos (SP). A premiação ocorreu em Novembro de 2005.
Espero que apreciem. Boa leitura!

Paralelas
Ana Cristina Melo

Na estrada, Rosaléia. Sua companhia apenas a lua, se despedindo, e os bichos do mato. Acorda às quatro da manhã. Mal tem o que tomar café. Sai em seguida. A caminhada é longa: seis quilômetros. Às vezes passa conhecido, que dá carona no lombo de uma égua. Mas coitada dela (da égua). É trecho pesado para a pobre carregar dois nas costas. Destino: a grande casa de taipa na Fazenda Boi Manso, onde leciona aos filhos do dono e dos seus colonos. A aula começa às sete.

Na estrada, Mariléia. Sua companhia apenas os bêbados, drogados e mendigos, que se perderam na madrugada, se perderam na vida. A lua está encoberta pelo nevoeiro. Ou será pela poluição? Animais pelo caminho, só os vira-latas. Acorda às quatro da manhã. Mal consegue tomar café. Sai em seguida. A caminhada até o ponto de ônibus é longa: dois quilômetros. De lá, são mais duas conduções. Ambas lotadas. Não há espaço para respirar. A vida pára dentro dessas lotações. Vinte e dois quilômetros ao todo. Destino: a escola pública Chão de Estrelas no centro da Capital, onde leciona aos alunos da região. A aula começa às sete.

Rosaléia chega à sua classe de alfabetização. Vinte e dois rostinhos dividindo esperanças e as mesmas carteiras. Amontoam-se como milho no paiol. Não há mais do que sete anos em cada um. Entre eles, destacam-se os filhos do dono – melhor vestidos, com melhor história. Mas é a única diferença. Ou talvez nenhuma. Para Tia Rosa é uma característica qualquer como a cor dos olhos, sexo ou altura. São todas crianças. Todas anjinhos. Todas um faixo de esperança.

Mariléia chega à sua classe de alfabetização. Vinte e dois rostinhos dividindo esperanças. Cada qual na sua pequena mesinha, mas tão coladas umas nas outras, que quase formam uma só. Não há mais do que sete anos em cada um. Entre eles, destacam-se os filhos da classe média, em situação de desemprego – melhor vestidos, com melhor história. Mas é a única diferença. Ou talvez nenhuma. Para Tia Mari é uma característica qualquer como a cor dos olhos, sexo ou altura. São todas crianças. Todas anjinhos. Todas um faixo de esperança.

Rosaléia pega o seu cotoco de giz. Tem que durar o dia. Separou um para cada dois dias. Já pediu ao dono da Fazenda, mas ainda não chegou nova caixa. Ali tudo é longe: as notícias, os produtos, a esperança. Mas um dia chega. Cabe a ela fazer-lhes esquecer, nesse momento, a dura realidade que vivem. Muitos estão descalços, cadernos doados, barriga vazia. São filhos de trabalhadores rurais, que lutam de sol a sol, sem muitas vezes conseguir completar a panela de comida. Tia Rosa divide o giz. Eles dividem a vida. São elite aqueles que possuem plantação no quintal. Pelo menos, tem o que comer.

Mariléia pega o seu cotoco de giz. Tem que durar o dia. Separou um para cada dois dias. Já pediu à Diretora, mas ainda não chegou nova caixa. Ali tudo é difícil: a modernização, os produtos, a esperança. Mas um dia chega. Cabe a ela fazer-lhes esquecer, nesse momento, a dura realidade que vivem. Muitos estão com sapatos furados, remendados, rasgados, doados. Só não estão descalços, pois têm que cumprir o uniforme: não podem entrar sem sapatos. Onde já se viu estudar descalço! Cadernos doados, barriga vazia. São filhos de desempregados, subempregados, desvalorizados, que lutam de sol a sol, sem muitas vezes conseguir completar a panela de comida. Tia Mari divide o giz. Eles dividem a vida. São elite aqueles que conseguem se virar. Pelo menos, em ter o que comer.

Tia Rosa não passa dever de casa. Sabe que dali, com algumas exceções, todos vão para a lavoura. Levantam enxadas, carregam fardos. Mas Rosaléia não ensina letras, ensina sonhos. Recusa-se a criar analfabetos funcionais. Faz cartazes, jograis, teatro. Traz a vida para a sala de aula.

Tia Mari não passa dever de casa. Sabe que dali, com algumas exceções, todos vão trabalhar, de uma forma ou de outra. Seja em casa tomando conta de irmãos, tão indefesos quanto eles; seja na rua a vender balas nos sinais ou até pedindo esmolas. Levantam bolinhas, espanadores, carregam fardos. Mas Mariléia não ensina letras, ensina sonhos. Recusa-se a criar analfabetos funcionais. Faz cartazes, jograis, teatro. Traz a vida para a sala de aula.

Rosaléia está no sertão. Ouviu falar de bolsa social, mas ali não chegou. Não para as suas crianças. Já ouviu falar de quem não precisa, que conseguiu. Enquanto isso, faz o social de dividir o pouco que tem: seu conhecimento. Suas crianças são brasileiras. É a cara do Brasil. Dali sairão cidadãos.

Mariléia está na cidade grande. Ouviu falar de bolsa social, mas ali não chegou. Não para as suas crianças. Já ouviu falar de quem não precisa, que conseguiu. Enquanto isso, faz o social de dividir o pouco que tem: seu conhecimento. Suas crianças são brasileiras. É a cara do Brasil. Dali sairão cidadãos.

Rosaléia e Mariléia, no asfalto ou na terra batida, não ensinam letras. Ensinam sonhos.

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

Em 1990, foi assinado o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em Lisboa.

O Brasil já reconhecia o acordo desde o início de 2007, quando foi ratificado por três dos países signatários: Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Brasil. Contudo, na prática, não teria sentido sua utilização sem Portugal, que aprovou em 16 de maio o segundo protocolo modificativo, encerrando a discussão sobre o assunto (http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2008/05/16/em_decisao_historica_portugal_se_une_brasil_africa_favor_da_unificacao_da_ortografia-427423016.asp).

No Brasil, o acordo ortográfico passará a valer a partir de 1º de janeiro de 2009, mas teremos três anos para nos adaptar à nova maneira de escrever. Para Portugal, o prazo será de seis anos, considerando que é bem maior a quantidade de mudanças.

Em 2010, os livros didáticos brasileiros terão que estar em conformidade com o Acordo Ortográfico. O aviso foi publicado dia 07/03, no Diário Oficial da União, um dia depois de o Conselho de Ministros de Portugal aprovar a aplicação do acordo.

O acordo, na íntegra, pode ser lido no site do Ministério da Educação: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/acordoortografico.pdf

Achei interessante citar algumas das principais mudanças (citadas com o texto original do acordo):

* O alfabeto passa a ter 26 letras, incluindo as letras: k (capa ou cá), w (dáblio) e y (ípsilon).

* As palavras paroxítonas não são em geral acentuadas graficamente: enjoo, grave, homem, mesa, Tejo, vejo, velho, voo; avanço, floresta; abençoo, angolano, brasileiro; descobrimento, graficamente, moçambicano.
Sendo assim palavras que tenham o hiato "oo" no final (ex: vôo, enjôo, abençôo), perdem o acento.

* Não se acentuam graficamente os ditongos representados por ei e oi da sílaba tónica/tônica das palavras paroxítonas, dado que existe oscilação em muitos casos entre o fechamento e a abertura na sua articulação: assembleia, boleia, ideia, tal como aldeia, baleia, cadeia, cheia, meia; coreico, epopeico, onomatopeico, proteico; alcaloide, apoio (do verbo apoiar), tal como apoio (subst.), Azoia, hoia, boina, comboio (subst.), tal como comboio, comboias, etc. (do verbo comboiar), dezoito, estroina, heroico, introito, jiboia, moina, paranoico, zoina.
Então, palavras como idéia e assembléia perdem o acento.

* Prescinde-se de acento circunflexo nas formas verbais paroxítonas que contêm um e tónico/tônico oral fechado em hiato com a terminação -em da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo ou do conjuntivo, conforme os casos: creem deem (conj.), descreem, desdeem (conj.), leem, preveem, redeem (conj.), releem, reveem, tresleem, veem

* Prescinde-se igualmente do acento circunflexo para assinalar a vogal tónica/tonica fechada com a grafia o em palavras paroxítonas como enjoo, substantivo e flexão de enjoar, povoo, flexão de povoar, voo, substantivo e flexão de voar, etc.

* Prescinde-se, quer do acento agudo, quer do circunflexo, para distinguir palavras paroxítonas que, tendo respectivamente vogal tónica/tônica aberta ou fechada, são homógrafas de palavras proclíticas. Assim, deixam de se distinguir pelo acento gráfico: para (á), flexão de parar, e para, preposição; pela(s) (é), substantivo e flexão de pelar, e pela(s), combinação de per e la(s); pelo (é), flexão de pelar, pelo(s) (é), substantivo ou combinação de per e lo(s); polo(s) (ó), substantivo, e polo(s), combinação antiga e popular de por e lo(s); etc.

* O trema, sinal de diérese, é inteiramente suprimido em palavras portuguesas ou aportuguesadas. Conserva-se, no entanto, o trema, de acordo com a Base I, 3º, em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: hübneriano, de Hübner, mülleriano, de Müller, etc.

10º Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens

Estive hoje no MAM/RJ, com minha família, para curtir o 10º Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens.
As leituras de livros estão acontecendo de hora em hora, nos diversos espaços. Imperdível para as crianças e para os pais.
O ingresso de R$ 3,00 sai gratuito para maiores de 65 anos, portadores de deficiência e professores da rede municipal. Nos estandes, professores (sem restrição) obtêm bons descontos.
Aproveitem o passeio: o Salão termina dia 1º de junho.
Na saída, as crianças levam um livro de graça, que pode ser escolhido na hora, dentre vários títulos.
O único senão ficou por conta do estacionamento. Liberaram apenas o do Vivo Rio, cobrado a R$ 10,00, com pagamento antecipado.